Prólogo

2 0 0
                                    

Vivíamos em um mundo normal, onde pessoas lutavam para sobreviver e outras nem tanto, ou talvez simplesmente não fizessem nada para viver. Um mundo onde todos reclamavam da política, da saúde, educação, trabalho. Um mundo que não era o ideal, não era perfeito. Mas existiam pessoas ambiciosas, que queriam criar uma cura, uma simples pílula que acabaria com todos os problemas dos humanos, bom, os de saúde, pelo menos.

Poucos foram aqueles que escutaram essa ideia, claro, parecia uma loucura! Um remédio que traria a cura de doenças incuráveis? Doenças raras que poucos conheciam? Doenças que ainda viriam? Os criadores do projeto foram ao prefeito de Londres com sua ideia que para Ronald Clark – o criador – parecia a coisa mais espetacular do mundo. Fora-lhes prometido que se passaria para a Assembléia de Londres, onde seria analisada a decisão do prefeito. Meses se passaram e não ocorreu nenhuma resposta, Ronald estava ansioso e certo de que seria o salvador de todos, certo de que havia descoberto algo que o levaria a lugares inimagináveis. Ronald Clark não deixava de estar certo.

Sem qualquer resposta das autoridades e sendo ignorado completamente pelo prefeito, o cientista chefe largou tudo o que havia construído e focou em seu projeto, juntou todos os que confiavam em si e com ajuda daqueles que lhes forneciam o que precisavam, montaram seu próprio laboratório subterrâneo, onde com as melhores máquinas foram cada vez mais longe. Primeiro usaram animais como cobaias, no começo tiveram complicações – como era de se esperar –, mas logo os pontos fracos de seu remédio haviam sido corrigidos e precisaram de cobaias humanas. Os fornecedores ofereciam uma grande quantia de dinheiro para aqueles que se arriscassem aos testes e não demorou para que fossem procurados por pessoas interessadas naquele dinheiro – ótimo.

Ronald havia dedicado sua vida naquele projeto, tudo. Havia até mesmo se divorciado, perdido a guarda de seu filho. Mas se ele pudesse privar sua criança de qualquer doença, iria em frente até conseguir. Aqueles que trabalhavam junto ao senhor Clark começavam a duvidar de sua sanidade, alguém que guardava tudo aquilo consigo poderia ficar com a mente fraca.

As pessoas que se candidataram para se tornarem cobaias não esperavam que os testes seriam daquela forma, claro que antes de se submeterem a eles foram obrigados a assinar um contrato de confidencialidade, mas muitos não saíram vivos dali. E Ronald? Algumas vidas perdidas não faziam diferença, era para "uma causa maior". O que seriam alguns mortos quando ele poderia salvar milhares com seu remédio? Quem sabe até mesmo salvar a todos? Aqueles que morreram nos testes eram apenas fracos.

Estava feito, as cobaias eram poucas, mas suficientes para os experimentos. O cientista estava orgulhoso de si, finalmente estavam realmente indo há algum lugar e os fornecedores já não ficavam no seu pé.

Mas um acidente poderia mudar tudo e principalmente a vida daqueles que foram suas cobaias.

Radioativo - O Fim do MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora