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🚢 Lucas

Quando ele falou tio meus braços que estavam envolta do Alê endureceram, ele não era nem vivo quando eu desapareci, então como?

- Não vôvô, ele não é seu tio, é só um amigo meu – disse ela, depois de dizer isso nós ficamos mais um tempo, ela conversou com o vô dela até ele dar indicios de estar com sono, assim que ele dormiu nós saimos do quarto e fomos andando em silêncio.

- Porque ele me chamou de tio? – pergunto assim que saimos do hospital.

- Você se parece muito com ele – ela diz, sem perceber nós três estavamos andando sem rumo, apenas andando juntos.

- Como vocês sabem? – pergunto curioso.

- Minha Bisavó contava a mesma historia varias e varias vezes, de como seu irmão desapareceu em uma expedição, meu vó sempre foi facinado por ele, então minha bisavó deixou varias fotos de herança pra ele, hoje em dia na casa dele tem foto da minha bisavó com o pai dela, com o irmão, com o meu avó, com a minha mãe, foi por isso que ele achou que eu era a mãe dele, naquela foto parece ser eu e você abraçados, ele costuma esquecer de coisas do presente e lembrar de coisas do passado – diz dando um sorrisinho triste.

- Sem querer invadir a sua privacidade, porque sua mãe não queria deixar você ver ele? – pergunto temeroso por poder afastar ela.

- Minha bisavó criou o meu avô sem preconceitos por causa do irmão que era gay, desde que meu vô era pequeno ele foi ensinado a respeitar ao proximo, e ele contava essas historias pra todo mundo na intenção de dar a mesma educação pra minha mãe e pra mim, infelizmente minha mãe não cresceu igual a ele e acabou homofobica, e infelizmente pra ela eu me assumi lesbica, ela culpou meu avó e nos afastou desde quando eu tinha quinze anos, nesse meio tempo minha avó morreu e ele foi internado, ela só cuida dele por não ter mais ninguém, ela não está ali por pura vontade – termina ela de contar, e depois de tudo eu estou chocado, eu nunca soube que Elise sabia que eu era gay.

- E eu sou tão parecido mesmo com ele? Eu posso ver essa foto? – pergunto e ela para pra pensar.

- Pode – diz, e então fomos todos pro carro dela, fiquei deslumbrado, era lindo – gostou? É do meu vô, ele deixou tudo pra mim, então ressentimente eu estou usando a casa e o carro, não dava pra continuar perto da minha mãe.

E então durante o caminho fomos conversando coisas aleatorias, se ela tinha namorada, se fazia faculdade, onde moravamos, e acabei soltando que eu tinha o mesmo nome e a mesma idade do tio/bisavô dela, primeiro ela ficou em choque e depois rimos, porque pra ela era impossivel isso acontecer, chegamos em uma casa enorme, podemos chamar de mansão, era de se esperar que um juiz bastante famoso morasse ali, em toda casa tinha fotos, e a maior que tinha ali era uma sua pequeno com a minha linda Elise, logo do lado estava a foto bastante conservada minha e de Elise com quinze anos, a foto estava em preto e branco meio amarrozada e estava plastificada.

- Uau, pareço mesmo com ele, você também parece com ela – digo me fazendo de surpreso.

- Obrigada, mas acho que não, eu acho ela extremamente linda – disse e dá um sorriso – querem água, suco, refri? Alê?

- Não, obrigado – respondemos juntos e nesse momento eu percebo que desde o hospital que eu estou agarrado no Alê, quando não era na cintura era no ombro, ou então no braço, nesse momento ele esta do meu lado e seu braço na minha cintura, assim que elisa sai de perto e pego seu rosto com uma mão só e trago sua boca até a minha, fazendo um osculo barulhento sair de nossos labios, ele acaricia meu rosto antes de dar um selinho e nos separar.

- Acho que agora precisam de água – diz ela rindo, aposto que viu tudo.

- Preciso por favor – diz ele sem graça, e eu me seguro para não rir, passamos uma tarde muito divertida, no final iamos pra um hotel mas ela ofereceu a casa dela, ficamos lá até o dia seguinte pela tarde e a noite ela nos levou a rodiviaria, fiquei triste por não ter ela por perto, mas deixamos o numero da casa do Alê e prometemos voltar, nem acredito que aconteceu isso tudo num dia só, todos podem achar ela doida por chamar dois homens desconhecidos pra dormir na casa dela mas eu a agradeço internamente por deixar eu me aproximar, por volta das onze da noite nós chegamos em casa e fomos direto pro quarto, ultimamente nós estamos bastante intimos então tomamos banho juntos e depois deitamos.

- Estava aqui pensando, eu sempre quis ser promotor além de aventureiro, e você sempre quis ser advogado – diz alisando meu tronco nu – que tal a gente fazer faculdade? Se você não quiser tudo bem, não precisamos fazer tudo junto mas eu gostaria – diz tudo calmamente.

- Não acho justo gastar mais dinheiro seu meu bem – digo o abraçando.

- Nós podemos entrar pelo vestibular, não gastariamos dinheiro – quando ele diz isso eu fico bobo.

- Sério? Então eu quero, quando podemos fazer o vestibular? – pergunto animado, como eu disse no começo, eu sou cientista mas sempre quis ser advogado e essa é minha chance.

- Antes de viajarmos eu pesquisei por pura curiosidade – diz me olhando com aqueles falsos olhos inocentes – tem um mês que vem, só precisamos nos inscrever e estudar, e eu sou pessimo nisso – diz rindo.

- Tudo bem, eu te ajudo – digo e lhe beijo a cabeça, e ali começava outro capitulo de minha nova vida, cidade diferente, sobrenome diferente, e carreira diferente, e issso tudo me animava, é como começar do zero.

Entre dois mundos (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora