capítulo 8

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- Não com ninguém. Disse e começou a se afastar.
Ela a segurou, aquele toque e o calor daquela mão em seu cotovelo enviaram ondas de agonia diretamente ao seu coração, tão pertinho dela, seu cheiro bom e feminino a embriagava. Ah, meu Deus, como ela gostava daquele cheiro.
- Soube da sua avó -continuou Lucy. - e Sara me contou que seus pais estão passando em se divorciar, lamento muito Lauren.
Sentiu um nó na garganta... Ela estava a ponto de desabar sobre o peito aconchegante de Lucy e implorar para que a abraçasse. Nada no momento seria melhor que os braços de Lucy em volta dela, mas então viu a garota, o brinquedo sexual  dela aproximando-se com duas garrafas de cerveja nas mãos.
  Em menos de 5 minutos, Lucy estaria enfiando a mão na calcinha dela. E, observando a blusa curtíssima e a saia minúscula que a garota exibia, ela não teria muito trabalho.
    - Obrigada - murmurou Lauren, indo para junto de Sara. Felizmente,o soldado dude chegou a conclusão de que margaritas não faziam seu gênero e foi embora.
   - Tome,  disse Sara, tirando a cerveja das mãos de Lauren e substituindo-a por um copo de margarita .
  O copo parecia mais frio que o normal Lauren inclinou-se um pouco e sussurrou:
   - Viu por aí, há um minuto, um sujeito Esquesito fantasiado de militar?  Sara fitou Lauren com um olhar de interrogação.
   - Quanto dessa cerveja você já bebeu? - sua gargalhada encheu o ar da noite.
Lauren apertou o copo gelado com mais força. Talvez estivesse mesmo ficando maluca. Misturar álcool com aquela situação absurda não deveria ser uma boa idéia.
   Uma hora mais tarde, quando três policiais de Miami entraram no quintal e pouseram todos em fila diante do portão dos fundos, Lauren ainda tinha a mesma margarita intacta nas mãos.
   - Vamos lá garotada - disse um dos guardas- Quanto mais cedo chegarmos a delegacia, mais depressa seus pais aparecerão para levá-los embora.
   E foi então que Lauren não teve mais duvidas: sua vida havia se tornado de fato uma merda. E alguém tinha dado descarga, pouco tempo depois já na delegacia...
   - Onde está meu pai? - perguntou Lauren a mãe quando ela entrou na delegacia,- Eu chamei o meu pai.
  É só me telefonar, meu bem. Não foi o que ele disse? Então porque não estava ali para levá-la embora?
  Os olhos verdes da mãe se apertaram um pouco.
   - Ele me pediu pra vir.
   - Eu queria o papai - insistiu Lauren. Precisava dele: seus olhos se encheram de lágrimas. precisava de um abraço. Precisava de alguém, que a compreendesse.
   - Nem sempre temos tudo o que queremos, principalmente quando... Meu Deus Lauren, como foi fazer isso?
  Lauren enxugou as lágrimas do rosto .
   - Eu não fiz nada. Não te contaram? Andei em linha reta pra provar que não estava bêbada. Fiz mais um teste de equilíbrio e disse o abecedário de trás pra frente. Não fiz nada.
   - Acharam drogas lá - insinuou a mãe.
   - Eu não usei drogas.
   - E sabe o que não acharam lá, senhorita? - perguntou a mãe, com o dedo em riste - pais. Você mentiu pra mim.
   - Talvez eu tenha puxado a você - disse Lauren, ainda remuendo o pensamento de que o pai não tinha ido buscá-la. Ele devia saber o quanto ela estava aborrecida.por que não foi buscá-la?

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