Capítulo XXXVII

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Capítulo XXXVII

Bruno

Quando chegamos em casa estávamos todos exaustos...não era só o trabalho era mais que isso...

Vi no rosto dos meus pais, do Marcelo, do Beto e do João durante todo o dia esse sentimento que eu tinha...esse sentimento de tristeza...Como fazer para entender tudo isso que estávamos vivendo??...

O Marcelo foi direto pro banho...sentei na poltrona e fiquei pensando no nosso dia...

Enquanto eu andava pelo galpão eu via todas aquelas pessoas e ficava, feliz por que estávamos podendo ajudar...não era da melhor forma mas era o que no momento nós podíamos fazer...era muito fora da nossa realidade e nós não sabíamos lidar com tudo aquilo...mas mesmo estando feliz por poder ajudar, tinha alguma coisa no meu coração que ficava doendo...

Isso não está certo...ver esses pessoas nessa situação não estava certo...eu não sabia que caminho essas pessoas tinham seguido para estar nessa situação, e também não era tão inocente em achar que uma parte daquelas pessoas tinha trilhado caminhos errados...mas quando eu olhava aquelas crianças eu não entendia....

Como essas crianças e esses jovens estavam nessa situação?...O que eles tinham feito para serem abandonados??

E eu mesmo respondia ...Nada...

Eu sabia que toda essa situação era somente a ponta do iceberg de um problema muito maior...

Famílias desestruturadas, falta de educação de base, falta de interesse dos órgão públicos, falta de interesse da comunidade...

Mas na minha cabeça era mais que isso...era falta de interesse das pessoas em geral...ninguém mais se importava com ninguém, passavam por essas crianças e esses jovens e não faziam nada...

O ser humano estava se tornando insensível???...Só podia ser essa a explicação...

Eu sabia que não ia resolver esse problema ...isso não me cabia...eu tinha que fazer bem a minha parte...O que eu podia fazer teria que ser bem feito...

Quando eu vi as crianças da Ruiva eu sabia que algo tinha que ser feito e foi...Agora eu me deparava com um problema maior, sabia que algo tinha que ser feito e nós iriamos fazer...

Nós só precisávamos de ajuda para fazer do jeito certo, e era isso que estávamos procurando, alguém para nos indicar o caminho...e estávamos atrás disso...

Ver o abandono dessas pessoas...e mesmo assim ter esperança de que tudo ia mudar.

Eu conseguia ver no rosto de todos e principalmente no das crianças essa esperança nascer...

Eu sabia que dinheiro para ajudar não seria o problema, pai Max tinha me deixado muito tranquilo sobre isso, tudo seria feito da melhor maneira possível mas ele assim como pai Nicolas não sabiam por onde começar e por isso precisávamos de ajuda...pai Max estava conversando com o rapaz de Porto Alegre que se chamava Leonardo...ele estava nos guiando por esse estranho caminho...era da mesma fundação do casal que já tinha nos ajudado...estava nos indicando um pessoal do interior do nosso estado..

Meu pai Max estava organizando tudo, agora ele tinha passado pra mim a responsabilidade do que e de como fazer...

E essa agora era a questão ...uma questão que pra mim era um pouco maior...não era o que fazer ... mas ....Como fazer...

De que forma dirigir esses recurso que tínhamos e essa disposição em ajudar essas pessoas...e mais que isso... Como fazer com que essas pessoas não voltem a essa situação de miséria...

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