Capítulo 2

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Dominnic

- INFERNO. - Grito ao mesmo tempo que dou um soco na porta do elevador as poucas pessoas que estão na recepção se assustam com meu ato, peço desculpas e vou para a sala que os caras ajeitaram pra mim, nao sei até que ponto eles sabem do que aconteceu no passado entre eu e Clara, não sei se ela contou alguma coisa a eles, agora de uma coisa tenho certeza a Diana sabe de tudo. Sinto que meus amigos estão me seguindo mas não me importo entro em minha sala e me jogo na cadeira.
Eu não pensei que a Clara fosse ficar daquele jeito com a "exigência" dela ser a minha assistente, até porque já nos encontramos antes em alguns eventos de publicidade onde ela foi com a Diana já que é sua secretária e ela não demonstrava nada, sempre foi educada, atenciosa e em alguns momentos chegou até conversar comigo, só que agora vejo que tudo aquilo era fachada, ela me odeia e com razão.

-Caraca Dominnic será que você pode nos explicar o que acabou de acontecer, porque você rasgou a demissão da Clara? - O Rafael pergunta me trazendo de volta a realidade.
Olho para meus amigos e não sei como contar essa parte da minha vida que eu acho que eles não sabem até porque quando me envolvi com a Clara eles tinham ido passar um tempo com os avós.

Conheço os caras desde moleque nossas famílias são próximas desde que me entendo por gente, eles vão ficar decepcionados comigo quando eu contar, guardei isso por muito tempo e a unica pessoa que sabe de tudo é a Valentina minha não tão adorável noiva. Pois é estou noivo a 4 anos e sempre dou um jeito de enrolar a Val mas isso eu conto em outro momento preciso me concentrar nos meus amigos aqui de frente pra mim.

- Nick fala logo cara o que aconteceu entre você e a Clarinha pra ela se demitir da empresa? Ela nunca se opôs a trabalhar com quem fosse aqui dentro mas com você ela simplesmente surtou. - O Bernardo fala e o Rafa completa.

- Pois é mano nunca vi minha baixinha daquele jeito. - Fico olhando pro Rafael cheio de intimidade com a Clara e acabo falando em voz alta e em um tom raivoso.

- Porque você chama ela assim?

- Ei calma ai bonitão, nós somos apenas amigos e desde o dia em que ela começou a trabalhar aqui tanto eu quanto o Bê a adotamos como nossa irmãzinha, pode baixar a guarda aí parceiro. -O Rafa responde.

- Mas deixe de enrolação e conta logo que porra rolou entre voces dois. - Agora foi Bernardo, respiro fundo e penso no que dizer, não posso contar tudo o que aconteceu no passado, vou falar só que tivemos um lance que não deu certo.

- Eu e a Clara tivemos um lance a 11 anos atrás mas não deu muito certo, eu sempre a achei linda e vocês sabem que não ligo pra essa frescura se a gata é magra ou gordinha, alta ou baixa se tiver um papo bom e for simpática com meus amigos e familiares já me ganhou e foi assim com ela. Se naquela época eu tivesse a cabeça que tenho hoje não teria traído ela com a Valentina.

Falo lembrando de tudo que rolou no aniversário dela de 18 anos mas essas lembranças guardo só pra mim, não sei se algum dia terei coragem de contar tudo que aconteceu.
Me perco em pensamentos lembrando do dia em que a conheci.

11 anos atrás.

- Mano acorda, você prometeu ir comigo no abrigo hoje.

Acordo com minha irmã me balançando, ontem fui em uma festa bebi pra caramba e nem sei como cheguei em casa.

- Nanda não da pra ser amanhã não, estou quebrado maninha bebi demais ontem e estou com a cabeça explodindo, prometo que passo o dia todo com você. - Tento barganhar com ela mesmo sabendo que ela não vai aceitar, ja tem um tempo que ela me chama pra acompanhar o trabalho que ela e uma outra amiga da escola fazem nesse abrigo e eu só enrolando ela mas dessa vez não tem jeito vou ter que ir.

- Nem pensar Dominnic, toda vez é isso e sem contar hoje é um dia especial lá no abrigo. Você tem 10 minutos pra estar lá embaixo.

Ela sai do meu quarto gritando, é dessa vez não tenho como fugir, melhor levantar logo antes que ela volte. Tomo um banho rápido, pego a primeira roupa que vejo visto e desço.

Procuro aquela peste e a encontro na cozinha conversando com nossos pais escuto ela falando de uma festa de aniversário surpresa mas não dou muita importância.

-Vamos logo pirralha. - A chamo e vou em direção a garagem.

-Obrigada Nick, é muito importante para mim que você seja um dos primeiros a ver o nosso trabalho no abrigo.

-Sabe que faço tudo por você, pequena.

O percurso até o abrigo é dela falando o que mudaram, de como era, confesso que fiquei animado para ver as mudanças.

-Clara realmente sabe como lidar com crianças.

-Quem é Clara?

-Minha amiga oras, já falei dela.

-Sim, mas não o nome – estaciono o carro próximo a entrada do abrigo.

Nanda sai toda animada do carro, praticamente corre entrando no abrigo me deixando para trás, vou seguindo o caminho que Nanda fez, já dentro da casa, vejo vários desenhos espalhados pela parede, pelo barulho vejo que as crianças estão no jardim, é bom ouvir risos de crianças em lugares como este, que são sempre sombrios e tristes.

Logo que chego em um grande jardim vejo crianças correndo, parecem brincar de pega a pega, foi quando uma bela morena apareceu com o sorriso mas lindo e encantador que eu já vi, as crianças que estavam correndo pelo jardim simplesmente sumiram, e naquele momento só existia ela, senti meu coração acelerado, minhas mãos suando, e algo que nunca aconteceu me vi tímido diante daquela morena linda cheia de curvas.

_Nick quero que conheça Ana Clara, minha amiga – sou tirado do meu devaneio pela minha irmã.

_Prazer Dominnick a Nanda fala sempre de você, sou Ana Clara, mas pode me chamar de Clara - é possivel se apaixonar logo de cara? Ela tem um sorriso lindo, acho que já disse isso né.

_O prazer é todo meu Clara – pego a sua mão, pequena e macia comparada a minha.

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