Por PeareCoffeeA curiosidade é um grande motivo para as grandes descobertas do mundo ao menos é o se tem notícia. Cientistas, muitas vezes, só se aprofundaram em suas descobertas por pura fascinação e curiosidade. Até nós mesmos, não cientistas, descobrimos coisas novas todos os dias. Algumas pessoas na escola, na faculdade, outras no trabalho, algumas que aprendem através do ensinamento de outras pessoas e ainda temos os seres peculiares que aprendem consigo mesmos e suas atitudes, guiados pela curiosidade.
Kim Namjoon não é muito diferente dessas pessoas. Porém, sua secreta curiosidade vinha do que acontecia enquanto ele dormia. O rapaz se perguntava o motivo pelo qual ele, quase todas as vezes que fechava os olhos, acabava sonhando com aquela coisa tão ímpar, tão inusitada e única, que simplesmente não sabia abrir a boca para explicar o que era. Por mais que já tivesse tentado até mesmo pegar um caderninho e escrever alguma coisa que lhe pudesse servir de explicação, não conseguia rabiscar uma única palavra.
E, naquele momento, assim que abriu os olhos, chegou a cogitar a ideia de que talvez pudesse voar. Mas a gravidade puxava seu corpo de encontro aos lençóis bagunçados da cama. Foi então que ele percebeu a insistência de seu coração, que queria partir para fora do peito em uma velocidade acompanhada das bufadas fortes de ar que saiam de seus lábios. Não sabia ao certo como se descrever. Animado? Talvez. Confuso? Muito. Desconfortável? Com toda certeza. Confuso? Sim, muito confuso. Curioso? Mais do que nunca.
Não era a primeira vez que acordava tão desnorteado. Na verdade, chegava a ser intrigante o fato de que à cada noite se tornava mais comum sonhar com aquilo. E levando uma mão para trás da nuca e piscando os olhos ao se sentar, ele recebia as lembranças de mais um daqueles sonhos que andava tendo recentemente. E de tanto sonhar e estranhar, estava ficando quase normal. E, se pudesse ser sincero consigo mesmo, não sabia se esse "normal" era muito bom.
Com o tempo, essa sensação de estranheza se passava, e o rapaz acabava ficando mais curioso a cada despertar. Curioso não só pelo garoto sorridente com quem sonhava, mas curioso sobre aquele lugar. Não sabia descrever o que aquele lugar era de fato, mas sabia que era bem diferente de tudo que já havia visto com os olhos abertos, de qualquer outra coisa que estava ao seu alcance em seu mundo, ou de qualquer coisa que havia escutado de algum amigo seu. Nada se comparava ao pequeno mundinho intrigante e desconhecido que aparecia em seus sonhos.
Estreitou o olhar, encarando fixamente o canto da parede de seu quarto, esperando o vazio em sua cabeça ser preenchido lentamente pelas memórias daquele mais novo sonho que tivera. E então, as palavras começaram a aparecer em sua mente como pisca-piscas, iluminando e clareando o seu ser, que com um sorriso animado no rosto, pegou seu celular embaixo do travesseiro e abriu o bloco de notas.
A luz forte do celular ardia em seus olhos, mas naquele momento ele se preocupou apenas em digitar rápido as poucas sílabas que ainda lembrava de ter escutado. Algo como "Seoul", talvez. Mas não, não era aquilo. Bagunçou os cabelos, mordendo a própria bochecha. Os minutos seguintes se resumiram no rapaz andando pra lá e pra cá no quarto, com pensamento inquietos e festejantes, dançando entre palavras, porém não a correta. Sul, Jejum, atum...
Azul.
A palavra lhe cutucou no cérebro e ele teve certeza de que era sobre isso que estavam falando no sonho. Escreveu a palavra minúscula no celular e correu para sua janela. Observou o céu de Black&White e não havia nada de novo. Apenas gotas e mais gotas de chuva caíam – naquela manhã pelo menos, mais fracas. A cada segundo que passava olhando para aquele lugar se sentia mais estranho. Era como se aquele céu e aquela chuva o trouxessem de volta para casa. E, pela primeira vez em tanto tempo, não desejou estar mais em casa, pelo simples fato de que ali não se sentia mais tão confortável.
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Hope World • Jung Hoseok
Fanfiction[ concluída ✔ ] Namjoon era só mais um habitante da agitada cidade de Black&White. Ele vivia em um mundo em preto e branco, cercado de pessoas apressadas escondidas atrás de capas e guarda-chuvas. Acostumado com a única realidade que conhecia, Namjo...