you flower, you feast [portuguese version]

Parte Dois

Em duas semanas, Harry toma todas as extensões de terra de um canto ao outro do reino e cobre elas com flores e árvores frutíferas. Ele planta ameixas, laranjas, pêssegos, maçãs e morangos. Lá em cima, é meandros de setembro, mas no Submundo é um verão eterno. Todas as flores receberam um encanto para crescerem de uma só vez, mas as frutas não. Quando Louis pergunta o porquê, Harry diz:

"É bom esperar pelo tempo delas."

A mão de Harry paira sobre um arbusto de rosas, e num instante, a cor delas intensifica, e todas desabrocham como pássaros despertando. Louis segue ele como um filhotinho de cachorro ou uma criança no circo. Ele não consegue imaginar mais nenhuma pessoa com os poderes de Harry, que são puros e altruístas. Não há um traço de escuridão em plantações e jardins, há?

"A primeira mordida na fruta é mais gratificante quando você tem de esperar uma estação inteira por ela," Harry adiciona.

E isso...

Isso traz uma sensação familiar a Louis.

Louis passa uma quantidade preocupante de tempo pensando nos lábios de Harry e como chegou perto de beijá-los. Como praticamente sentiu o gosto deles. Ainda consegue sentir o gosto no ar quando está perto o suficiente. Louis talvez nunca tenha a chance de novo, mas se tivesse, a espera valeria a pena.

Pela primeira vez, ele está sendo guiado pelos campos por Harry, até o rio Eridanos, e Harry senta na grama verde, esticando uma perna e encolhendo a outra. O tecido de seda vermelho-escuro de sua toga cai para longe de sua coxa, expondo pelos ralos e dourados.

Peixes de um tom escarlate brilhante nadam embaixo da água, e Louis dirige sua atenção a eles. Agora, o jardim o distrai com uma facilidade surpreendente, até porque Harry não deixou nenhuma pedra de cabeça pra baixo, nenhuma flor sem plantar. Como humano, ele era a vida da festa, e se ele ficar, talvez represente o mesmo papel para o Submundo.

Uma das pombas vem e pousa no ombro de Harry. Ele dá uma fruta a ela e depois acaricia as penas cobertas por um branco perolado. Por fim, encara Louis e ergue a mão, revelando mirtilos que ele provavelmente conjurou.

"Pensei que você tivesse dito que estava esperando pelo tempo da fruta," Louis diz, pegando um mirtilo.

"É saudável quebrar sua própria regra às vezes."

"Claro, mas a sua regra não durou muito, durou?"

"Chama-se breve erro de julgamento. Experimente."

Ele deve estar se referindo ao mirtilo, não ao erro de julgamento. Louis sofreu muito com o último, sendo casado com alguém que odeia ele e tudo mais.

Louis coloca o mirtilo na boca e não está surpreso ao descobrir que a fruta é suculenta e doce. "Nada mal," diz ele, e Harry sorri tão convencido que é como se Louis tivesse se ajoelhado em frente a ele. "Então,"

Harry dá outra fruta à pomba. "Então?"

"Você nunca me disse por que finge ser humano."

"Aviso que não é por um motivo muito interessante."

"Eu decidirei sobre isso."

Harry encolhe as duas pernas, abraçando-as junto ao peito. "Acho que eu estava entediado, e eu já tinha ouvido falar de outros imortais que estavam fazendo isso. Na primeira vez que fui para o Mundo Superior, encontrei Nick e Alexa. Eles são extremamente cínicos, mas são hilários, e sempre arranjam algo para fazer. Me levaram a shows e restaurantes, e eu nunca me senti tão vivo quanto nos momentos em que estava perto deles. Mortais são incrivelmente sortudos... Eles sabem que o tempo deles é limitado, então tentam aproveitar ao máximo. Eu não seria capaz de encontrar um deus que faz o mesmo."