A MAGIA QUE NOS UNE

ENFRENDO FANTASMAS

Cristian

Logo que deixei Lucy na casa dela, segui de volta para a casa da Angel, que ficava a dois quarteirões de distância.

Cheguei e a porta havia sido trancada, por sorte eu estava com a minha chave, abri e entrei, me virei e tranquei ela novamente. Não vi Angel, então segui até a cozinha para beber um pouco d'água, assim que me aproximei da pia, vi o copo com suco que eu havia dado para Matt.

Pensamentos agora me perturbavam, será que ele e Angel reataram? Será que os dois agora estariam em seu quarto se reconciliando?

Um ódio cresceu em meu peito, ciúme e raiva se misturavam com tristeza. Balancei a cabeça tentando esquecer esses pensamentos, segui para meu quarto, assim que entrei fechei a porta por trás de mim, segui para o banheiro e tomei um banho, sai com uma toalha branca enrolada na minha cintura, fui até o guarda-roupa, e peguei apenas uma cueca boxe preta e uma calça de moletom da mesma cor e vesti.

Meus cabelos estavam úmidos do vapor do chuveiro, os penteei, deixando eles soltos.

Mesmo tentando esquecer que Angel poderia estar com outro, eu não conseguia, cheguei perto da grande esfera azul de frente para meu espelho, e passando a mão sobre ela, imaginei Angel, não demorou e eu podia vê-la.

Ela estava abraçando o travesseiro e chorando muito. Isso partiu meu coração, não consigo ver meu doce Anjo, sofrendo assim. Então mesmo correndo o risco de ser expulso por ela, decidir sair do meu quarto, subi as escadas e fui até o quarto dela, a porta estava aberta, apenas me aproximei e dei duas batidas de leve, ela olhou para mim assustada, e começou a secar suas lágrimas rapidamente.

— O que faz aqui Cristian?

— Vim ver se você estava bem. — Falo enquanto me aproximo.

— Estou, você já pode ir agora.

— Porque será que não consigo acreditar em você?

Falo me sentamdo na ponta da cama, Angel me olha com tristeza, e volta a chorar, ela se senta na cama, e em seguida se deita em meu colo, o que me surpreendeu um pouco. Comecei a acariciar seus cabelos, e perguntei:

— O que houve? Você pode me contar o que quiser, sabe disso, não sabe?

Ela balança a cabeça em afirmativa, vê-la tão triste, partia meu velho coração, não suporto vela chorar, e se eu puder fazer algo para ajudar ela, sem dúvida eu farei.

— Me conta Angel, é por causa do tal Matt, que você está assim? Vocês brigaram?

— Não… — Ela sussurra.

— Então, me conta como posso te ajudar se você não falar.

Ela levanta lentamente do meu colo e eu vejo aqueles belos olhos verdes, que agora estavam avermelhados por conta das lágrimas, ela tenta secar eles com as costas das mãos, e responde:

— Depende, se você puder trazer os mortos de volta a vida? — Ela disse em um tom ríspido.

Toquei seu rosto, de maneira suave, ela fechou os olhos, e eu respondi:

— Infelizmente isso não é possível.

— Claro! Talvez eu deva então torce para que eles reencarnem em um futuro próximo!

Ela fala com agressividade em sua voz, ela se afasta do meu toque, eu recolho minha mão, e respondo:

— Angel, é por causa dos seus pais que você está assim?

Ela nada disse, apenas chorava.

— Porque não me conta, o que tanto está afetando você, talvez não esteja suportando a dor da perda ou talvez…