Capitã?

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Como num convés de um barco desvanece a alma perdida entre os alçares da corda, um trovão e o alto mar. A sensação inebriante é a mesma, ainda que — na verdade — essa alma a sinta no fundo de casa, nos degraus do quintal. É o sentimento de há muito tempo ter deixado a água levar o sólido insolúvel, indivisível e eterno; de ter assistido a mágoa e o desalento serem carregados em gotas sutis e consoladoras.
A alma sabe que nada irá purificar seu peito ou santificar seus pecados, mas ela sente-se aliviada mesmo com o balançar das ondas ou com o clarão do relâmpago na sala de estar.

Porque a tempestade não é mais temível, é esperada.

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