Como Se Fosse Pra Ser

Aquele garoto...

Pov Poliana

Sim, eu o conhecia de algum lugar. Não me recordava qual, mas aqueles olhos castanhos não me eram nada estranhos. Também senti que o garoto me olhava da mesma maneira, tentando processar o que via.

-Espere um instante, moça. Preciso falar com aquele menino!

-De jeito maneira! Você vai comigo, estou com pressa!

-Mas vai demorar apenas um minuto!

-Não tenho esse tempo, se você ainda não percebeu!

-Mas...

-SEM MAS! -Gritou Nanci, alterada e irritada com a situação.

-Vamos, Poliana. Há muito o que a aguarda em seu novo lar. -Disse Antônio, tentando apaziguar as coisas.

-Está bem... -Poliana disse, conformada. Mas ainda tentava avistar o garoto, que já havia ido embora. Pensou consigo mesma que se ele não tomou a atitude de vir falar diretamente com ela, ela não devia fazer o mesmo.

Pov João

Eu tinha a plena certeza de que já havia visto aquela garota em algum lugar. Em Quixadá, talvez... Mas eu praticamente nunca saia de casa. Bom, isso não importava muito naquele momento... Eu só queria algum lugar para descansar, pois a viagem havia sido bem cansativa.

Naquele momento, algo puxou o menino até um beco escuro do outro lado da rodoviaria. João não pode gritar pois sua boca foi tapada por uma das mãos brutas que mais pareciam ser as de um rapaz. A figura conseguiu fugir levando o violão do menino, que sentia um misto de medo e raiva.

-QUE SUJEITO DESGRAÇADO! -Gritou João, ainda um pouco apavorado pelo o que acabara de passar.

-Você tá bem?

Pov João

Uma voz meiga e singela se referiu à mim, e pelo tom, ela parecia preocupada com o que acabara de presenciar. Tive uma surpresa ao me virar e me deparar com a menina que havia visto há alguns instantes atrás.

-Tô sim, só aquele abestado que roubou meu violão!

-Não quer vir conosco para meu novo lar?

-POLIANA! -Nanci chega às pressas, um minuto após perceber que a menina não havia ido juntamente com eles até o carro.

-Me perdoe, Nanci! Precisei voltar ao ver que o garoto estava sendo assaltado!

-Tá bom, tá bom! Agora vamos!

-Espere! O menino não pode vir conosco?

-Quê?! Não! Sua tia não iria gostar!

-Deixa de marmota, Poliana! Eu não quero não, agradecido!

-Nanci, tenha dó do garoto! -Dizia Poliana, preocupada com a situação.

-Já disse que não! Esse garoto não tem casa?!

-TENHO SIM! Agora já vou indo, até mais!

-Espere! Qual seu nome? -Exclamou Poliana, ao ver seu mais novo amigo ir embora.

-João! -Gritou o menino, de longe.

Pov Poliana

João... Era esse o seu nome. Seus cabelos encaracolados e seu jeito todo engraçado de falar me conquistaram de primeira. Espero que possamos nos reencontrar e enfim podermos conversar de verdade.

Pov João

Foi estranho o jeito com o qual ela já veio me convidando para ir até sua casa sem ao menos me conhecer... Ela parece ser uma garota diferente das outras...

• CONTINUA •