Pov Poliana
Estou muito animada. Finalmente terei um lar! Mal posso esperar para ter uma cama apenas minha, sem nenhuma garota encrenqueira ao lado, me irritando a noite inteira. Creio que, a única mulher com quem amaria dividir a minha cama, seria minha mãe... Mas isso já não é mais possível.
Pov João
Estou com falta de ar, vou morrer sufocado! Aqui no bagageiro é mais quente que em Quixadá! Mal vejo a hora de chegar em São Paulo e respirar. Que ironia, respirar em São Paulo, a cidade com o ar mais poluído, hahahaha!
*o ônibus para*
-Finalmente! Dizem Poliana e João, ao mesmo tempo.
Enquanto isso...
-Cadê essa menina que não chega! -Dizia Nanci, que havia deixado um bolo no forno e estava apreensiva, com medo de deixá-lo queimar.
Seria outro motivo de estresse para a patroa Luísa, e com toda certeza ela não queria isso... Estava há um bolo de ser demitida, e isso a preocupava horrores. A moça tinha que dar sustento à vó, que dizia estar em péssimas condições de saúde, o que era mais preocupante que tudo. E ainda tinha sua própria vida para se preocupar... Ela pensava consigo mesma que a presença de uma criança seria ótima e alegraria a casa, e talvez um pouco a amarga vida de tia Luísa.
-Olha o ônibus chegando! -Dizia Antônio, contente e animado, diferentemente de sua colega.
-Que ótimo Antônio, mas como identificaremos a menina? A patroa não nos deu nenhuma descrição dela, e não fez questão de vir. Mas é muita crueldade pra uma pessoa só! -Dizia Nanci, totalmente indignada.
-Ô Nanci, dá pra parar? Já identifiquei a menina.
-Sério? Quem é? Aponte de uma vez Antônio!
-É aquela castanha, branquinha e um pouco baixa. Aparenta muito dona Alice! -Falava o senhor, um tanto quanto emocionado.
-Vamos buscá-la então! Meu bolo de laranja vai queimar dentro de alguns instantes se demorarmos mais!
*os dois resolveram chamá-la pelo nome, mas não adiantou pois a menina estava distraída demais para prestar atenção nos gritos de Antônio e Nanci*
-Poliana! Poliana!! -Antônio e Nanci exclamavam o nome da menina, mas ela parecia estar tão admirada com o que via, que nem percebeu os dois que a chamavam.
-O jeito vai ter que ser ir até lá! -Disse Nanci, já sem paciência.
Os dois deram um leve toque em Poliana, o que foi o suficiente para a garota se assustar e começar a gritar desesperadamente. Ela teve medo por conta do que ouvia falar sobre a cidade e do quão perigosa era.
-Te acalma menina! -Exclamou Nanci.
-Não, vocês querem me sequestrar! -Poliana estava claramente apavorada e todos à sua volta perceberam isso.
-Sou a Nanci, e esse é o Antônio! -Antônio acenou de forma carinhosa para a menina. -Viemos te buscar para levá-la até a casa de sua tia. Somos seus empregados.
-Que demais! -A menina pulava de alegria, e sua bipolaridade chegou a assustar os dois à sua frente.
-Vamos menina! -Nanci a puxou, e aparentava estar apressada.
-Espere um instante... Aquele garoto... Eu o conheço de algum lugar...
•CONTINUA•
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Como Se Fosse Pra Ser
FanfictionOs melhores amigos João e Poliana ainda são muito novos. Mas isso não impede que cada um deles já possua o seu primeiro amor. A amizade colorida, recheada de olhares bobos e abraços acalentadores, os fazem duvidar que apenas um sentimento amigo poss...