Capítulo 05 - A cartinha e os tacos nos buracos

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#ESTRELANDO: CHRISTIAN GALDINO

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Um pouco preocupado com a ligação do meu tio, entro na sala de aula, sento-me no meu lugar cativo, a carteira do meio da última fila, um lugar estratégico para ficar de olho em toda a turma e, de quebra, a posição mais ignorada pelos professores, ou quase.

— O que vamos fazer hoje após as aulas — Tommy indaga-me. Estudamos juntos, juntamente com o Yago. As garotas: Yasmin, Marcela e Camila são da outra turma de terceiro ano. o que é premeditado. Não me envolvo com colegas de turma porque isso cria um clima que deixa as coisas meio complicadas neste tipo de ambiente, e eu evito tudo que possa ser uma complicação, ou, pelos menos, eu tento. Já que não tive êxito em evitar a minha prima, Samantha Galdino.

— Hoje não vai dar — respondo. — Tenho um compromisso com o meu tio.

— O esquisitão? — Yago se refere ao Nicolas.

— Ele não é esquisito! — O defendo. — É só um cara com atitudes diferentes, mas não tem nada de anormal. — Abro a minha mochila e retiro o meu caderno capa Fullmetal Alchemist. — Mas não é com ele. É o irmão mais velho do meu pai, lembra?

— Sim, claro, o pai da Samantha — Yago se empolga. — Quero ser igual ao Rodrigo quando crescer.

Retiro minhas três canetas (azul, preta e vermelha) e as coloco alinhadas ao lado do caderno sobre a mesa. Também coloco um grafite com uma caixinha de pontas 0.7 ao lado. Penduro a mochila no ganho ao lado da carteira e pronto. Meu material de estudos está organizado e, caso eu precise de algum livro, conseguirei pegá-lo rapidamente na minha bolsa. Eu sou um tanto metódico, sofro de TOC.

— Acho que você não cresce mais, Yago — tiro onda porque ele é o mais baixinho da turma.

A primeira professora do dia chega. Aula de Gramática. Tenho uma afinidade com esta disciplina. Não pela professora ser uma gata, mas pelo conteúdo mesmo (falo da disciplina).

Aa aula começa e a turma fica completamente atenta.

Alguns minutos se passam e sinto um incômodo no meu ombro. A pessoa atrás de mim está me cutucando com a borracha na ponta de um lápis.

— Chris? — Ela sussurra pertinho do meu ouvido direito.

— O que foi, Patrícia? — Indago sussurrando.

— Toma — a garota me passa um papel dobrado. — Rasgue depois de ler, ok?

Uma cartinha? Não teria sido mais prático usar o Whatsapp?

Pego o papel discretamente, o abro devagarinho sobre minhas pernas. Uma vez aberto, faço um pequeno esforço por conta da letra pequena, além de estar um pouco distante dos meus olhos.

— Christian? — A professora chama a minha atenção. — Por que está de cabeça baixa?

— Oração matinal, professora — respondo num tom sério. Meus colegas seguram o riso e engolem.

— Mesmo? Então compartilhe conosco a sua oração — ela insiste.

— Não oro para o Deus convencional, professora. As minhas orações são destinadas ao Universo, ao Cosmo em si. E, por mais que eu me esforce, não consigo me lembrar no estatuto dos direitos e deveres da escola algo que me obrigue a compartilhar minha fé publicamente — mando bala.

— Puta que pariu — Yago sussurra na fila do lado. — Maluco!

A professora segura forte o pincel. Puta da vida. Infelizmente para ela, eu tenho razão nessa.

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⏰ Última atualização: Feb 28, 2019 ⏰

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MR. GALDINO - NASCIDO PARA FODER! - [EM HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora