Caminhos cruzados...

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-Já chegamos? -Perguntava Poliana, eufórica. Queria conhecer seu novo lar e mal podia esperar para ver a tia pela primeira vez.

-Não, mas estamos quase lá. -Dizia Nanci, mais calma e controlada.

-Fiquei com tanta pena do garoto... Não amoleceu nem sequer um pouco o seu coração, Nanci?

-Não mesmo! Deve ser mais um trombadinha que entra em nossas casas sem nada, e sai com mais do que estávamos!

-Está deduzindo que ele é um ladrão?!

-SIM!

-Pois está muito errada! E ainda mais por julgar alguém sem nem conhecê-lo! Não tem vergonha?

-Antônio, essa garota tá me desafiando! -disse Nanci, já estressada com a menina novamente.

-Poliana, modos! -Antônio tentava apaziguar a situação.

-Não admito que falem dessa maneira de meus amigos!

-Nem conhecer o garoto você conhece, sua...

-Nem complete essa frase, Nanci! -Antônio preocupava-se com o emprego da amiga, que já estava em sério risco.

Minutos depois Antônio parou o carro e Poliana avistou sua nova casa.

-MEU DEUS! -Exclamou Poliana, impressionada -Minha tia deve ser muito rica!

-Poliana, modos! -Exclamava Antônio pela segunda vez.

-Perdão...

-Cadê aquela cobrinha da sua tia? -disse Nanci, deixando escapar.

-Ora, vejamos quem realmente está carente de modos...

Nanci estava prestes a fazer algo implícito, até que tia Luísa chegou até a sala de estar antes de algo pior acontecer.

-T-tia?! -Poliana estava surpresa, admirada, espantada... Era uma mistura de sentimentos em seu coraçãozinho, que mesmo pequeno, cabia o mundo inteiro.

-Poliana, sim? -Disse a mulher, da maneira mais seca possível.

-Sim, sim! Sou a Poliana, Poliana D'ávila! Muito prazer, ti...

-Vamos começar com Luísa D'ávila, que tal?

-Está bem... -disse a menina, claramente um pouco decepcionada.

-Vamos subir, lhe apresentarei seu mais novo quarto.

-Claro!

As duas subiram as longas escadas da mansão onde Luísa morava, que já não pertencia mais a sua família à algum tempo.

-Aqui está.

-Ah... -Poliana estava mais decepcionada ainda após ver seu mais novo quarto. A tia claramente não queria mais alguém em sua casa, e percebia-se por conta do local doado a sobrinha. Cheio de entulhos, por ser um antigo porão. Agora a decepção passou a tornar-se tristeza.

-Esteja na mesa de jantar às seis. Aqui temos horário para tudo.

-Está bem...

Após Poliana ouvir a batida da porta, desparou no choro. Seus prantos, que eram os mais baixos possíveis, e sua voz embargada fizeram com que Antônio abrisse a porta do quarto rapidamente ao ouví-los.

-O que houve, pequena?

-Minha tia não gosta de mim, Antônio. É perceptível! Por quê está sendo tão má comigo? Por quê me deu um velho porão como quarto? Ela não queria que tivesse vindo. Sou mais um peso em sua vida!

-Não diga isso, Poliana! Provavelmente é temporário.

-Deveria acreditar em você?

-Com certeza. -O velho enxugava as lágrimas de seu rosto.

•CONTINUA•

Como Se Fosse Pra SerOnde histórias criam vida. Descubra agora