As feridas que ela carregava eram profundas, tão profundas, que não doíam a carne, doíam o espírito.
Fora assassinada mais vezes do que pode se lembrar, não fisicamente, mas emocionalmente.Morreu queimada quando a intensidade de seu amor a cegou, morreu afogada no oceano das suas lágrimas por não ser correspondida da maneira que esperava, morreu de ansiedade esperando o ponteiro do relógio uma volta inteira complentar para enfim o homem perfeito chegar, morreu de tristeza quando pro mundo não pode gritar que enfim estava a se apaixonar, morreu de amar pessoas que não sabiam como dela cuidar, morreu de rir quando simplesmente não havia mais para onde ir, morreu de embriagar-se em co(r)pos que só comportavam luxúria, morreu de overdose ao querer o tempo controlar e de nada adiantar, morreu de abstinecia por não ter a quem culpar ao não ser a si mesma, morreu de saudade das lembranças de um futuro que nunca existiu.
A morte pra ela parecia um conforto, o qual ela passou a chamar de lar por inúmeras vezes ter que matar um amor que ela jurou cuidar, um amor que sempre foi maior que o amor por ela. Quando irá aprender que ao ter que escolher entre matar ou morrer, deverá ceifar aquilo que não irá vingar, ao invés de continuar a chamar a morte de lar doce lar.
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Nem tudo que aqui floresce é amor.
Poetrycicatrizes em versos de um coração quase sempre partido...