Nem uma música completa consegui ouvir. Reparei que o Lucas, estava a olhar para mim e tirei os fones.
- Que foi? - perguntei eu admirada.
- Nada, estava só a admirar o quão bonita e delicada tu és.
- Olha é melhor irmos andado para o pé da porta porque estamos quase a sair. - disse eu, desviando a conversa.
Levantamos-nos e fomos para o pé da porta. Eu cliquei no botão e saímos logo na paragem a seguir. ainda descemos uma rua e logo de seguida viramos à esquerda.
- Bem, é aqui que eu moro. - disse eu.
- A tua casa é enorme, meu deus! - disse ele admirado.
- Para mim é normal, já me habituei a viver aqui e já não noto a dimensão da casa. Mas é melhor irmos entrando.
Procurei as chaves de casa pela mala toda, mas como estava uma bagunça acabei por desistir e toquei à campainha. Ouvíasse os sapatos da empregada a fazerem barulho pelo chão, enquanto se apressava em vir-nos abrir a porta. Rapidamente aprensentei a minha empregada ao Lucas, e subi as escadas até ao meu quarto. Lá de cima, conseguia-se ouvir as gargalhadas do meu pai e do tio Isaac, que, provavelmente, deviam estar a pôr a conversa em dia. De repente, ouvi alguém a bater à porta.
- Posso entrar? Sou eu, o Nash!
- Sim! - gritei eu.
Ele entrou e fechou a porta surrateiramente.
- Desculpa se há um bocado não te prestei muita atenção...
- Não tens que pedir desculpa, nós praticamente não nos conhecemos e atenção não é das coisas que eu mais gosto. - disse eu, interrompendo-o.
- Já percebi que és um bocado tímida ahah timidez é algo que me agrada
WHAT? como assim ele está a lançar-me um piropo indiretamente?
- Pois... então e vocês nunca cá estiveram na Florida, pois não?
- Sim, mas foi só de férias quando era pequeno. Não me lembro de nada e o Kyle nem se quer era nascido.
- Então e se depois de almoço eu vos mostrasse aqui os arredores? - disse eu entusiasmada, mas não o suficiente para deixar que ele percebesse.
- Por mim parece-me uma boa ideia, já que vou cá ficar por uns tempos.
- Ai vais? O meu pai não me chegou a dizer nada disso. Nós também quase nunca falamos, mas...
- O meu pai foi despedido da empresa onde trabalhava e contactou o teu pai para ver se lhe arranjava alguma coisa na empresa dele. E vamos cá ficar por uns tempos, até o meu pai juntar algum dinheiro e arranjarmos uma casa para a minha mãe e a minha irmã também poderem vir. - disse ele, à medida que se sentava aos pés da minha cama.
- E a tua mãe e a tua irmã não vieram com vocês porque? - disse eu num tom curioso.
- A minha irmã, Skylynn, nasceu com um temor e está a passar uma fase muito complicada. A minha mãe não quis que ela se mudasse para outra cidade e muito menos de hospital pois ela já se habitou aos médicos que a acompanham e assim.
- A sério? Não fazia ideia que tinhas uma irmã, deve ser mesmo adorável. - disse eu tentanto desviar o assunto da conversa.
- A minha irmã é tudo para mim, apesar de ser mais nova converso muito com ela. É quase como se fosse uma melhor amiga para mim, porque nada substitui a minha mãe ahah.
Notei pela voz dele que estava mais animado e os seus olhos brilhavam quando mencionava o nome da mãe e da irmã. Era mesmo querida a forma como ele falava da família.
- Bem, mas fala com o Kyle e o Lucas para saber se eles querem vir connosco hoje à tarde.
- Está bem, e já cá venho.
Ele saiu do quarto e com ele deixou um leve rasto do seu perfume.
*NASH P.O.V*
Saí do quarto dela e fui em direção ao quarto onde eu e o Kyle estávamos instalados.
- Eu e a Skye vamos dar uma volta à tarde queres vir?
- Sim, não me apetece nada ficar em casa. Mas só vão vocês os dois?
- Vou falar agora com o Lucas para ver se ele quer vir connosco.
- Está bem.
Procurei o Lucas pelo interior da casa toda, mas não o encontrei. Até que, consegui vê-lo através do vidro. Estava sentado no jardim, com um ar de tristeza e cabisbaixo. Fui, de imediato, ter com ele para saber o que se passava.
- Então Lucas, estás aqui sozinho porquê?
- Por nada, apenas precisava de espairecer.
- Tu já sabes que a mim não me enganas, e também sabes que podes confiar em mim. - disse eu num tom sério.
- Oh, é o mesmo do costume. Sinto a falta dos meus pais...
- E se fossemos dar uma volta, para espairecer? Ia-te fazer bem...
- A Skye também vai? - disse o Lucas erguendo a cabeça, de imediato, e mudando o tom de voz.
- Sim, foi ela que teve a ideia até... mas porque?
- Por nada, era só para saber...
Eu achei um bocado estranho ele estar a perguntar pela Skye, quer dizer... se ela não fosse, ele não ia?
- Está bem...
Fui em direção à porta que ligava o jardim ao interior da casa e reparei que a Skye nos estava a observar pela janela. Eu paro, e olho de relance para ela que apressadamente fecha a cortina. Continuei a caminha em direção á porta, subi as escadas e dirigi-me ao quarto dela.
*SKYE P.O.V.*
Ouvi alguém a bater à porta do meu quarto, mas desta vez tinha quase a certeza de quem seria.
- Sim?
- Sou eu o Nash - disse ele à medida que abria a porta do quarto. - Em princípio vamos todos hoje à tarde.
- Ok
Ouvi passos no corredor dos quartos e de repente aparece a cabeça do meu pai entre a parede e a porta:
- Meninos, vamos almoçar? Só faltam vocês na mesa.
- Sim pai, vamos já pai...
Descemos as escadas e quando ia a meio parece que perdi a força nas pernas. Não sei o que aconteceu, uma quebra de tenção, talvez, e subitamente caí das escadas. Estava cheia de dores na perna e comecei a chorar. Vi o Nash a correr na minha direção e ao mesmo tempo a gritar pelo meu pai.
- Sr. Alexander! Sr. Alexander! - gritou o Nash em pânico.
- Vou já chamar uma ambulância! - exclamou o meu pai.
- Não é preciso, só me dói um bocado a perna...
- Claro que é preciso olha para o teu estado! - disse o Kyle num tom preocupado.
- A ambulância já vem a caminho! Como é que estás? Dói-te muito a perna? - disse o meu pai.
- Dói-me um bocado, não a consigo mexer! - disse eu a soluçar.
- Tem calma, tu vais ficar bem. - disse o Lucas.
***
Ouvi o som das sirenes da ambulância no meu jardim e segundos depois tocaram à campainha. O meu pai apressa-se a abrir a porta de casa e entram os bombeiros com uma maca. Pegam-me ao colo cuidadosamente e deitam-me da maca. Tranportaram-me até à porta da ambulância e enquanto a abriam senti uma mão a tocar-me no braço.
- Vais ficar bem, só tens de ter calma. Eu vou estar sempre aqui para ti. - disse o Lucas.
Meteram-me dentro da ambulância, ligaram aquelas sirenes irritantes e seguimos caminho até ao hospital.
