Turbulência

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Meu sonho, desde de criança, sempre foi ir a um cruzeiro. Consegui realizar meio que pela metade, pois graças ao meu bom desenvolvimento profissional, ano passado tive condições de pagar uma viagem aqui pela Ásia mesmo.

Porém, o mundo é gigante, eu seria um pouco tolo se meus pensamentos se restringissem apenas ao meu querido continente, eu sentia que o meu sonho realmente só se realizaria quando eu conhecesse o mar do Caribe.

Então, quando eu vi aquele email, não conseguia acreditar no que estava escrito.

- Caralho finalmente! - Gritei por todo meu apartamento, e só depois eu me toquei que era plena duas e meia da manhã, então gritei novamente - Desculpa vizinhos!

Me dirigi praticamente correndo até o meu bar na sala de jantar, digamos que esse era também um sonho de infância, e peguei o melhor uísque que eu tinha, ao mesmo tempo com o celular no viva voz, eu tentava ligar para Kyungsoo.

Eu tinha um pressentimento de que ele não ficaria muito feliz. Mas eu precisa compartilhar minha felicidade com alguém, e ele era meu melhor amigo.

"Alguém morreu?" Kyungsoo atendeu com voz de sono.

– Não Kyungsoo, relaxa que ninguém morreu.

"Então por que diabos você 'tá me ligando a essa hora?"

– Quero te contar uma novidade. – Falei me deslocando da sala de jantar e me sentando novamente no sofá com meu copo de uísque na mão, que agora já estava pela metade.

"Fala então".

– Lembra daquele sorteio que Seoul Magazine fez que o prêmio era uma viagem de cruzeiro pelo Caribe?

"Claro que eu lembro, você ficou uma semana toda me falando disso".

– Então... Eu consegui Kyungsoo, dentro de um mês vou estar de malas prontas para o Caribe!

"Ah que bom, parabéns. Você vai sozinho?"

– Não, foram dois números sorteados, eu e mais outra pessoa, mas eu só vou saber quem é no aeroporto.

"Hum legal, agora deixa eu voltar a dormir".

Eu ri, que bom amigo eu tinha.

– Larga de ser insensível Soo, eu só te liguei essa hora porque eu estou muito feliz e você é meu melhor amigo

"Eu sei Baekhyun, parabéns mesmo, eu estou muito feliz por você. Será que posso dormir agora? Eu tenho que trabalhar amanhã, você também deveria".

– Não vou trabalhar amanhã, 'tô cansado demais das viagens de trabalho que tive essa semana, consegui uma folga. – Suspirei – Boa noite então.

"Boa". E desligou.





Havia se passado um mês desde do dia em que eu tinha recebido minha tão sonhada novidade.

Eu olhava a cada cinco minutos para o relógio, como se o tempo fosse fugir das minhas mãos e o meu medo de perder a hora fosse se concretizar.

Desde do dia anterior, estava tudo arrumado, minhas duas malas já fechadas e minha roupa separada com todo cuidado do mundo para não amassar.

Nesse meio tempo de um mês, tive que deixar tudo organizado para ter condições de passar muitos dias fora de casa, na questão do trabalho, eu já tinha avisado a minha chefe desde do começo, Tiffany Young é uma estadunidense descendente de pais coreanos de 35 anos que mais parecia ter a minha idade.

Ela sempre fora muito legal comigo, e me acolheu muito bem no seu escritório desde da época que eu era um estagiário e ainda estava na faculdade de arquitetura.

Desde de então temos uma relação de amizade e confiança muito forte fora do trabalho, e esse auge veio quando ela me convidou para ser o tio da garotinha que ela adotou a dois anos atrás juntamente com sua esposa, Kim Taeyeon.

Minha vida profissional era perfeita, eu não tinha do que reclamar, mas eu sempre fui vítima daquele famoso ditado "sorte no jogo, azar no amor". Desde da época de adolescente, era como se o karma tivesse grudado em mim, e nunca mais resolveu me abandonar.

Porém, isso não vem a tona agora.

Finalmente parecia que o ponteiro do relógio tinha saído do lugar, e eu pude me levantar da minha cama confortável e ir para o banheiro tomar um banho quente e me preparar psicologicamente para a longa viagem que eu faria hoje.

Aeroporto de Seoul, vôo para Los Angeles e de lá seguir direto para o porto.

Ficar muitas horas sentado dentro de um avião, não era o meu ponto mais forte, muito pelo contrário, eu me cagava de medo.

Mês passado inventei de fazer um curso para agregar ao meu currículo, lá na Austrália, e na volta a turbulência foi tão forte que eu sentia que minha hora tinha chegado.

Grudei minha bunda no assento e não levantei de lá pra nada. Parecia o inferno, gente gritando, chorando, correndo, crianças vomitando, e eu apenas observava e aceitava a morte.

Porém nada aconteceu, e eu ainda não superei.

Depois de pronto, fui esperar o táxi que me levaria para o aeroporto e que felizmente não tardou a chegar, aproveitei e respondi algumas mensagens no Kakao, grupo do trabalho, alguns amigos, meus pais e minha querida avó, a senhora Kim, que se rendeu a tecnologia quando me ligou pedindo um smartphone de presente de aniversário, todos me desejavam uma boa viagem e eu apenas respondia com um "obrigado" e um emoji de coração.

Chegando no aeroporto, paguei ao motorista, peguei minhas malas e fui logo em direção a sala de check in.

A pergunta que rondava a minha cabeça, era se a outra pessoa que havia sido sorteada comigo, já tinha chegado e como ela era.

As únicas coisas que eu sabia a respeito, é que era um homem e seu nome era Chanyeol.

Fiquei sabendo no dia que fui pegar minhas passagens na sede da Seoul Magazine, e bem, esse nome não me traz boas sensações.

Muito pelo contrário.

Mas eu não pensei muito nisso, existem muitos Chanyeol por aí.

Após fazer o check in, só bastava me sentar e aguardar, o aeroporto estava quase vazio, estão escolher um lugar não seria um problema.

Nesse meio tempo, Kyungsoo ligou, ele estava no próprio escritório onde trabalhava como advogado.

O coreano sempre deixou bem claro para mim e para nosso grupo de amigos, que advocacia não era bem o que ele gostava e que só fez esse curso por livre e espontânea pressão por parte da família que queria manter a linhagem de advogados da família Do.

– Soo, como você 'tá?

"Estressado" Riu "Os casos me estressam, os clientes me estressam, o julgamentos me estressam, não aguento mais".

– Calma, falta pouco para você tirar suas férias Do Kyungsoo, não vá fazer nenhuma merda.

"Não vejo a hora disso acontecer, quero ir logo para a Itália começar meu curso de gastronomia".

Mesmo sem estar presente pude imaginar o Kyung fazendo biquinho, contrastando com aquela sua cara de penguin bravo que só ele conseguia fazer, mas eu não tirava sua razão, deveria ser horrível você não poder trabalhar com o que realmente gosta.

Conversei com o Do por mais alguns minutos, e após ele finalizar a ligação, senti alguém cutucando meu ombro.

Quando eu me virei para trás, meu cérebro parou de funcionar por alguns segundos.

– Olá, sou Park Chanyeol e fiquei sabendo que nós vamos viajar juntos.





•••



Finalmente consegui postar o primeiro capítulo, me desculpem pela demora.

Os meus estudos estão muito puxados, e eu estou (infelizmente) sem tempo para escrever, então não tenho previsão para postar o próximo.

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⏰ Última atualização: Apr 06, 2019 ⏰

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