Ao amor que fica

1. O encontro

Escuta-se um choro agudo e estridente no meio da noite. August corre na direção do som e logo percebe  que o mesmo provinha de uma criança abandonada entre as árvores próximas a um penhasco.
Sem jeito, August envolve a criança recém nascida em seus fortes braços e, após procurar em volta sem sucesso, a leva para sua casa. Chegando lá, ainda com seus pensamentos agitados, senta-se com a criança já calma e quieta em seus braços e começa a procurar indícios que pudessem lhe dizer quem seria aquela linda menina.
Menina cujo os olhos eram escuros como a noite e a pele do seu rosto rosada como as nuvens de um entardecer. Seus cabelos eram de um louro escuro com pequenas, porém notáveis, mechas claras. Era uma verdadeira obra de arte da época do romantismo.
Ao prestar atenção naquele pequeno ser envolto em seus braços, seu peito se encheu de uma grande paz. Todos os pensamentos pavorosos foram se esvaindo e seu coração se preenchendo de uma grande compaixão que veio a se tornar amor.
August Mackenzie era cuidador de uma fazenda no interior de Austin, no Texas. Era alto, de cabelos castanhos, olhos da cor de mel, lábios carnudos que acompanhavam um lindo e afetuoso sorriso. Seus ombros eram largos e teu corpo era acentuado por conta de seu trabalho pesado na fazenda. Nunca fora vaidoso, mas sua beleza física nunca o exigiu isso.
No dia seguinte, August e sua bebê foram até a cidade e compraram algumas coisas para a criança: Roupas, fraldas, mamadeira. Comprou também tintas para pintar o quarto da menina, já que tinha decidido adota-la. Ao chegar em casa, colocou-a ao seu lado num cesto forrado com grossas cobertas e começou a trabalhar em um berço para a, até então, sem nome. Mas não por muito tempo. Enquanto buscava madeira para a construção do berço, começou a pensar em nomes que seriam dignos de uma menina tão bela. Lembrou-se então da única mulher que trazia a ele tanta paz. Sua mãe.
"Se chamará Anne" disse Algust pra si mesmo, "Anne Mackenzie."