Cupid Boy • Chanbaek

Contrato

Chanyeol correu como se sua vida dependesse disso — e na verdade dependia. Se atrasar na oitava aula consecutiva da professora Irene, era o mesmo que jogar seus materiais pela janela e desistir de estudar. A loira era extremamente exigente quando o assunto eram faltas, e acumular a oitava seguida por atraso, é pedir para despejar todos os anos de faculdade no ralo mais próximo. E Park não era nem louco de fazer isso.

Um papel pequeno que segurava firmemente em sua mão, balançava e escorregava por conta do suor, o conseguira com Sehun, que depois de muita, mas muita insistência, cedeu o telefone de Baekhyun para ele.

Para os que não o conhecem, apresento-lhes Byun Baekhyun, o cupido da escola. Essa pequena — literalmente — pessoa, foi capaz de unir sol e lua, Bambam e Lalisa, Jimin e Jungkook, e mais outros clássicos na faculdade. Seus cabelos pretos e roupas coloridas são conhecidos pelo lugar todo, sem exceção. Problemas com crush? Byun Baekhyun. Problemas de traição? Byun Baekhyun. Não sabe como chegar no senpai? Byun Baekhyun. Está na friendzone há mais de um ano? Byun Baekhyun. Qualquer problema amoroso que tivesse, acredite, o moreno era capaz de liquidá-los com pouco mais de um mês.

Mas o que mais intrigava os habitantes daquele recinto, não era a capacidade daquele garoto de juntar a faculdade toda em uma suruba monstra, mas o fato de nunca ter tido sequer uma namorada ou namorado. Era longe de ser feio, seus olhos puxados levemente para baixo eram selvagens, dignos de um predador faminto, seus cabelos com os fios perfeitamente penteados, faziam metade da população coreana arrastar-se aos seus pés, e ainda era humilde e gentil.

O genro perfeito, pensavam as mães de todas as estudantes. Algumas chegavam até se assanhar mais e pensar o amante perfeito, mas isso seria deveras estranho ter como seu padrasto Baekhyun, e além do mais, a história não é sobre Milfs.

Sentiu o papel deslizar de sua mão assim que entrou na sala e em uma fração de segundos, agachou-se e pegou o papel da maneira mais rápida que conseguia, dando de cara com Do Kyungsoo assim que se levantou. Seu coração falhou uma batida, sentiu borboletas invadirem seu estômago pela proximidade e seu rosto queimar.

Engoliu em seco e afastou-se
desajeitadamente do rapaz, ainda sentindo o calor invadir seu organismo.

Assim que viu Sehun sentado em seu lugar extremamente rígido e preparado para a aula, sorriu gentil e de relance, percebeu o canto de seus lábios repuxados no que parecia um sorriso.

Seria realmente estranho para quem o conhecesse, geralmente, Oh Sehun, era o aluno cuja mais tinha faltas nas primeiras aulas, mas levando em consideração que a aula era da professora Irene, não seria tão anormal. O garoto recusava-se a faltar em qualquer aula dela, mesmo que marcada de última hora e próxima da meia noite, ele fazia o possível e o impossível para admirar a professora em todos seus ângulos e expressões. E ela? Ela apenas sabia da existência de Oh por conta das provas.

Desistiu de ir conversar com o amigo assim que a professora de Geografia entrou na sala com seus livros e cadernos maiores que as cadeiras que os alunos sentavam. Correu ao seu lugar e pegou os materiais da bolsa, agradecendo mentalmente por ter chegado a tempo na aula. Abriu seu livro na página e colocou o número do cupido em cima do estojo. Deu uma última olhada na sequência numérica e pegou seu lápis para fazer os exercícios — que na verdade eram para casa, mas quem se importa?

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"Está mesmo pensando em fazer isso, Chanyeol? Sabe que não tem mais volta quando começa." Sehun disse enquanto guardava suas canetas e encarava novamente o grandão à sua frente. "Baekhyun não tem limites, cara. Por que acha que nunca falei com ele?"

"Porque ele não tem limites" repetiu Park e boleou os olhos com tédio "eu já entendi, Sehunnie, por favor não se preocupe comigo."

"Ah, faça-me o favor, Park Chanyeol! Nem seu peixe durou mais que duas semanas, quem dirá sua vida amorosa" Ironizou Sehun, levantando-se de seu lugar e dando uma última olhada em sua mesa para certificar-se que tudo estava em seu devido lugar, metricamente organizado.