A-C-O-R-D-A

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[TIC-TAC...] O tilintar do relógio despertou-me, aluada deslizei os dedos magros pelo cabelo engrunhido, parecia que havia presenciado um incêndio onde tudo sobreviveu menos o meu cabelo.

Adormeci no chão e só me notifiquei ao acordar pela manhã, o sol fraco relutava em brilhar lá fora, aos poucos movimentava meus músculos cansados, o assoalho velho e gasto gemia devido ao meu peso. Com os olhos grudados e a cabeça pesada forcei o meu corpo impulsionando-o para frente.

Aquele lugar implorava por uma geral e já que me sentia bem após tanto tempo sem dormir, entreguei ao capricho de "RENOVAR'' o ''MEU'' novo lar organizando delicadamente cada móvel, zelei como se fossem realmente meus. Passei um longo tempo a me dedicar como uma dona de casa, fora uma distração e tanta após dias sem ver qualquer coisa que me lembrasse a realidade, a natureza ludibriara-me com seus encantos e apesar da fome e cansaço que sentia, ainda sonhava na busca de viver somente no meu subconsciente onde tudo e qualquer coisa era possível; como nos contos de fadas.

Nos armários continham bastante comidas enlatadas, calculei que teria alimento para pelo menos 30 dias e ao findar-se encontraria um novo jeito de sobreviver sem uma dieta adequada. Não havia muitas opções para escolher, ou comia QUALQUER COISA ou morreria de fome.

A pequena geladeira assemelhava-se á um brinquedo, cada detalhe era de grande esmero e não passavam despercebidos pelo meu olhar atento, o único problema é que ao ligar não funcionou. Para me orgulhar lembrei de quando aprendi a consertar as coisas ao lado do meu velho e querido pai, senti um aperto no peito, um remorso que não era meu, por ser filha única eu ajudava meus pais em tudo e por meio de falas e explicações, coloquei em prática após tanto tempo; CONSERTEI A GELADEIRA.

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