Convite

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            Já fazia uma semana que Shino anunciou as equipes. Nossas missões eram extremamente chatas. Pelo fato de sermos gennins ninguém nos dava uma missão desafiadora. Eu não esperava uma missão suicida logo de cara, mas achei que pelo menos teríamos de lutar com alguns outros ninjas para testarmos nossas habilidades. Agora estava claro que eu havia esperado mais do que devia.

As aulas na Academia continuaram normalmente, exceto quando uma equipe recebia uma missão e não podia comparecer. Até agora isso acontecera somente uma vez com o time vinte e cinco e, fora isso, todos frequentaram as aulas normalmente.

— Pelos próximos meses — Shino-sensei nos relembrava — as aulas continuarão normalmente na Academia. Apesar de já serem, de fato, gennins, ainda não possuem a formação e o conhecimento necessário para exercerem essa profissão. Aqueles que não puderem comparecer às aulas devido a uma missão devem informar antecipadamente.

As únicas missões que recebemos se resumiam em procurar gatos desaparecidos. Literalmente, não fomos chamados para mais nada. E pelo que minha mãe havia me contado, que sua primeira missão também foi recuperar um gato que fugiu, concluí que a vila provavelmente possuía um depósito secreto de gatos apenas para soltá-los e mandar os novatos os procurar. Porque não era possível.

Quase todos os fins de tarde, quando não estávamos ocupados com tarefas ninjas bobas e sem sentido, Sarada, Mitsuki e eu nos reuníamos para treinar nossas técnicas e trabalho em equipe. Nas horas em que estava disponível Konohamaru se juntava a nós para nos auxiliar, fazendo o papel de nosso inimigo.

Desnecessário dizer que sempre éramos derrotados por ele. Na primeira noite tentamos novamente combinar o jutso de transformação com o sharingan de Sarada, porém Konohameru já conhecia esse movimento e não cairia mais nele.

A força e elasticidade de Mitsuki eram boas bases de apoio para meus jutsos de estilo vento e, os olhos de Sarada, um ótimo guia no campo de batalha.

Após horas de treinamento, saímos juntos para jantar em algum lugar ou irmos para nossas casas. Mitsuki chegou a nos convidar para jantarmos na casa dele, pois morava sozinho já que viera de Otogakure para Konoha. Nesta noite Sarada recusou o convite pois precisaria ir direto para casa a pedido de Sakura. Eu não queria ir sozinho para a casa do albino. Apesar de sermos bons amigos, confesso que o menino ainda me causava alguns arrepios de desconfiança, coisa que eu não deixava transparecer. Confesso também que estava curioso para saber como era a casa em que Mitsuki vivia, mas aguardaria a próxima oportunidade para saciar essa curiosidade.

— Como atividade complementar — disse o professor — quero que façam um trabalho sobre uma de suas missões. Um relatório completo. Qual o objetivo, como foi a experiência, as técnicas que usaram, descrição do trabalho em equipe. Tudo que puderem pensar deve ser colocado em detalhes.

Cho-cho levantou a mão e me preparei psicologicamente para uma pergunta estúpida, meus olhos reviraram antes que ela falasse. Shino lhe concedeu permissão para falar.

— Qualquer missão serve?

— Se já tiverem feito mais de uma missão podem escolher, os que fizeram apenas uma até agora não tem tanta opção. Vocês têm duas semanas para entregar seus trabalhos.

A garota Akimichi abaixou a mão e começou a falar com os colegas de equipe, sem dúvida estavam escolhendo a missão sobre a qual fazer o relatório.

Mais tarde quando a aula acabou, me juntei a Sarada e Mitsuki. Queria começar esse trabalho o quanto antes, assim me livraria dele mais rápido. O ruim desses trabalhos era que alguém sempre não ajudava. Em geral, eu. Mas não é minha culpa se eu sei que esse tipo de coisa era inútil para um ninja. Estava ali para aprender a lutar com outros ninjas e mostrar para as pessoas idiotas da vila que eu era mais do que apenas "o filho do Hokage". Fazer trabalhos, entregar relatórios e passar o dia trancado em um escritório estava fora do meu objetivo.

HeartbeatWhere stories live. Discover now