Capítulo 2 O tirador de sombras

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A casa estava escura, na madrugada nenhuma luz havia nos corredores do andar a cima onde ficavam os quartos, oque havia era uma menina loira de seis anos que estava bem acordada olhando fixamente para a porta do quarto que se abria lentamente, seus olhos ficaram atônitos quando a porta se abriu revelando uma figura horrenda, homem negro com olhos brancos sem pupilas, com o rosto esburacado, usava um terno velho e rasgado, não haviam pés que o sustentassem somente as bordas da calça que se arrastavam enquanto ele levitava em direção a ela .

Subitamente ela corre por todo corredor busca refugio, chega até a ultima porta onde havia um quarto, correu para o armário e lá se trancou, enquanto o fantasma negro vai ao seu encontro, abre a porta do quarto em seguida abre a porta do armário e encontra a menina de costas agachada tentando se esconder sem dizer uma palavra ele toca em seu ombro. Assim que ela se volta já não é mais ela e sim um anão negro que se vira e salta para frente, o fantasma recua em seguida o anão vestido com as mesmas roupas da menina avança sobre o fantasma e começa a proferir uma fala africana: Jade ni ilê eru egum (sai de casa seu encosto)

Jade ni ilê eru egum (sai de casa seu encosto)

Jade ni ilê eru egum.

Ele retira um chocalho tribal e continua com a seu mantra africano, o fantasma parece atordoado e aos poucos vai perdendo a forma e começa a se esvair, então atravessa a porta e foge para o corredor o anão fala ao radio e manda um alerta : -ele está descendo acho que vai pela escada . Subitamente outro negro aparece na escada entoando o mesmo mantra:- Jade ni ilê eru egum (sai de casa seu encosto),

Isso deixa o fantasma mais desesperado e acaba fugindo para sala ao descer as escadas ele encontra uma negra robusta em trajes africanos que recita o mesmo mantra e lança sobre ele um pó, o fantasma começa a tomar forma ela grita aos demais: - Venham ele está materializando. Logo os três fecham o cerco e ele se vê no centro da roda, o mantra continua cada vez mais alto: - Jade ni ilê eru egum, Jade ni ilê eru egum, Jade ni ilê eru egum (sai de casa seu encosto).

O fantasma se ajoelha e grita quando no fundo da sala aparece uma figura de fraque e cartola um pequeno crânio brilhante que a adorna, não havia face seu rosto era de uma caveira sem pele e nem olhos, ele se aproxima e retira uma garrafa entra na roda e começa a aspira o fantasma pra dentro de si, ele começa a se transformar em fumaça e depois é soprado de volta na garrafa que é selada com um tecido e branco e um fitilho azul e a cerimonia se encerra.

A figura então retira sua cartola e se revela um negro velho de 70 anos todos os presentes deixam a casa e vão ter com uma família branca do lado de fora. O homem negro adulto se aproxima do homem de cabelos claros que se apresenta como chefe da família e lhe da algumas instruções: - Senhor Matz sua casa agora está limpa, mas daqui pra frente o senhor tem algumas coisas pra fazer pra mantê-la assim. Então o senhor Matz pergunta:- Que tipo de coisas?

-Bem o espirito foi contido, mas ele pode voltar por isso o senhor vai precisar da proteção de um guia.

-Como assim guia?

-Sua casa está aberta para outros espíritos, só um guia espiritual ou um lwa como dizemos pode proteger vocês. Então o homem pega uma escultura de um homem de fraque e cartola e lhe entrega, explica:- esse é Barão Samedi ele é o senhor do submundo e vai ser seu guia vocês devem servidão a ele.

-Mas isso é um Deus voodu não podemos, nós somos católicos e isso é magia negra.

–Senhor Matz você rezou durante todos esses anos e sua religião não pode te ajudar, foi preciso magia negra pra livrar a sua casa, não é verdade?

-Bem sim, mas eu fu....

- Você e sua família devem seguir o voodu agora, se você quiser o fim dessas as aparições, lembre-se meu Deus faz, o seu só olha.

O quarto das sombras.Onde histórias criam vida. Descubra agora