capitulo 2

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Sara.

Não havia nenhuma alma viva na estrada, nenhum carro, caminhão e nem mesmo o roncar da moto que me salvou. Por esse motivo o pavor então começou a transparecer pelo meu corpo. Observei ao meu redor e avistei um orelhão antigo do outro lado da rua, tomara que ainda funcione ou estarei definitivamente em maus lençóis.

Sem pensar muito, caminhei até ele e comecei a discar o número do meu pai, entretanto só caía na caixa postal.

__Por favor deixe um recado após o bipe.

__Pai sou eu sua filha Sara, lembra de mim? Pai me ajude, estou em perigo, tinha uns homens eles me assaltaram e me bateram também, mas fica tranquilo, estou bem. Porém estou perdida.  Não é tão longe do colégio. Não demora muito, estou com muito medo pai. Vou ficar te esperando está bem? O senhor vai ouvir o recado em breve. Por favor ouça. - Sussurro e deixo o telefone cair me apoiando no orelhão ofegante.

Sentei-me no chão, e comecei a chorar compulsivamente, me deixando ser levada pela sensação de impotência e solidão recém instalada no meu interior.

Por que ele não me atendia? Será que não percebeu que não voltei para casa? Por que não se importa?  Como um estalo lembrei do cartão que a Talita entregou, limpei as lagrimas do rosto, se me recordo bem havia um número atrás dele. o Peguei de dentro do bolso e pensar que quase o joguei no lixo, levantei-me e disquei seu número e no segundo toque ela atendeu.

__Alô.

___Professora, me ajuda por favor. - falei tentando não deixar sobressair meu nervosismo.

___Sara o que houve? Por que está nervosa? Pergunta aflita e puxo o folego . Não funcionou muito, Talita me conhecia como ninguém.

___Eu fui assaltada. Estou com muito medo, por favor me ajuda!

___Se acalma, onde você está? Você está bem? Pelo amor de Deus diz que está bem!

___Estou bem, não sei bem onde estou, é uma rua estranha, tem um orelhão, eu não sei. Rebato Frustrada por não conhecer quase nada da minha própria cidade. Na verdade, decorar ruas nunca foi minha especialidade.

__ Olha para algo que pode indicar onde está, qualquer coisa. - Falou e olhei em volta analisando.

___Deixa-me ver. Tem um mercadinho ou seria loja? Não sei ao certo. - Questiono confusa.

__Que cor é? Ou nome?

___é azul e vermelho. Não dá para ver o nome direito.

___Tudo bem, acho que sei onde é, fica perto da escola, espere aí, já estou indo te buscar, não saia daí!- Advertiu autoritária, não tenho nenhum lugar para ir mesmo.

__Vem logo. - Imploro e desliga o aparelho.

Me sentei no chão apoiando a cabeça nas minhas pernas, não podia evitar de me sentir aflita, se aqueles babacas retornarem estou perdida. Até agora, não consigo entender o que aconteceu para eles correrem daquela forma.

Os minutos pareceram horas, uma luz forte bate no meu rosto, deixando meu corpo em sinal de alerta.

Demorei um pouco para distinguir que era professora, percebi que estou mais nervosa do que antes, ela me chamou de forma carinhosa e fui até ela receosa.

Me abraçou me pegando totalmente desprevenida, não retribuo de volta. Era estranho receber afeto e pela primeira vez alguém estava se importando comigo sem ser por obrigação. Fechei os olhos apertando minhas mãos trêmulas, segurando as lagrimas que insistiram em cair.

{...}

Já na sua casa, depois de Talita me fazer algumas perguntas, e por incrível que pareça me abrir com ela, me avisou que irei dormir aqui essa noite, mas teria que deixar meu pai informado.

Nos Planos de Deus. (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora