Quando os descendentes dos primogênitos se expandiram por Qöd, logo as raças entraram em contato umas com as outras. Os humanos encontraram primeiro os gnomos; os elfos, os anões e os duendes, os elfos.
Como o número de cada povo ainda era pequeno, a aproximação foi tranquila e gerou mais curiosidade do que animosidade.
Os elfos conheceram a nobre arte dos anões em forjar minérios, ficaram encantados. Enquanto os anões criavam grandiosas e rebuscadas peças de ferro, os elfos as aprimoravam com sutileza e precisão. Em troca, ensinavam ao outro povo sobre a natureza, os animais e os fenômenos naturais.
Os gnomos e os humanos eram o que estavam em maior número e logo se uniram na construção de uma cidade para as duas raças.
A astúcia dos gnomos abrilhantou os humanos, eles direcionavam e projetavam várias obras únicas juntos com a mão de obra humana. Era uma parceria que beneficiava aos dois povos.
Os homens construíam casas, transportes, utensílios para seus descendentes, pela tecnologia e engenharia dos pequenos. Enquanto que os gnomos viviam em suas torres, estudando, pesquisando e aprimorando materiais, cercados pela proteção e força dos humanos.
O mundo em miniatura dos duendes se agigantou para os elfos. Aqueles que não treinavam a forja anã, encontraram pela floresta um reino mágico. A forma dos seres alados e brilhantes foi uma surpresa para os olhares curiosos dos gigantes orelhudos.
As colônias dos duendes se revelaram em cada detalhe ao povo élfico. Em seguida, ambos começaram a simpatizar um com o outro, o que criou grande hegemonia entre os dois povos.
Seus segredos também foram revelados por ensinamentos de geração a geração. Os duendes transmutaram sua forma para se igualarem ao tamanho dos elfos e passaram a viver em comunidade, criando centros de estudos mágicos.
Os descendentes dos primeiros duendes seguiam linhas de magia que eram bem definidas. Com o aprimoramento dos elfos eles criaram guildas onde ensinavam e se aprimoravam nos aspectos mágicos, logo foram fundados os Círculos de Magia que se expandiram para todos os povos.
Os humanos e os gnomos tiveram muita aptidão em alguns deles, já os anões não se interessaram, nem se sobressaíram muito.
Primeiro, foram cinco os Círculos que se formaram: o da Abjuração, da Conjuração, da Ilusão, da Transmutação e da Evocação.
Em segredo, os elfos aprimoraram o que aprenderam com os duendes e criaram uma linha de magia própria e única entre seu povo: a magia da natureza conduzida pelos guardiões Druídas. Muito pouco do que se criou era dividido com os outros povos, exceto aqueles que provavam que iriam se comprometer com as rígidas leis dos elfos e com a natureza, a única forma de ingressarem nessa guilda secreta.
Os povos começavam, então, a migrar. As primeiras cidades ainda permaneciam com as características de cada raça, mas aqueles que desejavam aprender outras culturas eram bem vindos entre os povoados, embora quase nenhuma raça se reproduzisse com outra, o que era estranho entre os habitantes, o contato entre eles permanecia como hóspedes alojados.
Alguns elfos, cujos séculos de existência, haviam permitido aprender sobre quase tudo o que se sabia sobre o mundo e a magia, começaram a se direcionar para outros segmentos. Passaram a analisar a morte e a decomposição dos outros seres, já que eram os seres que tinham mais tempo de vida.
Foi quando começaram a liberar outra fonte de magia, a necromancia. Os primeiros passos foram dados por estudo, alguns elfos recusaram a prosseguir, mas os que persistiram tiveram que abandonar o lar dos elfos nas Primanatus e viverem isolados.
Eles adentraram em cavernas subterrâneas e criaram tumbas onde escondiam e estudavam os cadáveres dos outros seres, para aprimorar os estudos que estavam realizando. Quando a magia estava expandida, o seu melhor pesquisador encontrou a personificação dessa fonte mágica, a deusa Aracnea.
Ela o persuadiu a invocar grandes rituais de magia necromante, mesclados com os conhecimentos que seu maior discípulo tinha de todas as outras escolas mágicas. Ulthar é o nome do elfo que abjurou dos planos das trevas e dos mortos, a própria divindade destruidora.
A presença dessa deusa devassa foi o suficiente para quebrar o equilíbrio entre os povos e as raças ao redor do mundo. Pois seu interesse era apenas um: a morte.
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O Livro de Qöd
FantasiO livro de mitologias sobre Qöd, o mundo onde se passa a aventura de Flippo.