The Monster

Whitehaven.

Noah:

Faz tempo que eu tenho pensado em fazer uma viagem, para algum lugar deserto, apenas para poder descansar e espairecer.
O trabalho tem me deixado cansado, eu não tenho tempo para mim, apenas me afundo cada vez mais em papéis, mesmo eu não sendo tão velho, aos 19 anos eu herdei uma empresa do meu pai, graças às minhas horas extras de estudo eu consegui reerguer a empresa.
Depois de muito pensar eu decidi ir para Whitehaven na Austrália, um lugar calmo, mesmo que seja caro, eu não ligo, apenas preciso parar um pouco.

Dia da viagem:

No primeiro dia de férias eu estava pulando de felicidade, Austrália que me aguarde.
Peguei minha mala e sai do meu apartamento pensando se eu não tinha esquecido de nada.
Tranquei tudo e pedi um Uber, o cara era bem de boa, me deixou no Aeroporto e eu dei até um dinheiro a mais pra ele, pessoa feliz é meio idiota as vezes.

Tive que fazer todo o processo demorado antes do vôo e fiquei esperando o meu embarque, que demoraria 15 minutos.
Andei até uma lanchonete e comprei uma coca e fiquei sentado esperando, quando eu ouvi o nome do meu vôo sendo anunciado eu quase pulei de felicidade.
Fui andando rápido até estar dentro do avião, sentei na minha poltrona, era bem aconchegante, eu acho que por causa, eu não quero ver Londres tão cedo de novo.

Resumindo tudo, eu dormi quase o vôo todo, o tempo que eu não dormi eu comi amendoim, negócio ruim, mas é oque temos pra hoje.
Quando eu ouvi o avião pousar eu acordei, esperei todo mundo sair do avião e acabei sendo o último, mas tudo bem.
Eu parei em whitsunday e depois iria pra Whitehaven de lancha.
Esperei minha mala no esteira e depois de muita espera ela brotou lá, paguei um táxi para me levar onde eu iria pegar meu barco, um que eu tinha alugado.

Cheguei lá e pedi informações para um homem que eu encontrei, ele me mandou até uma pequena casa onde haviam várias pessoas, um homem me levou até o "minha" lancha, ela era realmente foda, tinha quarto e até um banheiro com uma benheira, eu não me opus, afinal eu mereço.

- Então moço, é só seguir o GPS, já está tudo programado.

- Eu vou sozinho? - perguntei um pouco assustado e ele apenas concordou.

- Vai dar tudo certo, não tem erro moço, ao tem combustível o bastante pra ida e pra volta, quando o senhor retornar. - eu apenas concordei.

O homem já de idade pegou a minha mala e me levou até a frente da lancha ligando o GPS e me dando as chaves.

- Boa viagem senhor. - ele disse se despedindo e voltando pra casinha.

Eu liguei a lancha e dei partida seguindo a rota, quando eu já estava andando por um tempo, aconteceu a maior merda da minha vida, o GPS parou de pegar, eu bati naquela bosta mais nada adiantava.

- MERDA. - gritei socando a pequena tela, como se fosse adiantar alguma coisa, dei meia volta com a lancha mas eu não via mais nada, sem terra a vista.

Mesmo em desespero eu continuei, estava tudo bem certo? Não.

Eu não vi a ilha de onde eu tinha saído e nem via a ilha onde eu deveria  chegar, eu acho que estava andando apenas em círculos pois era tudo a mesma coisa pra mim.

Depois de pelo menos 30 minutos eu comecei a ver um pedaço de terra longe.

- Glória Deus. - acelerei a lancha pra chegar logo a ilha, provavelmente teriam habitantes lá que me ajudariam a voltar pra casa. Mas uma vez, errado.

Quanto mais perto eu ia chegando mais eu entrava em desespero, não tinha nada lá, era apenas uma ilha no meio do nada.
Eu cheguei perto dela e parei a lancha, desci e empurrei ela até ficar presa na areia.
Desci e não via nada, comecei a andar um pouco pela pequena ilha e eu apenas encontrava coco e bananeiras.
Bom, fome eu não passaria.
Eu percorri a pequena ilha em poucos minutos e realmente não tinha nada, e daí eu lembrei do meu celular.
Corri feliz até a lancha e fui até o quarto que havia nela onde estava minha bolsa e vasculhei ela inteira atrás do pequeno eletrônico, quando eu achei liguei, um minuto nunca demorou tanto.
Quando o maldito ligou, eu não via um pauzinho do sinal, nem um tracinho se quer.
Lá fui eu de novo, andando pela ilha enquanto procurava sinal e nada.
Voltei pra lancha cansado e me sentei na parte de trás dela onde tinha um pequeno estofado.

- Oque eu vou fazer? - sussurrei puxando meus cabelos.

Sair dali com pouca gasolina não seria um boa opção, e se eu ficasse no meio do nada? Ali pelo menos tinha comida.

Vasculhei um pouco a lancha e encontrei um Kit de Primeiros socorros e uma caixa com alguns sinalizadores, isso iria ser bem útil.

Voltei pra parte de trás da lancha e me sentei de novo no estofado.

- Em que merda eu fui me meter? - falei comigo mesmo, como se isso fosse ajudar em muita coisa.

- Eu poderia estar em casa agora descansando no meu sofá e não aqui no meio do nada. - bati na minha cabeça.

Fiquei em silêncio no meio do nada, até que me senti observado olhei em volta e eu pude jurar que vi uma cabeça no meio do nada.

- PRONTO AGORA EU TO VENDO FANTASMA. - me exaltei e como já estava anoitecendo desci até o quarto e me deitei um pouco, no outro dia eu iria pensar melhor sobre tudo.

Estava de boa lá até que ouvi batidas do lado de fora da lancha, me assustei um pouco mas achei que fosse apenas coisa da minha cabeça mas eu ouvi de novo e de novo, com medo me levantei devagar e peguei meu celular e liguei a lanterna e abri a porta devagar para subir.

- É agora ou nunca. - Fui subindo devagar e na parte de cima olhei em volta e não vi nada.

- Tem alguém aí? - perguntei um pouco baixo e não obtive resposta.

Do nada eu ouvi de novo a batida e pulei de susto.

- PORRA APARECE SEJA LA QUEM FOR.

- Que...quem é você? - Ouvi uma voz serena perguntar.

- Porra eu tô ouvindo coisas. - arregalei os olhos assustado.

- Eu estou aqui na água. - ouvi a voz dizer e fui andando devagar até a parte de trás da lanche e quando olhei pra água levei um susto, só não cai duro porque estava paralisado.

- Meu Deus...