Rótulos

2. (Bruno)

Eu amo me embriagar do vinho que tem em seus lábios.

Sinto meu corpo vibrar a cada toque da palma da sua mão, que às vezes contém o receio e o medo de estar indo além do seu limite. E eu acho uma graça mínima por sua tamanha dedicação em me obedecer, mesmo que seja entre as paredes do meu quarto.

Quarto que conhecemos bem, cada canto dele e em todos os milímetros da minha cama onde me dedico a te amar.

Reconheço a sua lealdade, admiro a sua dedicação em seguir o que acha correto para a Passione e agradeço por ter você como um braço direito. Te vejo jogando fora o orgulho que ostenta por um bem maior, porém, não nego te achar incrivelmente atraente quando infla o próprio peito com o ego que carrega com tanto apreço.

Mantenho a minha calma e postura, assumo o cargo que está em minhas costas, faço o rude e o mandante, separo meu desejo de te ver manchar meu corpo com teu batom dos meus compromissos como capo, escolho distrair meu pensamento da lembrança da sua boca unida a minha.

Decido esquecer de nós, do que você representa além dos limites da hierarquia que temos por alguns minutos.

E mesmo que me esforce, não consigo; porque também sou falho e pecador.

Faço de você meu pecado, minha insubordinação e desvio de conduta.

Ignoro a minha responsabilidade, me permito ser um pouco inconsequente, te deixo desvendar meu corpo e me ver nu, sem amarras e sem roupa.

E sim, Leone, por sua causa deixo escapar um egoísmo mínimo para assumir um desejo arrebatador de posse, do orgulho de te chamar de meu.

Meu subordinado, meu amante, meu namorado.