Perdidos no Carnaval

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Ele entrou no salão de baile. Todos dançavam. Sentada numa mesa, lá estava ela. A menina mais bonita da festa. Mas não estava sorrindo. Estava sentada ali com um ar entediado. Não. Contrariada. Mas era sábado de carnaval. E todo mundo parecia feliz. Menos ela.

Era uma moça morena, linda, de cabelos compridos. Ele, loiro, de olhos azuis, óculos e o rosto cheio de espinhas. Preferia rock. Podia se considerar um deslocado no meio daquele povo. Mas aquela moça não. Tão linda, colocaria todos aos seus pés. Por que estava sentada ali tão séria? Ele queria descobrir.

Pegou uma cerveja. Ficou rodeando a moça, andando perto da mesa. Ele mal podia resistir ao desejo de puxar assunto. Mas a moça o olhou e sorriu. E o coração dele parou. Agora sim, ele acreditava que o carnaval era mesmo mágico. Hoje é um dia que tudo é possível.

O sorriso o encorajou. Sentou-se do lado dela. A conversa de sempre. Tudo bem? Meu nome é Fulano. Sou Cicrana. Prazer. E aí, por que você está tão triste? Porque odeio carnaval. Ah, então era isso. Também não gosto. Ela era ainda mais bonita de perto. Ele achava que estava ficando apaixonado.

Aí o Cupido mirou no coração dele e disparou a flecha. Na verdade eu gosto mesmo é de rock, ela disse.

E ele estava rendido.

Afinal, todos podem encontrar o amor num sábado de Carnaval. Até quem não gosta muito de sambar.

Contando um contoWhere stories live. Discover now