You had to be an angel

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Capítulo 1

Estamos em tempos difíceis, em que a escassez tomou conta não só da economia ou política, como se deve imaginar, atinge as relações interpessoais e afetivas, assim como a forma que lhe ditam o que é correto ou aceitável segundo tal contexto. São tempos difíceis à uma sociedade totalmente robotizada e apática, que se baseia em uma ditadura moderna para delimitar o estilo de vida das pessoas, segundo seu status social e casta, também pela quantidade de sentimentos você pode se privar de sentir. 

Ser um Alfa, por exemplo, era associado alguém de caráter duvidoso, vivendo apenas pelos seus extintos. E isso não era visto com bons olhos segundo aquele contexto, demonstrações de tais desejos eram de extrema rebeldia contra o sistema. Não podiam ser controlados de forma alguma, poderiam fazer suas vontades, mas claro, na base de muita difamação e injustiças. 

Jeon JungKook, era um desses, não que gostasse daquilo ou se orgulha-se da casta que nascera, muito pelo contrário, não gostava da impulsividade extrema que sua condição lhe dava. Fora as obrigações que lhe eram impostas por isto, tais como: ser julgado por ser um alfa que deseja possuir apenas um cônjuge, não poder se relacionar com pessoas de outras castas e status social diferente ao seu, ser rotulado como alguém de caráter duvidoso, infiel e alguém que não vale a pena se relacionar pois a mesma pode levá-la a perdição — que é basicamente descumprir todas regras impostas pela sociedade e instigar pessoas a fazer o mesmo. 

Contudo, há algumas exceções para o caso deste Alfa, sendo o herdeiro e dono da segunda maior companhia de entretenimento de Seul, trabalhava com áudio e visual, tinha como obrigação, por seu status, ter autocontrole, mesmo que este não o ausenta-se dos julgamentos por ser de tal casta, pra honrar o nome da família e garantir a boa imagem das empresas. Num ramo em que ele, mesmo com seus 35 anos, era o mais novo, num ambiente rodeado de betas e ômegas, que julgavam-se por natureza melhores que si, dava seu sangue pra mostrar o quão bom e inovador era e, que jamais sua casta seria um empecilho. 

O rapaz odiava tanto regras e normas, acatava algumas somente diante as pessoas, arrumava sua maneira de burlá-las quando possível, tudo com maior sigilo. Tinha sonhos e desejos que diferenciavam dos demais alfas, queria casar-se, por exemplo, e não com qualquer pessoa, e sim, aquele que amava em segredo há 8 anos; desejava ter um filho de seu próprio ventre, sabendo das dificuldades que um alfa macho poderia ter durante a gestação, mas considerava impossível devido seu estilo de vida e idade um pouco avançada; queria poder andar de mãos dadas na rua com seu amor e abraçar sua mãe em público, por exemplo, sorrir pra pessoas e não soar interesseiro; queria não sentir dores ao reprimir seus cios e, não somente isso, como não sentir arrepios com cheiro forte dos ômegas ao seu redor nesse período; inúmeros desejos reprimidos.

O mais importante de todos: ele queria ser amado, assim como em muito filmes e livros que leu, e quase todos foram proibidos tempos depois. Queria sentir, sentir-se infinito ao lado de Park Jimin, passar as mãos em seus fios de cabelos loiros e macios pela manhã, passear de mãos dadas com o mesmo e simplesmente beijá-lo quando tivesse vontade. Era um romântico impagável, odiava agir diferente disso, aquilo era sua essência, o amor era salvação para seu interior, o que fazia com que seus dias fossem mais suportáveis, o que o motivava a ser melhor. 

O Beta, era um dos administradores de uma de suas emissoras de TV, em Busan. Conquistou seu posto com muito esforço e dedicação. Park era extremamente prestativo e muito organizado, era um prazer do mais novo ter alguém como ele em sua equipe. Como beta, não demonstrava muita expressão a respeito de nada e dificilmente se via de conversa com alguém. 

No entanto, sua visão sobre o rapaz mudou assim que através de um site de relacionamentos —tinha o hábito de acessar a fim conseguir um namoro sério—, através de conversas passou a conhecer um lado do beta que jamais poderia imaginar. Diferente de si, o Park era impulsivo demais pra um beta e, constantemente, as conversas terminavam com flertes descarados, ou fotos comprometedoras do mais velho. Possuía muitos contatos, e passou contar de algumas fodas casuais que arrumava por ali, aconselhava-o a não continuar ali pois dificilmente alguém estaria a fim de se relacionar verdadeiramente. 

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