Capítulo 2 - Revisado

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ENTREVISTANDO O DEMÔNIO

. Cap 2 .

                                 - Insemnia_

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    A noite mantinha-se nublada com poucas estrelas aparentes no céu azul escuro, as ruas estavam escassas de pessoas e as luzes da cidade dominavam o cenário de fundo. Andando ao lado daquele homem que dizia-se o Diabo, questionei-me o motivo de tudo aquilo.
    Com o olhar baixo mantive-me em silêncio, minha respiração pesada denunciava meu nervosismo e creio que o estava aborrecendo.

    ㅡ Por que está tão nervosa? Não farei nada que não seja de seu agrado. ㅡ Com um leve sorriso de canto sobre os lábios, ergueu sua mão e segurou meu queixo, levantando-o até que nossos olhares se encontrassem. ㅡ Haruno, diga-me o que deseja...
    
    ㅡ Eu não sei! Solte-me por favor, senhor Madara. ㅡ Meu rosto esquentou pela aproximação repentina e a voz falhou por nervosismo, ele soltou-me e voltou a caminhar não muito satisfeito com minha resposta.
    ㅡ Por acaso, poderia dizer-me o que vossa pessoa faz a esse horário em um bar bebendo e vagando pelas ruas com uma pessoa como eu?

    ㅡ Não sei, talvez seja o destino. ㅡ Riu irônico, enquanto caminhava um pouco mais a frente.
    ㅡ Como eu já havia dito, eu estou te "vigiando", sei o que precisa e estou disposto a ajudar... Porém, tenho meu preço. ㅡ Parou, virando-se para mim.

    ㅡ E qual seria? ㅡ Aproximei-me olhando-o no fundo de seus olhos opacos e vazios.

    ㅡ Te dou a entrevista, e em troca, seja minha. ㅡ Disse galante, puxando-me para si.
    Eu estava estática. Meu cérebro não formulava se quer uma palavra, estava em negação ao mesmo tempo em que tentava entender o que havia ouvido.
O Diabo queria-me, eu de fato não entendia.

    ㅡ Como me quer?

    Ele apertou minha cintura com sua mão forte, e sorriu.

    ㅡ Adivinhe, afinal, para um rostinho tão angelical a tua alma é pecaminosa o suficiente para condenar-te ao mais profundo inferno. ㅡ Soltou-me subitamente e voltar a caminhar, deixando-me parada, perdida em pensamentod, inerte ao mundo e a todos o incluindo.

    Realmente eu não faço ideia do que deveria fazer, caso aceite, teria que entregar meu corpo e alma para o Diabo, caso eu recuse estarei fadada a morar embaixo de uma ponte - e a opção mais plausível é, obviamente, a segunda -.
    Eu nunca me venderia na vida, nem se eu estivesse prestes a morrer, mas sou orgulhosa de mais para perder meu emprego, ao qual tanto me dediquei para conseguir. E "vender-me" apenas por uma noite não seria tão problemático, seria? Creio que, me entreganto para ele quanto para outro eu estaria pecando da mesma forma, então, porque escolher se já tenho a opção bem a minha frente?
    Talvez seja egoísmo meu, mas não tenho muitas opções. Sei que não é desculpa, mas, quem se importa?

    Voltando à realidade, percebi olhando ao redor que já estava só. Ele não estava mais lá, talvez tenha sumido pelas sombras, ou saiu voando pelos céus de LA com suas asas de demônio. Quem sabe?

    Voltei pelo mesmo caminho até minha casa, na qual com poucos minutos de caminhada eu havia chego.
    Joguei minha bolsa em um lado qualquer e deitei-me sobre a cama com as roupas que estava, olhei para o relógio de cabeceira, já eram duas e dez da madrugada. O tempo havia passado rápido, admito que se eu pudesse teria conversado mais com ele, de fato, ele era um homem interessante. - Se é que realmente posso chama-lo de homem.

ㄴ⚘ㄱ

    O relógio tocou desesperado pela manhã tomando meu tão veloso sono. Sentada sobre a cama passei a mão sobre os olhos tentando espantar o a moleza que ainda sentia.
    A noite passada havia me deixado intrigada, ainda tenho minha dúvida sobre o homem, porém, estou em um ponto que qualquer coisas serve. Não posso negar ajuda, ainda mais vindo de um ser tão... irreal?
    Desliguei o relógio que insistia em tocar, levantei-me e fui para a cozinha do pequeno apartamento mal acabado ao qual eu chamava de lar. Era fato que eu moro em um lugar onde nem sequer está terminado, e para piorar ainda pago uma grana alta por uma coisa que nem se quer vale a pena.
    É, realmente estou fadada ao fracasso, espero que essa entrevista dê certo, afinal, minha vida futura está nas mãos do Diabo. Quão irônico isso soa, aparentemente estou ficando maluca, creio que não posso mais beber, até porque, saciar meu vício alcoólico está saindo caro para meus bolsos vazios.

    Fiz um café forte, amargo e quente, a ressaca estava deixando-me tonta, agora entendo por quais motivos eu evitava beber na época de faculdade, eu me embriagava com apenas dois copos de vodka e quando bebo duas doses pequenas de whisky já fico com ressaca.
    Com um longo suspiro na tentantiva de criar coragem, encarei o líquido escuro e o bebi rapidamente, o amargor trazia um gosto horrendo para a garganta, e consequentemente, senti ânsia.
    Sai da cozinha rumo ao quarto, onde me despi e caminhei para o banheiro. Como se já não houvesse começado ruim meu dia o chuveiro não funcionava a água quente, e a gelada me era a única opção - até mesmo nos dias frios como hoje, eu tomava banho nesse estado.

    ㅡ Quando será que vou vê-lo novamente? ㅡ Questionei-me com um suspiro longo enquanto deixava a água cair sobre minha pele, causando arrepios gélidos pela temperatura baixa.
    ㅡ Por que raios estou pensando isso? ㅡ Revirei os olhos com minha curiosidade e comecei tomar meu banho devidamente.

Interviewing the Devil - RevisandoOnde histórias criam vida. Descubra agora