Eu estava prestes a sair do carro, mas quando eu tentei abrir a porta ela estava trancada.
Encarei Marco, e por alguns segundos só se escutava o barulho do pisca alerta. Eu não conseguia falar nada, talvez... talvez eu não queria falar nada, afinal era a ultima vez que eu pretendia ver ele, e eu queria arrastar esse momento pelo maior tempo possível. Até que finalmente, Marco deu sinal de que ia falar algo o que me fez soltar a respiração na qual eu nem percebi estar prendendo ate então.
-Tem certeza que não quer que eu te leve em casa?- perguntou ele, com a voz baixa e levemente rouca que vez um arrepio atravessar minha espinha.
-Não -respondi logo em seguida.- você pode abrir a porta para mim? por favor
-Claro, mas antes você não vai nem me passar seu numero? como eu vou aprender a emparelhar o celular no carro assim?- Isso me deixou surpreso, ele não deveria já ter esquecido isso?
-Ah. - foi a única coisa que consegui falar.
-Sabe, é adorável quando você acha que pode me enganar Miguel- disse o cara que acredita ingenuamente que meu nome é Miguel.- Por que você não quer me passar o seu numero? é por causa dos meus amigos?
Eu não faço a menor ideia de quem são os amigos dele, ou o que passar o meu numero para Marco tem haver com eles mas digo que sim com a cabeça olhando para baixo de forma que ele não pudesse ver minha cara de confuso. Ele deu um suspiro e encostou a cabeça no volante.
- Sabe, meus amigos não vão fazer nada com você pode não parecer mas eles são legais
Nessa hora percebi que um onibus se aproximava pelo retrovisor, e me enchi de desespero.
- Marco eu realmente preciso ir agora sabe?
Ele virou a cabeça em minha direção continuou me encarando, ele no entanto não parecia com pressa como se tivesse todo o tempo do mundo o que me deixou muito puto.
-PORRA!- gritei, e isso surpreendeu Marco mas antes que ele mostrasse alguma reação eu abri o porta luvas e o revirei achando uma caneta. Puxei o braço do Marcos e anotei rapidamente o meu numero, não me levem a mal só agora me vinha a cabeça que já era meio tarde da noite então aquele era provavelmente o ultimo onibus.- A PORTA
Como se despertasse de um transe, ele obedientemente destranca a porta e eu não dei tempo para que ele pudesse se despedir. Na mesma hora em que sai do carro o onibus estava prestes a passar direto, podia ver pela cara do motorista que ele não ficou nenhum pouco feliz ao parar para que eu pudesse entrar.
Sentei no ultimo banco e consegui ver Marco ainda dentro do carro olhando confuso para a porta como se estivesse tentando entender o que tinha acabado de acontecer, essa cena me fez rir. Nesse momento o meu celular começou a tocar, era o maldito Tobias me ligando.
-Você tem cinco segundos para me convencer a não te castrar na próxima vez que eu te ver- disse imediatamente após atender o telefone, aquilo vez uma senhora sentada mais para frente virar para me encarar com uma cara feia.
-"haha como você é engraçado princesa- disse ele um pouco nervoso- porque a gente não faz assim, eu te busco e a gente passa no BK eu pago."
-E quanto a sua webnamorada?- respondi enquanto encarava a senhora.
-"ela precisou sair, aparentemente aconteceu alguma coisa entre a mãe e o padrasto dela"- respondeu ele meio desanimado.
- Eu peguei um onibus, me pega no ponto do mercado- respondi- vou fazer você gastar metade da sua mesada com comida por ter me deixado sozinho naquela festa.
-"como você chegou até o ponto?"- perguntou ele curioso, já que a casa de seu primo tinha uma distancia considerável até um.
- Eu conheci um cara legal que me deu uma carona
-"alguem legal que não seja eu? assim você me deixa com ciumes- aquilo me fez revirar os olhos, mas sorrir- Como se chama?"
-Que?
-"qual o nome do sugeito?"
- Marcos, mas ele pediu para chama-lo de Marco
E silencio, achei que a ligação havia caido por um momento
- Toby?
-"foi mal- ele respondeu de forma estranha, como se estivesse preocupado com algo pigarreou e disse por fim voltando ao normal- Eu devo chegar no mercado em uns dez minutos"
- Otimo- disse por fim- te espero lá dentro.
Desliguei o telefone e vi que tinha recebido uma mensagem de um numero desconhecido
mensagem de [desconhecido]: "Oi, aqui é o Marco err.. foi mal por ter te trancado no carro, espero que tenha chegado bem em casa"
E com aquela mensagem eu sorri enquanto olhava pela janela.
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Eu Odeio o Amor
Romance"Eu odeio o amor", ambos os garotos dizem simultaneamente. Essa é uma historia de como dois desconhecidos aprenderam a amar um ao outro e si mesmo.