SENSAÇÕES ESTRANHAS

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Angel

A nossa loja era linda, as portas eram de vidro, e no seu interior havia cinco estantes abarrotadas de objetos de várias categorias, de fantasias a utensílios de cozinha até enfeites nós vendíamos.

Ao lado direito da porta de entrada havia um canto para os clientes esperarem ser atendidos, com três poltronas de couro marrom que estava formando um círculo em torno de uma mesa pequena de vidro, em cima dela havia um pequeno jarro com flores artificiais e do lado uma pilha de revistas.

Ao lado esquerdo da porta de entrada havia um balcão de madeira envernizada de cor branca. Atrás dele estava Lucy de costas para mim, organizando a estante grudada na parede.

Quando eu entrei segurei-me no balcão para poder retirar os meus patins, Lucy então se deu conta que eu estava ali e virando se para mim, falou:

— A Angel, é você? — Ela disse meio nervosa.

— Claro — Respondi — pois se fosse um ladrão,  te roubava sem você percebe.

Comecei a rir, Lúcia então pegou uma flanela em cima da maquina registradora e jogou na minha direção, eu agarrei a flanela no ar e joguei de volta para ela, que a pegou e falou:

— Há.ha.ha muito engraçado da sua parte.

Eu já havia calçado as minhas sandálias. Deixei os meus patins no canto do balcão. E fui para trás dele, assim que me sentei numa pequena cadeira giratória, Lúcia passou por detrás de mim, e falou:

— Andy, eu queria-te pedir um favor hoje.

Olhei para ela, e perguntei:

— Qual?

Ela sem jeito esfregou uma mão na outra, e disse:

— Você lembra que eu te falei sobre um, cara com quem eu estava conversando “online”?

Semi-cerrei os olhos e falei:

— Aquele que eu havia brigado por você ter usado o perfil da loja para paquerar ele?

— É, mas eu não estava paquerando ele.

Na verdade, ela estava. Eu odiava quando Lúcia usava o perfil social da loja para conversar com homens na Internet, pois, no perfil havia uma foto minha com ela e a maioria das vezes ela não explicava para eles quem ela era das duas. Já ouve casos de eles virem até aqui e darem em cima de mim por causa dela. Ela sempre me culpa por isso, pois, eu sempre espanto eles e ameaço chamar a polícia.

— Tá! O que tem?— perguntei por fim.

— É que ele disse que, quer me conhecer, e para isso ele virá aqui.

Ela falou com o semblante de quem já espera uma bronca que sem dúvidas eu, lhe daria.

— Aqui? Esse, cara, você não falou que ele mora na Itália?

Ela balançou a cabeça em afirmação, e depois falou:

— É ele disse ia pegar o primeiro voou de hoje para chegar aqui, ele quer me conhecer.

A MAGIA QUE NOS UNEOnde histórias criam vida. Descubra agora