Capítulo III

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Não acredito que paguei o maior mico ontem! Eu pensava, enquanto tomava café e tentava ficar com os olhos abertos.

Cada vez que fecho os olhos, revivo a cena degradante, de ficar como idiota, fazendo bico.

Sou uma imbecil, mereço o troféu e o premio de a mais fracassada em matéria de relacionamento.

Gente será que é tão difícil assim, namorar alguém? Se bem que esse aí, o Sr. Levinsk, pelo que eu entendi, não namora. Só transa.

Não é possível! Desse jeito eu nunca terei filhos!

Até conhecer alguém, me apaixonar, namorar, noivar e casar, já estarei velha, meus óvulos tem data de validade. Não quero ser avó antes de ser mãe.

Não me olhe assim não!

Eu sei que você encalhada, que está lendo isso, com certeza, pensa como eu, posso te imaginar rindo.

Depois de tomar banho e me arrumar, olho atentamente meu reflexo no espelho e constato que eu sou bonita. Os homens deveriam se jogar aos meus pés, só que não é bem assim não.

Na verdade me sentia mais uma na multidão.

Claro que arrumada eu conseguia ficar mais apetitosa. Mas será que é só isso o que conta? A aparência?

Recuso-me a aceitar!

Entro no elevador do prédio em que trabalho, e percebo duas moças conversando, animadamente. Não queria ouvir, não sou dessas fofoqueiras, sabe. Tenho mais o que fazer do que cuidar da vida alheia. Mas em um elevador minúsculo, impossível não ouvir.

— Menina, você viu aquele homem ontem? — Disse a loira colocando a mão no braço da amiga.

Pensei comigo, que homem é esse gente?

— Nem me fala Angela, eu fiquei devorando ele a noite toda e ele ficou me olhando também; mas de repente ele sumiu.

— Ouvi dizer que se chama Fernando Levinsk, mas pelo que pude ver, não costuma ser visto com mulheres de nível social inferior ao dele. — Falou a loira revirando os olhos.

— Pode até ser amiga, mas com um homem daquele, qualquer relacionamento está valendo, mesmo que seja escondido. – Respondeu a outra, suspirando.

O elevador se abre e percebo, pela conversa, que eu não era a única desesperada.

Mas era a única a ficar parada, como uma idiota, depois de receber um beijo do tal Fernando Levinsk. Que raiva deste homem!

Entrei na minha sala, rezando para não ser percebida por ninguém, mas foi em vão.

— Mel me conta! Até que enfim chegou, estava louca para saber detalhes de sua noite?! — Diz Eunice sentando-se em minha frente. A ansiedade dela chegava a transbordar.

— Sério. Nice?! — Perguntei fazendo careta, e aumentando-lhe a tortura.

— Ah! Mel não me deixa na curiosidade! Você foi embora com o solteirão mais cobiçado de São Paulo, e não quer falar nada? — Disse impaciente batendo os dedos na mesa.

Fiquei pensando no que contaria para ela, só tenho que esquecer a parte do mico. Nem eu quero ouvir isso!

— Está bem Nice, o que quer saber? — Perguntei colocando as duas mãos na cara.

— O que eu quero saber? Tudo é claro. — Ela responde se aproximando mais da mesa. Os olhos dela brilhavam de tanta ansiedade.

Eu sorri me divertindo com sua curiosidade e comecei a falar, de repente parei.

Meu Chefe ObsessivoOnde histórias criam vida. Descubra agora