Regardless of Everything

Capítulo 2

Se existia algo,que me confundia,era os "sinais" amorosos.Eu nunca sabia quando alguém estava interessado,e mandava sinais discretos,o que fazia minha amiga,Holland perder a cabeça.Ela era expert,quando o assunto era homens.

-Se um cara coloca o braço atrás da sua nuca,em um cinema, é porque ele te quer,amiga-Holl,nunca entendia o porquê do meu déficit em homens.Eu acho que eu era muito despreocupada,ou independente demais,o que me fazia pensar que eu não precisaria de ninguém pra ser feliz,e eu realmente não precisava,mas sabia que tava faltando alguma coisa.

-Ele me chamou de "escrava sexual",amiga-tentei ser calma naquele momento,mas eu só conseguia falar pausadamente,afim de fazê-la entender,que o cara era um sociopata destinado a me sequestrar.

-Idai,ficava e depois mandava ele ir onde o sol não bate até o joelho-Arqueio as sobrancelhas,em questionamento-Hailie,socar o cara não faz você ser menos sociopata que ele-Notei que Holl ainda estava abismada com aquela história.Qual é,foi um belo soco.

-Me fez mais feliz-Dei de ombros,no intuito de responder à sua revirada de olhos.

-Tudo bem,mas e o Ryan?

-O que tem ele?-Estranhei,ao vê-la tocar no assunto já esquecido.

-Ele é um gato,amiga,se você não quer,eu quero-Tomou um gole do seu suco,com um sorriso sacana.Não sei o porquê,mas fiquei incomodada com aquilo,já que eu não tinha nada com ele,e só o conhecia a poucos dias.

-Não fico com parceiros,Holland,e você sabe disso.

-Tá jogando fora um peixão,honey-Me avisou-Ele é bonitão!

-Claro que é,mas não fico com quem trabalha comigo,e você sabe,e entende-Dei de ombros,dando mais garfadas em meu almoço.

-Entendo, infelizmente,e isso é um saco-E realmente era.Mas não podia negar que estragava totalmente o trabalho profissional de qualquer pessoa.

-Bom,já deu meu horário,preciso voltar,tenho casos pra resolver-Dei um beijo em sua bochecha,deixando minha parte dinheiro na mesa.

-Eu disse que ia pagar!

-Bobiou,gatinha-Pisquei saindo do restaurante,vendo Ryan,encostado em meu carro,me esperando-Tá fazendo o que aqui?-Acho que não consegui esconder minha surpresa,pois logo o vi rir.

-Me disseram que você almoçava aqui,então vim direto,temos muito o que fazer-Sorri desacreditada,nunca tive um parceiro que pensasse tanto como eu.

-Ok,você tá me dando esperanças,de ser o parceiro perfeito-Brinquei,mas me arrependi,quando ouvi sua gargalhada,que me deixou sem fôlego.

-Eu acho que tô longe ainda,eu sei ser incoveniente quando quero-Entramos no carro,rindo.

-Não dúvido,Kelley,-Liguei o carro, seguindo o trânsito-O que temos?

-Bom,temos caso Caniff,mafioso com um informante que tá sendo muito prestativo,e está atrapalhando nossa investigação-Abriu uma pasta,que eu não notei que estava em sua mão.

-Você almoçou com a pasta?

-Ah,eu gosto de trabalhar, enquanto como-Olhou distraído para a mesma,e não me viu segurar um sorriso.Deus,eu também fazia isso!Quais são as chances de encontrar alguém assim?-É proibido aqui?

-Não, é normal por aqui,na verdade-Ri em pensamento.Não,não era normal.Phill já havia me dito pra parar com isso,e não assustar a clientela dos restaurantes,com fotos de homicídios,um pouco violentos de se ver,enquanto almoça.

-Vamos investigar,o que tem em mente?

-Passar em Fox River,trocar umas palavras com o Caniff-Peguei a estrada em direção a penitenciária.

-Otimo,depois paramos pra algum lugar,temos fitas pra assistir.

