O Livro de Qöd

A Criação e os deuses criadores

Ellendariel, a Criadora, carregava em seu ventre, os primogênitos das raças que viveriam em Qöd, o novo mundo de seu irmão Ellendaril, o Construtor. Cada um vivia num plano, porém tudo o que Ellendariel imaginava, Ellendaril criava em sua forma e perfeição. 

Cinco, foram os primogênitos das raças criados por ela.

Quando o novo planeta estava pronto para receber as crias de Ellendariel, ela permitiu com que eles vislumbrassem o mundo ainda em seu plano, o das ideias. Cada qual com seus sentidos e aptidões, sem terem realmente, nascidos no mundo material de Ellendaril.

Seus filhos observaram o planeta vazio durante eras, conhecendo e desfrutando de tudo aquilo que poderia ser e do que ainda não era. Acompanhados por um Protetor, cada primogênito ouvia e perguntava aos grandes seres sobre as formas e forças existentes no mundo que estavam vendo.

No final da primeira era, Ellendariel os questionou sobre o que desejariam ver no mundo, para que seus filhos que iriam nascer, no plano material de Ellendaril, pudessem desfrutar.

Él, foi o primeiro e o mais brilhante de todos a responder. O primogênito dos elfos pensou em grandes árvores, com raízes fincadas sobre a terra e galhos altos e abertos sobre o ar. Seria a casa de seus descendentes e também o meio de purificação da água, da terra e do ar. A Criadora assim consentiu e os presenteou com os animais da terra, da água e do ar, para serví-los e acompanhá-los.

Mannë primava pela terra e pela força em seus punhos, idealizou rochas tão densas e firmes capazes de erguer as planícies e abrilhantar os submundos com cores e brilhos diversos. Matronän, como a Criadora é chamada por seus filhos, os anões, criou rochas e minérios tão diversos e preciosos para auxiliar no trabalho e na formação do mundo que viria. Para contemplá-los criou o fogo que ilumina, aquece e forja os minérios criados, assim como o brilho das estrelas, tão diversificado e chamativo espelhando o brilho das gemas sob a terra.

O primogênito dos homens, Ur, previa uma existência leve e delicada aos seus descendentes, por isso idealizou as flores, com pétalas frágeis, mas que embelezam, se multiplicam e enobrecem cada região. Ishtar, a Rainha dos Povos, como é conhecida pelos humanos satisfez sua vontade e ofereceu mais, frutificou as sementes das flores criando os frutos e os alimentos da terra.

Creek, o primogênito dos gnomos, idealizou formas tão pequenas quanto a sua raça, mas com grande importância carregando e disseminando a vida por onde passassem. A Grã-Mestra da Vida confirmou as formas de vida microscópica e minúsculas, como insetos, fungos e bactérias ao povo de Creek, e os parabenizou com a astúcia e inspirações.

Por fim, Lyas, a primogênita dos duendes sonhou com poderes místicos capazes de potencializar os elementos da existência. E assim, Lilith, a senhora do poder e do saber, os presenteou com a magia.

Ellendaril concluiu os pedidos dos primogênitos e os materializou em sua forma e convicção para cada raça.

Os primogênitos trouxeram seus filhos para nascerem e viverem nesse reino que se iniciava. Permaneceram com eles até sua terceira geração, quando retornaram ao plano das ideias, acompanhando cada novo descendente que nascia no plano de Ellendaril.

Junto com eles, os Protetores enviaram também seres únicos que protegeriam cada raça criada, em seu momento mais crucial.

Caelesti, o protetor dos elfos, é o dragão verde, cuspidor de ácido.

Turum, protetor dos anões, o dragão vermelho, troncudo e impenetrável.

Ang, protetor dos homens, o dragão amarelo do fogo.

Artem, protetor dos duendes, o dragão anil, elétrico.

Conis, protetor dos gnomos, o dragão azul do gelo.

As enormes feras ficaram escondidas durante o transcorrer das eras, até que uma das raças se sacrificou por amor ao planeta e, assim, a fera guardiã, libertou-se no mundo físico, enfrentando a grande escuridão que se alastrava.