Uau!Quase prestei reverência para o ser diante do espelho cuja beleza é espetacular e está belíssima para o seu primeiro dia de aula, do 5° semestre, na universidade de Genebra, no curso de Arquitetura.
Só não o fiz porque sou eu mesma. Amor próprio é tudo.
Apertei um pouco mais o cinto do meu sobretudo e respirei fundo. Minha calça jeans preta, com botas de 15 cm também pretas e meu sobretudo, igualmente preto, davam um ar gótico e pesado. Contudo, porém, por mais que eu tivesse aplicado base e corretivo, meu rosto estava com aspecto bem normal.
Exceto pelo meu inseparável batom vermelho.
Uma coisa é fato sobre Megan Clifard: Eu sempre estou de batom vermelho.
Meu celular que estava em cima da minha cama vibrou, alertando que havia chegado uma mensagem. Muito provavelmente, é Herold, reclamando do meu atraso.
Borrifei um pouco mais de perfume, coisa que já havia feito, peguei meu celular e desci para o encontrar. Moro numa casa de dois andares, sozinha. Mas não tenho tempo para me sentir só. Meus pais moram na mesma rua e meus amigos estão aqui sempre.
Digitei a senha para abrir a porta, ah, uma coisa sobre a Suíça: Aqui nós temos senha pra tudo. Desde celular, até portas. Não usamos chaves convencionais, o que é um saco, pois tenho péssima memória para números.
Ao abrir a porta, me deparei com Herold e um outro rapaz que eu não conhecia.-- Olá, Herold! Como vai você? -- Cumprimentei o abraçando.
-- E aí, atrasada! Bem. E você? -- Assenti enquanto olhava de esguelha para o rapaz ao lado.
Na verdade, ele era bem bonito.
-- E você é...? -- Perguntei me direcionando para o rapaz.
Ele levantou a cabeça e minha nossa, que olhos são esses? Muito provavelmente, eu nunca vi olhos tão bonitos, e um tom de azul tão vivo como este. Seus cabelos loiros o deixavam com um aspecto bem jovem. Ficar o admirando poderia ser um passa tempo e tanto ,e, com certeza, ele tinha namorada. Não é possível que um homem tão bonito esteja solteiro.
Minha cabeça girou e eu me senti tonta. Talvez seja o fato que bebi muito ontem a noite e não comi nada hoje.
Nota mental: Nunca mais beber.
-- Eu sou o Mick. Mick Schumi.
Sua voz rouca me fez, num ato bastante impetuoso da minha mente, imaginar ele susurrando baixinho enquanto transamos.
Ou falando alto. Não sei qual o seu estilo.
No entanto, me senti um pouco antiquada quando ele pegou na minha mão, como um cumprimento formal, e não como nos jovens normalmente fazemos.
Pelo menos, nós jovens de 22 anos.
Sua mão gelada contrastou com minha pele quente. Por mais que esteja frio, o fato de ter ficado bastante tempo embaixo do aquecedor me fez super aquecer um pouco. O brilho de lascívia perpassou os seus olhos e, instintivamente, soltei sua mão.
E eu já sei que ele é um perigo para a minha sanidade.
-- Errr, acho que está na hora de irmos.
Me dei conta que Herold estava presente quando ouvi sua mesura. Concordei e entrei dentro do carro, no assento do banco de trás. Em seguida, os dois rapazes também o fizeram: Herold no volante, Mick, passageiro.
-- Megan, como foi ontem a noite? -- Perguntou Herold enquanto manobrava.
-- Ah, só faltou você! Foi legal. Fiquei com o Ben.