Nine

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Não questionem, apenas leiam. Boa leitura, mores.

The Demetria's point of view.

Eu estava assustada, eu me sentia completamente inútil naquele momento, eu estava mais preocupada com Chloe do que comigo mesma. Aparentemente estou em coma, mas como isso é possível? Como eu tenho esses sentidos e pensamentos mas não consigo mover um dedo sequer? Eu só queria voltar para minha casa, dar um banho em minha filha, deitar a menina na cama e contar uma história até que ela dormisse por cima do meu peito. Para que no dia seguinte ela me acordasse com seus gritinhos animados matinais, seus pulos em minha cama e seu abraço aconchegante que me mostrava o quanto eu sou amada por ela.

Quando a ambulância em que estou se aproxima do hospital, não o que fica em minha cidade, mas um hospital menor, que se parece mais com uma casa antiga, os médicos se apressam e me levam para dentro.

- Acho que temos um pulmão de colapso aqui. Coloquem um tubo e levem-na! - Ordena a médica delicada enquanto me passa para uma equipe de enfermeiras e médicos.

- Onde estão os outros? - Pergunta um homem com a voz grave que eu julguei ser um médico.

- O motorista do caminhão sofreu contusões leves, está recebendo tratamento no local. A garotinha, aproximadamente seis anos de idade, vem logo atrás.

Exalo o ar de meus pulmões como se estivesse segurando a respiração por uns vinte minutos.

Chloe deve estar recebendo cuidados, espero que esteja bem, bem melhor que eu. Não consigo imaginar que algo pior possa acontecer com a minha filha algum dia. Eu não suportaria. Eu...Eu não quero nem pensar nisso. Mas ela está. Chloe está viva.

- Levem-me para uma sala pequena onde há luzes fluorescentes. - O médico gruda alguma coisa ao lado do meu peito e depois coloca um pequeno tubo de plástico em mim. Outro médico acende uma lanterna bem em cima do meu olho.

- Sem resposta - diz ele à enfermeira. - O helicóptero está aqui. Leve-me para a área de traumatologia. Agora!

Eles me tiraram às pressas da sala de emergência e me levam até o elevador. Um pouco antes de as portas fecharem ouço a voz de Miley, o que é estranho. Ela havia ido embora da cidade em poucas horas atrás. Será que ela veio por causa da neve? Ou por causa da gente? Creio que ela ainda nem saiba que somos nós. Talvez Miley tenha até mesmo nos ligado, deixando uma mensagem na caixa postal do meu celular para me pedir desculpas por ter me abandonado ontem à noite na boate junto da morena que me levou para a cama.

O elevador se abre na cobertura, Um helicóptero, com suas hélices cortando o ar , está parado. Nunca entrei em um helicóptero antes, mas Lauren sim, quando estava fazendo seus estágios para a faculdade. Ela sobrevoou o Monte Santa Helena uma vez e vomitou todo seu almoço em cima de sua instrutora. Quando voltou para casa, ela ainda estava com a cara meio verde depois da experiência.

A porta do helicóptero está aberta, e minha maca com todos os meus fios e tubos é posta ali. Um médico permanece ao meu lado, ainda bombando o pequeno balão de plástico que aparentemente está respirando por mim.

Depois que levantamos voo, descobri por que Lauren se sentiu enjoada. Um helicóptero não é como um avião, que viaja como uma bala em alta velocidade, mas se mantém estável. Um helicóptero se parece mais com um disco de hóquei lançado no céu.

Para cima e para baixo, de um lado para o outro. Não faço a menor ideia de como essas pessoas conseguem continuar realizando os procedimentos em mim, como leem as minúsculas impressões do computador, como consegue dirigir essa coisa quanto se comunicam por fones de ouvido, conversando sobre o meu estado. Também não entendo como fazem tudo isso enquanto as hélices não param de girar.

MoonlightOnde histórias criam vida. Descubra agora