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🚢 Lucas

Depois daquele constrangedor encontro com Renato e Otávio, nós decidimos deixar de lado e curtir o resto do dia, chegamos em casa, olha só, já estou até achando que é minha casa também, mas voltando ao assunto, chegando em casa eu tentei despistar a sua mãe o maximo possivel, eu não sou um cara tímido, mas fala sério né, na minha ultima tentativa de fugir já na hora do jantar ela consegue me pegar.

- Pode voltar aqui senhor lucas – diz assim que deixo meu prato na pia e tento fugir.

- Oi? – digo pela primeira vez sentindo meu rosto esquentar e ficar vermelho.

- Para de fugir de mim menino – diz ela rindo – posso não saber seu nome inteiro, de onde veio, se tem familia ou se é algum bandido, espero que não – diz a ultima parte rindo – mas se meu filho gosta de você eu também gosto, você já faz parte da nossa familia – assim que ela termina de dizer eu sinto meu peito se aquecer, mesmo que minha mãe fosse presente, ela não era nem um pouco carinhosa, e nesse momento eu acabo me lembrando da minha familia, sinto meu coração pesar, tenho vivido nesse novo mundo e tinha me esquecido que todos que eram importantes pra mim tinham morrido, dei um abraço em dona luci, que me acolheu com todo amor e carinho, depois subi ainda com a minha familia na cabeça.

- Como foi a conversa com a dona luci? – pergunta ele rindo assim que entro pela porta do quarto, mas assim que ele me vê ele muda de expressão – oque foi?

- Não é nada – digo tirando a roupa e indo em direção a cama, me deitei e puxei ele pra me abraçar.

- Conta pra mim, oque foi? Eu to aqui pra te ajudar – diz dando um beijinho leve no meu ombro.

- Eu acabei me tocando que estou sozinho e que todos que eu amo estão mortos, eu estive tão preocupado comigo mesmo que esqueci deles – digo com pesar na voz e fixando meu olhar pra frente.

- Eu sinto muito – diz acariciando meu rosto – mas tem certeza que não tem mais ninguém que possa estar vivo?

- Provavelmente não, todos eram mais velhos que eu, apenas minha irmã Elise era mais nova, apenas quinze anos – digo lembrando de sua aparencia linda, um belo sorriso se abre no meu rosto e logo se fecha – e mesmo assim ela teria 121 anos hoje em dia.

E naquele momento o silêncio reinou, ele me fazendo carinho enquanto eu lembrava de minha irmã, e no final ele acabou me prometendo me levar até minha antiga cidade, e assim que meus documentos ficaram prontos, nós partimos pra minha cidade, e eu fiquei deslumbrado, ela tinha mudado tanto, olhei onde ficava o meu laboratorio e hoje era um prédio residencial, mas o nome era uma clara homenagem a todos os cientistas que sumiu naquela ano, depois de darmos uma volta, alexsander me levou até a biblioteca local para usar o computador.

- Pronto, é só digitar o nome todo do seu pai ou da sua mãe – diz e me mostra onde digitar e onde clicar nos lugares certos antes de ir ao banheiro, e lá estava a arvore genealogica.

Pai + Mãe
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Eu e Elise — Marido de Elise
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                Filho — Esposa
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                     Filha — Marido
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                         Elisabeth

E ali eu soube que eu poderia ter um sobrinho, uma sobrinha/neta e uma sobrinha/bisneta, nem saber se existe esses termos eu sei mas oque importa é que nessa arvore estava os nomes de todos eles, esperei o Alê voltar para me ajudar a pesquisar, primeiro eu pesquiso pelo nome do meu sobrinho e de primeira aparece uma reportagem.

" Hoje o famoso juiz de 91 anos foi internado em estado critico, com uma grande chance de deixar uma filha de 61 anos e uma neta de 18, os criminosos comemoram mas a sociedade chora"

- Olha! Essa reportagem é recente – digo olhando a data naquela coisa quadrada que não sei oque é.

- Sim, tem o nome do hospital também, viu, você não ta sozinho, você tem três parentes – diz ele docemente.

- Cinco – digo o segurando pela mão.

- Hã? – pergunta daquele jeitinho lento que ele tem.

- Você e sua mãe – digo e vejo ele corar – sério, se não fosse vocês dois eu não saberia oque fazer, então, obrigado mesmo – digo e dou um beijo discreto sem ninguém ver.

- Hmm... É... Você quer ir nesse hospital? – pergunta ele sem jeito coçando a nuca e alisando a minha mão ao mesmo tempo.

- Vem comigo? Eu sei que não vou poder dizer pra eles quem eu sou, mas eu queria ver de longe pelo menos – digo.

- Vamos lá grandão – diz sorridente e me puxa, chegando na frente do hospital nós paramos por um momento e ficamos olhando e derrepente eu vejo uma linda menina vindo em direção a entrada.

- Elise? – pergunto pra mim mesmo de forma espantada, mas uma voz no fundo me tira do transe.

- Elisabeth! Você não vai entrar ai!

Entre dois mundos (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora