Mkimba está sentado no seu escritório vazio mais com a cabeça e a cara cheia. Dividindo suas angustias ele e uma garrafa de Scott que ele usava como calmante para aquelas noites tensas, cada barulho, cada sopro de vento, cada sombra era um alerta, estar sóbrio ficou muito difícil, então preferia a embriaguez, se a tal Ya o pegasse pelo menos que fosse bêbado e não em pânico. Mesmo entornando a garrafa até quase o fim não parava de pensar como as coisas haviam chegado nesse ponto, dividas acumuladas, brigas em família, abandono dos lwas e uma entidade mortal que queria sua cabeça por uma coisa que ele não fazia ideia do era. Pinah havia lhe dito sobre um pacto, que ele não se lembrava, mas quem teria feito? Ele escuta um barulho na casa e fica atento, se arma de uma Inkata (lança) e vai até a cozinha, quando abre a porta topa com seu tio: - O tio é o senhor, nossa eu pensei que ...
Obdias o encara e desdenha: - Quem é que você vai matar com esse pedaço de pau?
-Bem eu achei que ia me proteger da ...
-Proteger com isso? Isso é só uma lança veia que a gente decorava pra vender prus turista.
Mkimba: - Mas então oque eu faço?
Obidias : - Só tem duas coisas ou você consegue o perdão da lwa ou muda de casa.
Mkimba:- Mudar de casa, quer dizer sair daqui?
Obidias:- Não seu Juá(idiota), mudar de casa quer dizer mudar de templo de religião , um lwa num invade outro templo , eles só tem força nessa crença.
Mkimba e seu tio se sentam a fazem um desjejum:- Tio como era no tempo de você e do pai, como era antes na época do vô?
-Antes era tudo mais serio seu avô era um grande ogam, que todo mundo respeitava aqui além de centro também acolhia às pessoa.
-Vocês tinham o terreiro e mais nada?
-Aqui só tinha o terreiro a nossa casa era na parte dos fundos, hoje onde é esse prédio era um terreno vazio, foi sua vó que teve a ideia de fazer uma loja aqui na frente.
-Antes vocês não tinham nada nenhuma outra renda?
-A gente vivia do que arrecadava dos irmãos, um trazia uma galinha, o outro um saco de milho ou de farinha, nem todo mundo tinha dinheiro, naquela época voodu era coisa de preto pobre e não essa gente branca aventureira que ocê trouxe.
-Bem tio eles são fieis e ajudam a pagar as contas.
-Fiel nada, esse pessoal é uns artista e uns dotô que entra aqui acuma se fosse parque de diversão, eles não tem respeito eles é só curioso que vem aqui fazer pesquisa de nois que eles chama de preto do sul.
-Mas sem eles onde estaria nossa firma a nossa família, como íamos sobreviver?
-Muito bem obrigado, essa família já existia antes dessa firma que seu pai inventou com o dono da construtora.
- Construtora, quem o senhor Wilson?
-É ele mesmo, o velho irlandês safado fez uma boa grana nas costas do seu pai.
-Pensei que eles fossem amigos o senhor Wilson sempre apoiou nossa comunidade, a nossa cultura.
-O seu Wilson sempre apoiou seu pai, ele num tinha nenhum interesse no voodu se quer colocou os pé no terreiro pra ele só interessava o que o voodu podia faze.
-Mas como ele é um construtor imobiliário o homem vende casas como o voodu teria alguma influencia?
-Isso aqui à 50 anos atrás não tinha nada só umas casinha de madeira que ele comprou bem barato do povo daqui, sabe as pessoa tinha medo de morar aqui por que diziam que era amaldiçoado, daí ele começou a construir e vender pra gente que veio do norte atrás das fábrica de costura eles era cristãos mas seu pai deu uma ajudinha.
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O quarto das sombras.
HorrorPara Mkimba lidar com o sobre natural sempre fora algo natural , criado em uma família cujo o negócio é o ocultismo ele fez da sua rotina a condução de espíritos malignos ou seja caçar assombrações para seus clientes , porém ele acabou despertando u...