-Tudo bem.

Fomos até Fox River, penitenciária até famosa em New York,de segurança máxima.Estacionei do outro lado da rua,para irmos a pé.Fomos identificados,e entramos calmamente,sentando nos bancos,na sala de visitas.

-Temos um plano a seguir?-Seu sussurro,que eu reconheci não ser proposital,me provocou um arrepio,me fazendo praquejar em pensamento,por ser tão fraca.

-Não exatamente, só vamos com calma,jogar verde.Por que ele foi preso?

-Tráfico,furto, homicídio,e até lei Maria da Penha,o que não me surpreende-Olhou para um ponto fixo à sua frente.

-Que babaca!-Vi um sorriso discreto aparecer.Isso!

-Ele é mesmo,e tá te encarando-Olhei para a frente junto com Ryan,vendo o Jack se aproximar,e senta-se à nossa frente,tirando o telefone do gancho.Copiamos seu ato.

-Que belezinha você é,qual é o seu nome,gatinha?

-Rachel-Apoiei uma mão em meu queixo,em um falso flerte-Ouvi muito falar de você.

-Hum,poderia ter mandado uma carta,eu te colocaria em uma visita conjugal-Ele parecia nem notar a presença de um Kelley, extremamente tenso ao meu lado.

-Você faria isso?-Pisquei várias vezes.Tava fácil demais.

-Claro que sim,acho que ficaria linda,me servindo-Olhei para o lado,vendo o maior travar o maxilar.Em um ato de preocupação,segurei uma de suas mãos,por baixo da mesa,para apenas,tentar tranqüiliza-lo,e obtendo sucesso,ao sentir ele apertar de volta com a mesma intensidade.

-Então,queria saber se pode me ajudar-Sorri falsa,me aproximei do vidro-Como faço pra me juntar a você?-Mordi o lábio,jogando o cabelo.

-Se quer se juntar a nós,sabe quem me ajuda lá fora-Sorriu cínico,e eu quase esmurrei o vidro à minha frente-Boa tentativa,boneca-E rindo,ele foi embora.Dei um murro na mesa,mal sentindo,mas com consciência,de que quando a adrenalina passasse,iria doer demais.

-Filha da puta-Como mania,sempre que tinha raiva de algo,e não podia gritar,eu falava entre os dentes.E nesse momento,não foi diferente.

-Ok,estaca zero-Meu parceiro apenas se levantou,me tirando dali,o mais rápido que pode-Vamos nos acalmar,e voltar ao caso-Assim que entramos no carro,soltei a respiração,e logo senti o punho doer.

-Merda-Sacudi a mão,afim de minimizar a dor.Como eu era burra.

-Estamos deixando algo passar-Estendeu a mão-Chaves-As tirei do bolso,e logo estávamos circulando.É muito frustrante para um policial,voltar a estaca zero,como se todo o esforço fosse em vão,coisa que eu detestava.

-Pra onde vamos?

-Vamos para a delegacia,buscar as pastas e depois para minha casa-Virei rapidamente em sua direção,e ele logo se pronunciou-Calma, é só pra assistir as fitas-Riu,e ainda conseguiu me arrancar um sorriso apenas com o seu.Eu não entendia como facilmente isso acontecia,já que eu era muito julgada pela Holland,por andar sempre de cara fechada.Mas sem minha concepção.

-Tudo bem,vou buscar e você me espera-Ditei,assim que estacionamos,levando a chave do carro comigo.
Peguei tudo,sobre o olhar desconfiado,e até risonho de Phill.

-Sabia que você ia gostar dele.

-Cala a boca,nem vem com essa-Sorri.

- Sou seu chefe,mocinha - Brincou,arqueando as sobrancelhas .Me virei,apenas para olha-lo,sem dar muita credibilidade a sua fala.

-Me processa-Pisquei pra ele antes de colocar meus óculos escuros,e sair de lá, ouvindo sua risada.

Mas eu sabia que solucionaria esse caso,nem que pra isso,eu colocasse minha vida em jogo...