Capítulo 01

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 Em 2010, naquele ano, o One Direction havia se formado no The X Factor, era só alegria. No começo era uma maravilha, eram cinco garotos no começo de uma vida nova, e o início de um romance. Um tempo se passou, lançamento do primeiro álbum, festa, alegria e mais união entre a banda. Chega 2013, um dos piores anos da minha vida, o ano em que tive que me afastar de Harry, por culpa da gestão. Nosso shipper estava prejudicando nossas "imagens", não podíamos ficar mais perto um do outro. Logo mais surgiu Elounor, para cobrir Larry, no qual era um casal incrível. Nessa época foi onde começou a surgir minha depressão, eu não me sentia mais feliz como antes, a gestão colocando muita pressão, sair com a Eleanor era pior. Não conseguir ficar com ela sem lembrar de Harry era impossível. Porém mantínhamos nosso relacionamento escondido, dormia com ele de vez em quando, ria e ria até sentir minha barriga doer. Tive os melhores momentos com ele, as melhores risadas, as melhores trocas de olhares,  as melhores noites. Em 2015 foi onde tudo começou a desandar, nosso relacionamento piorou muito, só tinha brigas e mais brigas, algumas até sem motivo. Chegou um determinado momento em que ele quis terminar tudo, que não aguentava mais, porém não pensou em mim, não pensou o que eu queria, apenas pegou suas coisas e foi embora. Comecei a sentir falta de ar repentinamente, algo não me deixava ir atrás dele, meu corpo ficou paralisado, dormente, e a dor de quando nos afastamos pela primeira vez estava voltando, agora mais forte que antes. Meu coração apertava, e meu pulso doía muito, como se os cortes antigos ainda estivessem ali  presentes. Não pensei duas vezes, peguei qualquer coisa que cortava, algo que estava perto e então comecei a fazer cortes atrás de cortes, mas não profundos. Aquilo me aliviava de forma estranha, mas boa. Só queria me sentir aliviado de novo, poder sorrir de novo como antigamente. Aquela noite, além dos cortes, eu bebi até não aguentar mais, até desmaiar no sofá depois de tanto chorar.
 No dia seguinte, a única coisa que eu sentia era dor nos pulsos, nos dois e manchas de sangue em minha roupa, não conseguia lembrar de mais nada, estava tonto, não queria levantar daquele sofá, não queria saber de mais nada, só de ficar sozinho, só de sofrer sozinho, de sentir dor sozinho. Mas repentinamente, ouço a porta ser aberta, uma voz me chamando, não era do Harry, e sim do Liam, por um momento aquilo me acalmou um pouco, ver ele na minha frente, me confortava. Só que ver ele desesperado, me fazia mal, mesmo que já desconfiasse de algo, de como me sentia, da dor que eu estava sentindo. Depois que me afastei de Harry, na primeira vez, ele se aproximou mais de mim, me dando apoio no que era preciso, mas para mim aquilo não era o suficiente, eu ainda me sentia vazio, a única coisa que eu queria era morrer, era sumir. Liam então começou a ficar mais comigo, a me apoiar e a ficar mais de olho também, mesmo depois da saída do Zayn da banda. Aquilo mexeu com todo mundo, principalmente com ele, eram como irmãos.
 Umas horas mais tarde, eu acordei novamente, agora no hospital, nem lembrava de como fui parar lá, devo ter desmaiado. Só conseguia ver Liam e Niall na minha frente, conversando baixo, mas nada do Harry, o que não seria novidade nenhuma, depois da noite passada. Sentia que algo ruim estava por vir, pela cara dos dois e pela conversa tensa. Meus pulsos estavam cobertos, e mesmo assim eu sentia dores em cada um, a dor em meu peito havia sumido, era um alivio grande, me sentia bem de novo, mesmo estando no hospital. Ver Niall e Liam aqui comigo me deixava feliz, eram como remédios, dois calmantes. Acho que era para Liam ter me encontrado hoje cedo, senão eu estaria morto, não era o que eu queria naquele momento. Precisava ser forte o suficiente para enfrentar mais alguns anos de vida que ainda tenho pela frente, mesmo que aqui dentro eu ainda esteja vazio e sem vontade alguma de estar vivo. Eu só queria mesmo era estar com a minha família, o único lugar em que eu me sentia totalmente seguro, onde eu podia confiar em alguém sem medo de sofrer por algo ou por alguém.

A Carta de Louis // LarryOnde histórias criam vida. Descubra agora