Capitulo II - Contrato, eu tenho um alfa ?

829 79 99
                                    


Kyungsoo Ώ



Desperdicei mais um caderno inteiro de folhas brancas com apenas rabiscos, desde que ela morreu não tenho mais aquela criatividade, mas não era para menos, minha vida se tornou tudo o que nunca desejei, meu pai nem ao menos esperou um ano e já estava se casando mais uma vez. Minha mãe era a alegria da casa, foi ela que me ajudou com as coisas referente ao cio, meu pai era do tipo de alfa que não aceitava que eu sou um ômega, ou seja, só minha mãe me amava... agora ela não está mais aqui, ninguém mais me ama.

Não tenho mais vontade de muitas coisas, como escrever, um tanto irônico já que fiz faculdade de literatura por amar ler e escrever, hoje nem ao menos uma frase, minha inspiração acabou, meus dias são carregados de tristeza, com isso me tornei muito fechado com as pessoas, nem ao menos saia de casa, só quando Baekhyun e LuHan inventavam de sair.

Baekhyun e LuHan são meus únicos amigos que fiz na época da faculdade, eles me ajudaram quando mais precisei, passaram noites acordados escutando meus choros, se tem pessoas que devo ser grato, sem dúvidas são eles.

O dia não era um dos melhores, minha frustração tomava conta de meu corpo, meu quarto estava uma bagunça, os empregados sempre queriam limpar, porem eu não saia de lá por nada, sentado olhando mais uma vez para o quadro de minha mãe eu chorei. Chorei como uma criança necessitando de um abraço quente e confortável, ridículo, mas tudo o que sempre quis foi carinho, preciso de cuidados.

Talvez por ser um ômega sou extremante sensível e as vezes tenho grandes explosões de personalidades, irritado e feliz, algo muitas vezes indefinido. Meus amigos por outro lado eram diferentes, Baekhyun transbordava alegria e esbanjava do sorriso, namora com um advogado, mas é só o que contou para nós, LuHan é tão brilhante quanto Baek, está sempre me animando, ainda não encontrou seu encantado alfa. Sim, ambos meus amigos são ômegas.

Escuto os toques leves na porta, com certa relutância levantei-me do chão frio indo atender, meus olhos já estavam pesados e minha cara não era das melhores, quando vi quem estava ali quis bater com a porta na cara dela, mas seria muito antiético, ainda sou um ser humano educado e orgulhoso apesar dos pesares.

- Credo garoto parece que morreu, se arrume! Seu pai está vindo para casa, ele quer falar com você, é algo muito importante. – sua voz era irritante, seu rosto me enojava, essa mulher é pior que um demônio, faz do meu pai um idiota e ainda acha que manda em mim.

- Abaixe seu tom de voz para falar comigo, meu pai pode ser idiota bastante para ter casado com você, mas eu sou esperto o bastante para não ser intimado por alguém como você! Quer mandar em alguém? Arrume um cachorro ou sei lá qualquer outra coisa. – ela poderia montar em cima de todos mas em mim não.

- Trocou as ferraduras Kyungsoo? Foi um pedido do seu pai, me respeite que sou como sua nova mamãe – ela sabia mesmo acabar comigo. – Aceite, agora se arrume. Bastardo!

- V-você... – as forças e todo meu orgulho pareceu desaparecer como fumosa, ela acabou com qualquer estrutura que ainda me matinha em pé.

Fecho a porta escorregando pela mesma me pondo a chorar mais uma vez, nunca senti uma dor com esta, ela nunca substituiria a mulher que me criou, aquela que ajudou-me a ler e escrever, como me portar, tocar piano, cantar e amar. Mas quando se foi pareceu que levou consigo todas as lembranças boas. Sempre me pergunto o que fiz de errado para deus me castigar, na verdade deixei de acreditar em milagres.

Vendo que não adiantaria ficar ali, caminhei me arrastando ao banheiro, a agua fria poderia fazer algo de bom no meu corpo. Não demorei para estar arrumado, o dia ia dando lugar a noite em Seul, nem ao menos vi o tempo passar, pelo barulho na parte debaixo da casa sabia que era meu pai chegando, já faz um bom empo que não vejo-o.

What if ... Onde histórias criam vida. Descubra agora