Equipes

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Quando se é filho de alguém famoso é difícil andar por aí sem chamar atenção ou evitar que a aproximação de pessoas interesseiras. Ser filho do Hokage era ainda pior. As pessoas geralmente me cumprimentavam e me davam atenção, mas sequer sabiam meu nome. Era apenas "Filho do Hokage", um garoto sem nome ou personalidade. Eu tentava evitar ser duro, principalmente porque sabia que minha atitude iria, eventualmente, interferir na imagem do meu pai.

Apesar de não nos vermos regularmente, tenho certeza de que ele não apreciaria boatos de que criara um filho arrogante que se achava superior aos outros. Não que ele pudesse reclamar. Ter Naruto em casa era tão raro quanto ver Sasuke na vila. Havia dias em que eu tinha certeza de que Sarada era a única que poderia compreender como eu me sentia em relação a tudo. Por isso ela era minha melhor amiga, e vice-versa é claro. Às vezes eu tinha a leve impressão de que Sasuke não gostava muito de minha proximidade com sua filha.

A notável diferença entre nós, no entanto, era que Sasuke nunca estava na vila porque sempre estava trabalhando em alguma missão. Já meu pai, poderia simplesmente aparecer em casa e jantar conosco. Não sei como minha mãe aguentava esse comportamento dele.

Encarei Sarada pelo canto do olho, não demorou muito para conseguir sua atenção. Abri um sorriso e ela levantou o polegar. Em breve saberíamos quem seriam nossos parceiros de equipe. Todas as nossas missões seriam feitas com essa equipe de três, porém ainda teríamos aulas juntos na academia por mais um ano e alguma coisa.

Se fosse antigamente, a academia acabaria com a formação dos times, mas isso fora apenas mais uma das dezenas de coisas que mudaram desde a Quarta Grande Guerra Ninja.

Não havia ninguém em particular que eu desejasse como colega de equipe, exceto por Sarada. Ser separado da minha melhor amiga seria horrível. Tanto pelo fator da nossa amizade quanto pelo fato de que perderia uma poderosa ninja. Sua herança genética, o sharingan, lhe dava habilidades que seriam vantajosas para a equipe que a possuísse.

Todos possuíam seu grupo com quem já estavam melhor enturmados. Minha vontade era rir cruelmente de quem acabasse separado, mas ainda não podia fazer isso. Não quando eu mesmo corria risco de ser separado da única pessoa que queria ficar junto.

Alunos como a Cho-cho, Shikadai e Inojin nem era preciso de muita tensão para saber com quem ficariam. Já era uma tradição antiga montar a equipe Ino-Shika-Cho, por causa das combinações de técnicas dos clãs Yamanaca, Nara e Akimichi. Mesmo sendo um pouco injusto para Inojin, que decidira usar as técnicas do pai, e não da mãe.

Outra pessoa que talvez fosse interessante de se ter como parceiro era Mitsuki. TALVEL! Logo após chegar derrotou Iwabe sem nenhuma dificuldade. Também se provou um aliado valioso nos incidentes anteriores, como quando Shino-sensei foi controlado e se tornou nosso inimigo. Mas apesar dessas qualidades, o menino era um tanto estranho. Era legal tê-lo por perto, só que ele não deixava de ser um tanto estranho só por causa disso.

Seus olhos amarelos que pareciam nunca piscar, aquela cor de pele não muito comum e sua calma anormal. Já cheguei a compará-lo com um robô diversas vezes. Ele raramente demonstrava algum sentimento, coisa que não era muito confiável.

— Agora vocês serão divididos em equipes de três — começou Shino-sensei. — A partir de agora, como ninjas, vocês darão início a uma relação que continuará pelo resto de suas vidas. Nunca se esqueçam disso — todos prestavam atenção em suas incessantes palavras, nada que não soubéssemos. — Certo! Quando eu disser seus nomes, dirijam-se à outra sala em silêncio.

HeartbeatWhere stories live. Discover now