Dor

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P.O.V Narrador

Diversos dias se passaram desde o dia em que a Julia morreu e voltou há vida, cada dia que passou fez a Julia ficar mais forte, conseguindo finalmente levantar se da cama emprestada por Perlita, visto que a sua casa ainda estava a ser concertada. A Julia está sentada no chão, na rua, vendo as outras crianças correr, ela está cansada de ficar deitada o dia todo, ela precisava ver o céu, desesperadamente, pois o céu só lhe da boas lembranças, memórias. A Lupita fica preocupada assim que sai da casa da Karla e vê a sua filha, ela a tinha deixado deitada na casa da Perlita, rapidamente a Lupita vai até há sua filha

Lupita: O que é que estas a fazer ai sentada Julia, fala enquanto caminha até junto da sua filha, ela fica de frente dela para ela, ela ajoelha se há sua frente

Julia: Eu não consigo ficar mais deitada, ela toca gentilmente a mão da Lupita, eu também queria olhar o céu, fala olhando para cima, azul, ela sorri involuntariamente, a Lupita sorri junto

Lupita: Eu deixo te ficares aqui, mais um pouco, a Lupita senta se ao lado da filha, a Perlita sai da casa da Karla, juntamente com a Karla, ambas caminha ate a elas, enquanto a Perlita caminha ela deixa de ver o rosto da Julia, vendo outro rosto no seu lugar, automaticamente, ela segura a mão da Karla que caminha a seu lado, a Karla assusta se, a Perlita olha para a Karla

Perlita: A Julia, fala completamente confusa, sem saber o que pensar ou fazer



Enquanto a Julia olha o céu, a Valentina esta sentada numa mesa, sozinha, com um livro há sua frente, um homem aproxima se dela, ele senta se ao lado dela

X: Lucía ficou aborrecida que não foste, fala num tom calmo

Valentina: Eu depois compenso ela, fala mudando a pagina

X: Podes me dizer o que vai na tua cabeça, porque sinceramente, eu não sei, fala num tom triste, nos sempre fomos os melhores amigos, agora parecemos dois estranhos, fala olhando para ela, ela não tira os olhos do livro, ele suspira fundo, ele levanta se e começa a caminhar para longe, a Valentina pousa o livro na mesa

Valentina: Eu não sou mais aquela menina que corria para o pai, quando ficava com medo, a menina que pensava que todas as pessoas são boas, ela olha na direção dele, é visível o quanto ela esta quebrada, os olhos carregados de dor, magoa, tristeza, ele volta se, ela tem lágrimas nos olhos

X: O que é que te aconteceu?, fala inconscientemente em voz alta, a Valentina, agarra no livro, levanta se, aproxima se dele, ficando de frente a ele

Valentina: Morri, fala com dor, pesar, e vi coisas que mais valia ter ficado morta, fala com revolta, amargura, ela passa por ele, saindo da biblioteca, uma gota vermelha escorre pelo olho dele, é visível nos olhos dele o quanto as palavras da Valentina o afetaram, ele sai da biblioteca, rapidamente vai até há sala do seu pai, ele entra sem bater, interrompendo um beijo acalorado entre o seu pai e a Lúcia

X1: Que modos são esses de entrar na minha sala, Guillermo, fala num tom de repreensão, a Lúcia sai do colo dele, ele levanta se da cadeiras

Guillermo: Tem algo de errado com a Valentina, algo de muito errado, fala completamente transtornado, seu pai, cujo o nome é Leon, analisa o, ficando seriamente preocupado com ele, pois é extremamente visível que ele está aflito, para piorar a situação, a companheira dele, esta em viagem

Leon: O que aconteceu?, ele caminha até ao filho, pousa a sua mão no ombro, a Lucia aproxima se dele também

Guillermo: Ela acabou de dizer que preferia estar morta, fala agarrando o seu pai, a Lucia leva ambas as mãos há boca, em choque, ela disse que viu coisas, eu vi bem nos olhos dela a dor, diversas gotas vermelhas saem dos olhos dele, os olhos dele começam a mudar de cor, ficam mais escuros, quase pretos

Leon: Eu preciso que te acalmes, fala puxando uma cadeira, ele empurra gentilmente o filho, fazendo o sentar se, a Lucia sai da sala, correndo atrás do Camilo, ele tem guardado sangue de reserva de todas as companheiras de todos os membros do clã, para alguma emergência, tu sabes que a tua irmã, passou por muito, o acidente mudou a muito, a tua mãe era a única que realmente percebia o que passava naquela mente, fala num tom de conforte

Guillermo: Não teve nada a haver com o acidente ou com a morte da mãe, foi quando ela morreu e nós a trouxemos de volta, nós não devíamos, o Camilo e a Lucia entram na sala, a Lucia carrega uma maleta e o Camilo uma bolsa transparente com uma etiqueta a dizer "Renata.G", o Camilo puxa a manga da camisola do Guillermo para cima, expondo o braço dele, enquanto ele fazia isso, a Lucia abria a maleta, tirava duas agulha ligadas a um tubo, que entrega a Camilo, ele liga uma agulha há bolsa e a outra agulha, espeta no Guillermo, a minha irmãzinha devia estar morta, cada palavra que ele fala, são como facas que cortam o seu coração

Camilo: Não digas isso, fala num tom de repreensão, ele com a mão esquerda, volta a cara do Guillermo para que olhe para ele, nós não conseguimos salvar a tua mãe, mas salvamos a irmã, a situação poderia ter sido diferente, podíamos ter conseguido salvar a tua mãe e não a tua irmã, uma coisa posso te garantir, está situação com a Valentina, acontecia com a tua mãe, o Guillermo fica cada vez mais calmo, não só pela conversa, mas também pelo sangue, quando morremos, o nosso espírito vai para outro mundo, outro lugar, lá, estão outros espíritos, de pessoas que morreram, de pessoas que ainda estão para nascer, de pessoas que estão a dormir e não acordam, sempre que um espírito regressa a esse lugar, fragmentos de outras vidas estão lá, o espírito absorve esse fragmentos sempre que entra, a tua irmã entrou e saiu, memórias de outras vidas vieram com ela

Enquanto o Camilo conversa e acalma o Guillermo, a Perlita e a Karla estão na casa da Perlita, no quarto da Perlita, a falarem extremamente baixo, apenas para elas ouvirem



Perlita: O que é que vamos fazer?, ela olha para a Karla, aquela não é a Julia, fala fazendo gestos com as mãos

Karla: Foi o que eu disse, fala olhando para a Perlita, quando o telhado caiu, eu vi um espírito, a entrar no corpo da Julia, ela faz uma breve pausa, tem uma coisa eu não te contei, fala mordendo o lábio

Perlita: O que?,

Karla: Eu vi a morte, após as palavras da Karla, a Perlita fica em choque

Perlita: O que?,a morte realmente estava lá, fala muito alto, a Karla automaticamente tapa lhe a boca com as mãos

Karla: Não fales alto, alguém pode ouvir, fala a repreendendo, sim estava, ela fez questão que visse, ela falou que o propósito da Julia tinha sido comprido, que uma historia precisa ser contada, fala tentando recordar o que a morte lhe falou

Perlita: Como é que os espíritos não falam disto, fala levando a mão direita ao queixo

Karla: O que é que fazemos agora?

Perlita: Por enquanto nada, fala refletindo, há anos que não via a Lupita tão feliz, o Macario está em paz, o nosso clã, o nosso povo, esta mais feliz, não acho justo

Karla: E se alguém descobre, existe mais pessoas como nós

Perlita: Nós a vamos proteger, fala confiante

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