Cultura

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P.O.V Narrador

Karla: Eu estou a dizer vos, aquela não é a nossa Julia, fala gritando, eu vi, um espírito a entrar nela, outro espírito, ele era diferente, fala tentando acalmar se, Perlita tens que acreditar em mim, fala enquanto segura as mãos da Perlita

Perlita: Os espíritos não dizem nada em relação a isso, fala num tom calmo

Karla: Lupita, ela volta se para a Lupita, que observava tudo, ainda sem saber o que pensar, algo ela tinha a certeza, é que tinha a sua filha de volta e nunca iria deixar que a levassem novamente, a dor que sentiu, ficou bem marcada na sua alma, tu és mãe dela, conheces ela melhor que ninguém, tu não notas nada estranho nela, fala olhando para ela

Lupita: Ela é o que sempre foi, fala num tom calmo, mas emocionado, uma lágrima escorre lhe pelo rosto, Karla, tu podes, a Karla interrompe a

Karla: Eu sei o que eu vi, fala gritando alto, ela não é a Julia



Na casa ao lado, ouvia se os gritos da Karla, o Macario conversa com todos os homens do seu povo



X: Eu sei que ela é tua filha, por isso, percebo que fiques magoado, mas é inevitável não dizer isto, a Julia é mulher e é igual a nós, nunca existiu uma e todas as que nasceram foram mortas em seguida, eu sei que ela nasceu normal, extremamente doente, mas normal e agora ela é uma de nós, mas, ele reflete, vai contra há natureza, ainda tem a agravante de que ela pode desenvolver sentimentos por outras mulheres

X2: Que horror, fala num tom enojado, diversos homens fazem comentários semelhantes

X: Tu sabes que só os homens podem ficar com as mulheres, é estritamente proibido haver outros géneros de relações, potenciais relações de mulheres com mulheres ou homens com homens, são todos mortos e as almas são marcadas, todos olham para o Macario, ele está de costas voltas, olhando pela pequena janela, vendo a casa sem o telhado

Macario: Eu passei a minha vida toda haver a minha filha doente e com dores, a Perlita nunca, ele enfatiza nunca, conseguiu tirar lhe a dor, o sofrimento, ele fecha as mãos em punho, ele volta se, olhando para os homens, eu já não ouço os gemidos de dor, da minha filha, a Lupita está em paz, eu não vou tirar isso da minha companheira, ele olha seriamente para todos, nós vamos assegurar que ela se junta a um homem, ele caminha para junto dos homens, em relação ao sangue, damos lhe sangue de boi, do mais forte que temos

X:Macario, o Macario interrompe

Macario: Eu não vou matar a minha filha, Fabián, a Lupita não suportaria e eu não vivo sem ela, ele fala alto e num tom cortante

Fabián: E se descobrirem?, fala preocupado

Macario: Eu mato um por um, fala sombriamente, que eu saiba, não há nenhuma lei que proíba existir uma mulher Ghoulish*1

X3: E a lei da natureza?, todos olham na direção da voz, muitos ficam surpresos, o Panchito raramente entrevem, mas quando o faz, sempre o faz com pura sabedoria e conhecimento, porque para muitos essa lei conta mais, do que a dos clãs e os seus respetivos países, ao deixarmos a Julia viver, todos e eu quando digo todos, é mesmo todos, somos um alvo, um clã a abater, porque cometemos uma atrocidade, deixamos uma mulher Ghoulish viver, ele olha diretamente nos olhos dos Macario

Macario: Eu não via a minha Lupita sorrir há anos, sorrir verdadeiramente, a Julia não sente mais dor, é visível nos olhos dele o quanto ele sente alívio, pela afirmação que está a dizer, ela sorriu, uma gota vermelha sai pelo olho do Macario, não há mais gemidos de dor, não há mais olhar para a agonia da Julia, a dor da Lupita, o sentimento de falhar com a minha família, ele olha para cada um dos homens presentes naquela sala, eu vou ficar com a minha filha, se vocês são contra, eu, a Lupita e a Julia vamos embora, o tom de voz de é sério, assim como a sua expressão

Fabián: Parece que sempre vamos ter que ensinar as crianças a lutar, fala num tom calmo, como vamos ensinar o teu filho a lutar, Panchito?, todos dão pequenas risadas

Macario: Se alguém é contra, agora é o momento de falar, todos ficam em silêncio



Enquanto o Macario e os homens delineiam um plano, na casa da Perlita, no quarto dela, a Julia está deitada na cama, com os olhos fechados, a relembrar algo que a muito que a sua alma precisava de ver



Flashback



Grécia, 1242

Uma mulher deitada na cama, de barriga para cima, inspira e expira o ar muito lentamente, ela tinha acabado de adormecer, a porta do seu quarto, é aberta, uma mulher entra, fecha a porta e olha para a mulher que dorme serenamente na cama, a mulher sorri com ternura e adoração, "como é possível, ela ficar mais linda a cada dia", pensa a mulher, ela caminha até há cama, ela subtilmente, senta se, inclina o rosto dela na direção da outra mulher, ela pousa os seus lábios nos da outra mulher, num beijo lento e demorado, a mulher que dormia, acorda durante o beijo, ela levanta os braços e puxa o corpo da outra mulher para mais junto do seu



X: Como entraste aqui?, fala suave, ambas unem as suas testas, ambas de olhos fechados

X1: A tua irmã me deixou entrar, fala suave, ambas abrem os olhos ao mesmo tempo, ambas novamente unem os seus lábios

X3: Valentina, uma voz de um homem se faz presente, num movimento rápido, a mulher que estava sentada na cama, senta se na cadeira mais afastada da cama, a Valentina que estava deitada, levanta o corpo, ficando sentada, a porta do quarto é aberta, um homem alto e bem vestido entra no quarto, amor tens que te arranjar, ele para de falar, assim que sente uma presença que ele odeia puramente, o que é que ela faz aqui?, fala agressivo olhando para a mulher sentada num canto, ambos se olham mortalmente

Valentina: A Juliana veio me visitar, fala num tom calmo, empurrando para dentro de si, o medo de ser descoberta

X3: A visita já acabou, fala apontando para a porta, a Juliana não se mexe, sai daqui agora, fala alto e agressivamente

Valentina: Para com isso Luiz, ela levanta se, ficando de pé, a Juliana é minha amiga, sabes perfeitamente que não gosto que fales assim com ela, ela cruza os braços junto do peito dela, olhando para ele


Flashback Off


Julia: Valentina, as palavras delas saem como um sussurro, carregadas de saudade, dor e puro amor




Ghoulish*1- Vampiro 

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