Capítulo VI

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Você nem sabe meu nome. – Disse quando segurou minha mão.
E qual é o seu nome? – Abri um sorriso.
Victor. Prazer. – Levou minha mão até sua boca e deu um beijo.

06 de Outubro de 2012 - O Início de Nós

     Finalmente, depois de tantos anos, eu iria comemorar meu aniversário de uma maneira que eu queria. Porém, como boa libriana que sou, não conseguia decidir como realizaria isso. Meu amigo Léo indicou irmos para uma boate LGBT, a qual havia sido inaugurada recentemente; Babi deu a ideia de irmos para um Luau que teria no Arpoador; meus pais falaram para eu fazer algo lá em casa. Dessa forma, e diante de tantas sugestões de família e amigos, encontrei-me ainda mais perdida sobre o que fazer nos meus 19 anos. Entretanto, Pérola deu uma ideia que chamou muito a minha atenção. Ela disse que eu poderia fazer no sítio dos pais de Felipe, onde tinha uma piscina, uma cozinha externa com churrasqueira, uma área gramada grande, na qual eu poderia fazer um futebol, e jogos como sinuca ou totó. Com isso, depois de conversar com meus pais sobre todas as opções e orçamentos, eles toparam a ideia de minha irmã. E ao falar com meus amigos mais próximos, todos adoraram a ideia.
     Em setembro, mesmo com muitas provas naquele mês, eu já estava ansiosa pelo meu aniversário, dormia e acordava pensando nessa data. Além disso, também passava boa parte do dia planejando todos os preparativos para minha festa. Dessa maneira, já havia começado a enviar os convites, comprar bastante comida e carne para o churrasco, além das opções para os vegetarianos e veganos. E, claro, não poderia esquecer do principal, que era bastante álcool. Também fiz questão de providenciar um lindo biquíni, um vestidinho casual, um short jeans e uma blusa que deixava meus ombros a mostra.
     Eu achei que era a única que estava completamente pilhada, mas meus pais também estavam, principalmente se teria comida para todos. Pérola estava preocupada se meus amigos iriam destruir o sítio dos sogros, e Léo e Babi queriam saber se o DJ, um veterano do meu curso que se ofereceu para tocar de graça, seria bom o suficiente para animar todos nós. Logo, meu aniversário começou a virar assunto na faculdade e as pessoas vieram pedir para levar algum acompanhante e, para muitos deles, eu cedi e dei mais um convite.
     Naquele ano, meu aniversário caiu numa terça-feira, então a festa foi marcada para o sábado, dia 6 de outubro, mas isso não queria dizer que meus pais deixariam aquela data passar em branco. Portanto, eles me levaram para comer na minha pizzaria preferida e compraram uma torta red velvet, que eu simplesmente amava. Era bom ter minha família perto de mim, ver o quanto me amavam e como demonstravam isso. Conversamos bastante, Pérola estava muito mais solta sem Felipe, e aquilo eu usaria como pauta para conversar com ela depois, afinal estávamos comemorando e não era momento para isso. Quando chegamos em casa, achei que teríamos nosso momento a sós para conversar, porém me enganei. Quase ao mesmo tempo que nós, Felipe chegava lá e, assim, eu já sabia que não a teria depois daquilo.
     No grande dia, tive que acordar bastante cedo para finalizar os detalhes da festa, já que o horário previsto para começar era meio-dia. O dia estava perfeito, o clima estava quente, mas sem aquele sol que derruba a gente. Eu escolhi como tema o fundo do mar, então tinha bastante a cor azul, de diversas tonalidades, mas também tinha muito colorido, graças aos corais, peixinhos, estrelas do mar, conchas e até algumas sereias.
     Lá no sítio mesmo pude arrumar meus cabelos, fiz uma trança acima da orelha e deixei o resto dos meus cachos soltos e bastante armados. Coloquei o vestido azul claro que eu tinha comprado, uma rasteirinha, brincos grandes e fiz uma maquiagem bem natural, com um batom escuro. Assim que fiquei pronta, segui para a entrada, a fim de receber meus convidados. Inclusive, percebi quando três homens, pelos quais eu tinha real interesse, chegaram e os cumprimentei calorosamente, com mais carinho do que os demais. Assim que já havia chegado bastante gente, me dispersei e logo fui para perto dos meus amigos, chamei-os para tirarmos fotos na mesa, antes que o álcool fizesse com que não ficássemos tão bonitos assim. Dessa forma, pude ter memórias impressas muito bonitas daquele dia.
     Logo depois da sessão de fotos, fui me alimentar. A comida já estava sendo servida e o churrasqueiro ficaria lá até o fim da festa, para que ninguém bebesse de barriga vazia. Num determinado momento, começou a tocar uma música que eu adorava, pois era divertida e estava em ascensão no momento, então fui para perto de minhas amigas e começamos a dançar. Não olhei para meu pai na hora, mas depois ele me disse ter ficado um tanto surpreso ao ver a maneira como eu rebolava, afinal nunca tinha feito isso na sua frente. Acabada a música, meu copo já estava vazio, então fui buscar mais um pouco de bebida. Enquanto eu servia meu copo, um rapaz me abordou.

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⏰ Última atualização: Mar 01, 2019 ⏰

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