Prólogo

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21 de fevereiro de 2019

Dering Hills, Estados Unidos



É muita pressão para uma só pessoa deter o poder de ter nas mãos o destino de todo o universo. É um daqueles fardos, que embora fique maravilhoso em um filme de aventura dos cinemas, não funciona bem para pessoas reais. Ninguém quer carregar esse fardo, responsabilidades assustam a humanidade, ao menos o suficiente para que ninguém tenha necessidade de executar uma tarefa que influencie tanto na vida de outras pessoas. O heroísmo está morrendo, enquanto o egoísmo e autopreservação se espalham como um câncer na sociedade.

Talvez devessem depositar menos fé em Thomas Foster.

Thomas era um garoto de 16 anos, não um super herói ou coisa do tipo. E embora ele fosse a única pessoa altruísta o suficiente para se sacrificar, não se parecia em nada com alguém destinado a fazer aquilo. O garoto não era musculoso, tendo o corpo médio de um garoto de sua idade, sendo inclusive, baixo demais para um garoto de dezesseis anos. Ele mal conseguia atravessar multidões sem ser atingido por cotoveladas de todos os lados. Sua pele era tão branca que lhe dava um aspecto de doente, que era reforçado por quem se aproximasse dele, sentindo sua pele tão gélida ao toque. Seus cabelos e olhos eram tão escuros quanto uma noite de inverno, algo que poderia ser aterrador, se Thomas não fosse uma pessoa tão inofensiva.

Mas o principal problema em ser Thomas o garoto destinado a fazer o que deveria, é que, de todas as pessoas, ele era o único que não aceitava seu lado sobrenatural.

O destino pregava peças muito cruéis as vezes. E a pior delas talvez fosse o fato de que a única pessoa que podia ajudar naquele momento era o garoto que reprimia seus próprios poderes. O mesmo garoto que usava de suas misturas de ervas místicas para se tornar completamente humano. Afinal, em uma cidade como Dering Hills, existiam seres super poderosos como gênios, bruxas de todos os tipos e diversos seres capazes de distorcer a realidade em escala quase ilimitada. E talvez esse fosse o problema do mundo sobrenatural, a falta de humanidade em todos eles.

— Será que podem andar mais rápido com isso? Esse drama de fim do mundo está começando a me cansar— Mumurou Agatha Blackwell, deixando certa frieza transparecer em sua voz, antes de falar com Thomas, suspirando — Vai ficar tudo bem. Você consegue.

Naquele momento, todos eles estavam em um galpão, se protegendo do Apocalipse usando apenas um feitiço, que não aguentaria muito tempo. Agatha usou se suas últimas forças para defender seus amigos, então esperava que eles soubessem aproveitar aquele tempo. Eles passaram os dois últimos anos de sua vida tentando impedir o Apocalipse, então quando tudo finalmente aconteceu, eles já estavam preparados para aquilo, ao menos parcialmente. Eles tiveram tempo de se esconder na antiga fábrica dos Blackwell, que havia sido desativada no ano anterior. O lugar era deserto e bem espaçoso, talvez fosse o suficiente para eles conseguirem o que criaram.

Agatha Blackwell havia colaborado muito para evitar o fim do mundo, sendo talvez, uma das pessoas que mais se doou para evitar tudo. A garota tinha longos cabelos ruivos e olhos claros e sempre flamejantes. A garota não era muito alta, mas o suficiente para ser intimidadora. Era era como uma brasa viva, desde seus movimentos, velozes e destrutivos, como sua personalidade, forte e destrutiva. E embora Thomas tivesse sido escolhido para salvar o mundo, todos sabiam que a pessoa que deveria ter sido escolhida, ou ao menos uma delas, era Agatha.

— Okay, acham que podem fazer melhor? Por que vocês não tentam invocar um vórtex de viagem no tempo então? Porque eu nunca fiz um antes, então é meio complicado para mim — disse Anastasia Romanoff.

Dering HillsWhere stories live. Discover now