Capitulo Seis

4 0 0
                                    

     Eu estava prestes a sair do carro, mas quando eu tentei abrir a porta ela estava trancada.

     Encarei Marco, e por alguns segundos só se escutava o barulho do pisca alerta. Eu não conseguia falar nada, talvez... talvez eu não queria falar nada, afinal era a ultima vez que eu pretendia ver ele, e eu queria arrastar esse momento pelo maior tempo possível.  Até que finalmente, Marco deu sinal de que ia falar algo o que me fez soltar a respiração na qual eu nem percebi estar prendendo ate então.

-Tem certeza que não quer que eu te leve em casa?- perguntou ele, com a voz baixa e levemente rouca que vez um arrepio atravessar minha espinha.

-Não -respondi logo em seguida.- você pode abrir a porta para mim? por favor

-Claro, mas antes você não vai nem me passar seu numero? como eu vou aprender a emparelhar o celular no carro assim?- Isso me deixou surpreso, ele não deveria já ter esquecido isso? 

-Ah. - foi a única coisa que consegui falar.

-Sabe, é adorável quando você acha que pode me enganar Miguel- disse o cara que acredita ingenuamente que meu nome é Miguel.- Por que você não quer me passar o seu numero? é por causa dos meus amigos?

     Eu não faço a menor ideia de quem são os amigos dele, ou o que passar o meu numero para Marco tem haver com eles mas digo que sim com a cabeça olhando para baixo de forma que ele não pudesse ver minha cara de confuso. Ele deu um suspiro e encostou a cabeça no volante.

- Sabe, meus amigos não vão fazer nada com você pode não parecer mas eles são legais

     Nessa hora percebi que um onibus se aproximava pelo retrovisor, e me enchi de desespero.

- Marco eu realmente preciso ir agora sabe?

     Ele virou a cabeça em minha direção continuou me encarando, ele no entanto não parecia com pressa como se tivesse todo o tempo do mundo o que me deixou muito puto.

-PORRA!- gritei, e isso surpreendeu Marco mas antes que ele mostrasse alguma reação eu abri o porta luvas e o revirei achando uma caneta. Puxei o braço do Marcos e anotei rapidamente o meu numero, não me levem a mal só agora me vinha a cabeça que já era meio tarde da noite então aquele era provavelmente o ultimo onibus.- A PORTA

     Como se despertasse de um transe, ele obedientemente destranca a porta e eu não dei tempo para que ele pudesse se despedir. Na mesma hora em que sai do carro o onibus estava prestes a passar direto, podia ver pela cara do motorista que ele não ficou nenhum pouco feliz ao parar para que eu pudesse entrar.

     Sentei no ultimo banco e consegui ver Marco ainda dentro do carro olhando confuso para a porta como se estivesse tentando entender o que tinha acabado de acontecer, essa cena me fez rir. Nesse momento o meu celular  começou a tocar, era o maldito Tobias me ligando.

-Você tem cinco segundos para me convencer a não te castrar na próxima vez que eu te ver- disse imediatamente após atender o telefone, aquilo vez uma senhora sentada mais para frente virar para me encarar com uma cara feia.

-"haha como você é engraçado princesa- disse ele um pouco nervoso- porque a gente não faz assim, eu te busco e a gente passa no BK eu pago."

-E quanto a sua webnamorada?- respondi enquanto encarava a senhora.

-"ela precisou sair, aparentemente aconteceu alguma coisa entre a mãe e o padrasto dela"- respondeu ele meio desanimado.

- Eu peguei um onibus, me pega no ponto do mercado- respondi- vou fazer você gastar metade da sua mesada com comida por ter me deixado sozinho naquela festa.

-"como você chegou até o ponto?"- perguntou ele curioso, já que a casa de seu primo tinha uma distancia considerável até um.

- Eu conheci um cara legal que me deu uma carona 

-"alguem legal que não seja eu? assim você me deixa com ciumes- aquilo me fez revirar os olhos, mas sorrir- Como se chama?"

-Que?

-"qual o nome do sugeito?"

- Marcos, mas ele pediu para chama-lo de Marco

     E silencio, achei que a ligação havia caido por um momento 

- Toby?

-"foi mal- ele respondeu de forma estranha, como se estivesse preocupado com algo pigarreou e disse por fim voltando ao normal- Eu devo chegar no mercado em uns dez minutos"

- Otimo- disse por fim- te espero lá dentro.

     Desliguei o telefone e vi que tinha recebido uma mensagem de um numero desconhecido 

mensagem de [desconhecido]: "Oi, aqui é o Marco err.. foi mal por ter te trancado no carro, espero que tenha chegado bem em casa"

     E com aquela mensagem eu sorri enquanto olhava pela janela.

Eu Odeio o AmorWhere stories live. Discover now