Ato I

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Seoul, 2:33AM

— Foi muita burrice da sua parte, Kim. Como você paga suas dívidas com os vizinhos, e não paga a máfia? Você acha que usar drogas como uma louca é simples assim? — Oh Sehun sorriu, chutando o corpo da mulher, que estava estirada no chão frio, com os pulsos e os pés amarrados para trás.

— Por favor, não me mate! Eu prometo que irei pagar a dívida amanhã! F-Farei tudo o que é possível, hoje mesmo! — Ela chorava, seu corpo doía pela surra que ele havia lhe dado minutos atrás.

— Você só pode estar brincando com minha cara, vadia. — Esbravejou apertando as sobrancelhas, levantando Kim e a sentando numa cadeira velha que tinha ali, em um dos contêineres possuídos pela máfia na qual o coreano fazia parte - Nós te demos 3 meses desde que a conta venceu, e o que você fez para conseguir o dinheiro? Nada! — Rodeou-a, com as mãos entrelaçadas para trás, fazendo uma pose ereta de bom moço — Eu só não te matei logo, porque o chefe te acha bonita. Que piada! — Gargalhou como no dia em que Park Chaesang, seu superior, lhe contou que tinha sentimentos por Kim, por ela ser uma mulher jovem e bela ao seus olhos — O meu pau duro ficaria mole se eu olhasse muito tempo pra essa sua cara.

A garota, de 21 anos, pôs-se a chorar em soluços, sentindo sua caixa torácica doer e sua garganta apertar, pois todos os homens sempre babavam por ela, e logo Sehun, um cara extremamente lindo e influente, a diz essas coisas.
O mais engraçado era que, ela estava pensando no que Sehun achava dela, e não no fato de que ela seria assassinada pelo mesmo.

— Você vai morrer tão nova, que coisa horrível, né? —  Riu de canto, meio fraco —  Mas, a culpa é toda sua, e eu não ligo, de qualquer forma. — Disse por fim, sacando sua glock e dando 4 tiros no rosto da mulher, vendo seu corpo se contorcer com a cadência das balas — Veremos quem vai te achar bonita agora — Guardou sua arma e caminhou para fora do local, aliviado, com uma expressão suave por ter se livrado de mais um estorvo.

Aquilo acontecia quase todos os dias, Sehun era o prestador de contas, afinal. E também, ele adorava matar, de todas as formas.
O mesmo era chamado de Kobal, por até alguns anos atrás não ter um nome, porém tinha a mesma personalidade da entidade. Falavam até que, ele era a reencarnação do próprio.

O homem era debochado, ria de tudo, qualquer fosse a situação. E também, ninguém conseguia fazer acordos como ele, seu poder de persuasão era imenso, assim como seu orgulho e vaidade.
E, o mais curioso, era que o chefe da máfia coreana, Park Chaesang, o considerava um "braço direito", como Lúcifer considerava Kobal em seu reino.

Verdadeiramente, ele era a reencarnação do demônio, só não sabia.
Quando recém-nascido, foi abandonado em um orfanato religioso, numa cidadezinha do interior da Coréia do Sul, que, por trás daquela imagem santa, eram uma seita que usavam as crianças para se conectar com os príncipes e demônios do Inferno, afim de chegar até Lúcifer.

Sehun, foi o único que mais chegou perto de tal "conversa" com o dono do submundo, por isso, ele era muito cobrado e torturado no orfanato, então resolveu fugir.
Depois de tanto tempo naquele lugar, com apenas 8 anos bolou um plano de fuga quase perfeito, sozinho. E, num momento de distração dos praticantes da seita, foi embora.

Caminhou durante dias pela mata, alimentando-se das coisas que havia roubado da cozinha do lugar onde morava, até que chegou a uma estação de trem de carga. Entrou, secretamente, em uma das cabines, e foi parar em Seoul.

Chegando na capital, foi recebido com olhares estranhos pelas pessoas, pois ele estava com o corpo sujo e as roupas gastas.

KOBAL [HunHan]Onde histórias criam vida. Descubra agora