Como Se Fosse Pra Ser

Você de novo?!

Povs Poliana

Após aquela noite agitada, tudo o que eu mais desejava era minha cama. Queria dormir e tentar sonhar com algo bom, que no momento não estava sendo nada fácil. Espero de verdade que amanhã seja um dia melhor... E sinto que será. Afinal, positividade é meu segundo nome, não é mesmo?

-Boa noite, menina Poliana! -Exclamou Nanci, que passava por lá e vira a garota arrumando os lençóis de seu colchão.

-Boa noite, Nanci! -Poliana não entendeu o porque de a mulher estar sendo gentil com ela de repente. A menina logo pensou que fosse pena, e se conformou de que não faria amigos tão cedo além de Antônio e João.

-Boa noite, pequena. -Antônio cochichou em seu ouvido, após terminar de ajudar sua amiga.

-Boa noite, Antônio.

Naquela noite Poliana sonhou. Sonhou com o Ceará, sonhou com seus pais... Sonhou com sua trupe. A trupe-vagalume. Poliana se imaginou como sua mãe, e bem... Seu pai era João. Como assim? Era estranho para a menina, que acordou assustada após sonhar com uma apresentação digna de aplausos. Ela se perguntava o porquê de estar pensando constantemente no menino. Qual seria o motivo?

Povs João
Tive sorte de encontrar um papelão tão macio. Sim, estou dormindo na rua, pelo o menos por enquanto, até encontrar um barraco ou algo do tipo para me alojar. Mas, enquanto tal coisa não me acontece, ficarei neste beco da comunidade. Quando consegui pegar no sono, sonhei. Estranho isso acontecer, normalmente não sonho. Mas algo mais estranho ainda foi o sonho de fato, o que se passava nele. Estava com Poliana, menina que conheci hoje. Era noite, muito iluminada por sinal, e um casal de atores estava se apresentando em um grande palco. Me recordo desse dia... Ele realmente aconteceu. E lá estava Poliana, sentada ao meu lado, assistindo a apresentação. E assim descobri aonde havia visto aquela garota.

De manhã...
-Tia Luísa, posso sair pra dar uma volta? -Perguntou Poliana, esperançosa.

-Pela vizinhança, apenas. -Luísa era tão fria quanto o gelo que boiava em seu copo de suco, e Poliana não entendia o porquê, e mal esperava para descobrir.

-Obrigada! -Poliana bate a porta, Luísa comemora por estar em paz mais uma vez.

Poliana vagava pela rua, a fim conhecer a metrópole e tudo o que havia nela. Até que a tarde começou a findar, e a menina não encontrava o caminho para casa. Estava desesperada, até que... Ela não acreditou no que viu. Avistou João no corrimão de uma escada, e imediatamente correu ao seu encontro.

-JOÃO!

Imediatamente João virou-se e viu a menina debruçada sobre o chão, com os joelhos um tanto quanto ralados.

-Você tá bem?!

-S-sim... -Os olhares de João e Poliana se cruzaram, juntamente com suas mãos entrelaçadas. A menina logo ficou nervosa e soltou a mão do garoto, que olhava fixamente para a sua boca.

-Tem certeza que tá tudo bem?

-Já disse que sim! -Poliana estava vermelha como um pimentão.

-Tá bom, tá bom... Por que estava me chamando uns minutos atrás?

-Estou perdida...

•CONTINUA•