Capítulo 1 - Revisado

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ENTREVISTANDO O DEMÔNIO

. Cap 1 .

                                 - Insemnia_

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    Para uma jornalista fracassada, morando em
um apartamento de quinta que hoje está com o segundo aluguel atrasado, minha vida até que vai tranquila. - Sem trabalhos, sem dinheiro e sem um lugar adequado para dormir.
    De fato estou a beira da falência, porém, nada que um emprego em uma cafeteria ou em uma loja pouco frequentada não resolva meu aluguel.
    Como meu último trabalho, creio que necessito levar uma entrevista para meu chefe pouco tolerável, e prometi a mim mesma que se possível iria entrevistar até o diabo caso o encontrasse em um bar. De fato, bem específico.

    Como uma mulher já dependente, mesmo morando embaixo de um viaduto, não voltaria de forma alguma para a casa de meus pais. Creio que não tenho um futuro nessa sociedade, e de pouco a pouco conquisto meu espaço.
    Nada que tempo não resolva, não é mesmo?

    Em partes, minha vida amorosa é um completo desastre em todos os sentidos, porém, em destaque; o psicológico. Geralmente não me importo com aqueles ao meu redor, vejo sim a necessidade dos outros, o desastre que este mundo está, porém o que eu, uma reles mortal com a vida em um completo caos pode fazer por tantas pessoas?
    Afinal eu não sou Jesus para fazer milagres, e creio que ele não estaria em Los Angeles.

    Com minha bolsa ao lado do corpo, caminhei pela calçada até o bar mais próximo. O estabelecimento estava escasso, a não ser por mim que acabava de chegar, um homem de terno e cabelos cumpridos sentado frente ao balcão e mais alguns bêbados ao fundo - jogando um jogo qualquer com um baralho velho.

    Caminhei até a bancada de madeira e ali sentei-me próxima ao homem de postura alta e ombros largos, pedi um copo de whisky e rapidamente já estava sobre o balcão, julguem-me, mas, o álcool era minha fuga em dias tão caóticos.

    Com o dedo indicador adornei a borda do objeto de vidro, olhando aquele líquido amarelado dentro do copo. Minha vida realmente estava um desastre, e eu nem sequer teria quem entrevistar para uma boa matéria. Respirei fundo e rapidamente virei a bebida amarga garganta a dentro, a queimação fez-me fechar os olhos que instantaneamente lacrimejaram.

    ㅡ Não beba desse jeito, não está acostumada...  ㅡ Pronunciou calmo.
    Olhei para quem me dirigia a palavra. Sua face era bonita, a pele clara, os cabelos longos, o terno preto e o lindo sorriso de canto ao qual dava-lhe, de certo um charme cativante.

    ㅡ Prazer, Madara Uchiha. ㅡ Estendeu-me a mão e mesmo que receosa, pela educação que eu havia recebido, cumprimentei-o adequadamente.

    ㅡ O prazer é meu, Senhor Uchiha. Sakura Haruno, ao seu dispor. ㅡ Soltei sua mão e voltei meu foco ao copo vazio sobre o balcão.

    Sendo sincera comigo mesma, eu estava desconfortável com sua presença tão marcante. Seu perfume amadeirado adentrava por minhas narinas ao meu respirar, e deixava-me mais embriagada que a bebida a pouco ingerida.

    ㅡ Creio que algo está incomodando, Senhorita Haruno. ㅡ Voltei minha atenção ao Uchiha, creio que não seria conveniente falar sobre minha vida pessoal a um estranho.
    Com o canto dos olhos o observei, ele apenas estava concentrado em sua bebida, quando o copo esvaziou pediu mais duas doses, um para mim e a outra para si.

    ㅡ Verdadeiramente, sim, estou incomodada. ㅡ Suspirei incômoda. ㅡ A vida anda me incomodando. ㅡ Olhei para a parede ao canto do bar onde um relógio mantinha-se pendurado com dificuldades por um prego velho e mal colocado. Indicando as horas, meia noite e cinquenta e seis.

    ㅡ Te entendo, creio que tens passado por muitas coisas. Sabe, talvez teu Deus não esteja sendo tão bondoso contigo, querida Sakura. ㅡ Soltou um riso nasalado.
    Encostei minha cabeça sobre minha mão direita que era apoiada pelo cotovelo repousado sobre o balcão, permaneci observando-o.

    ㅡ Digo, ando te observando, e garanto que sua vida não é uma das quais Ele presta atenção. Nada que faça o agrada, nunca próspera em teu trabalho e sempre tem dívidas para pagar... Céus, como a humanidade é contagiante! ㅡ Sorriu para si mesmo bebendo seu whisky.

    ㅡ Como sabe tanto sobre minha vida? Anda me stalkeando? ㅡ Ele com um leve aceno de cabeça em negação direcionou seus olhos ônix para mim. ㅡ É um psicopata?

    ㅡ Não está óbvio, garota? Eu não sou o que aparento ser. ㅡ Levantou-se do banco pouco confortável e estendeu sua mão para mim, aceitei e me levantei. ㅡ Sou conhecido como Lucifer.

    Retirou dinheiro de seu bolso e pagou nossas bebidas, e mesmo recusando ele apenas insistiu e olhou-me, fazendo meu corpo receber um choque térmico e calafrios percorrem por minhas costas.
    Eu de fato não sabia o que dizer, era provável que o homem estivesse drogado ou sofrendo de distúrbios mentais. Mas, ele não parecia instável em momento algum, tornando assim, minhas opções falhas.

    ㅡ Sei que é loucura, e entendo sua dúvida. ㅡ Sorriu enquanto começava andar, no entano, parou quando viu que eu não o seguia.
    ㅡ Ande garota, sei o que quer.

Caminhou rumo a saída do bar, olhando ao meu redor percebi que; aquele estranho me era interessante. Segui seus passos para fora do estabelecimento, vendo-o parado frente a calçada com ambas mãos dentro dos bolsos da calça, seus cabelos balançavam com a brisa fresca e seu olhar firme me encarava de longe.

Interviewing the Devil - RevisandoOnde histórias criam vida. Descubra agora