Seven.

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Jinjoo queria enfiar sua cara na vala mais profunda. Assim que largou o celular por um momento para respirar melhor e conter seu rosto corado, seu pedido chegou. Depois de tanta briga, acabaram por pedir Budae Jjigae. Rasgou o plástico de seus hashis e pegou um pouco de noodles. Mesmo enquanto comia, pensava sobre o quão idiota havia sido e sentia vergonha. Raios! Namjoon havia rido.

— Você está parecendo um tomate de tão corada, Jinjoo — Provocou Sohyun — É a pimenta! — Respondeu, não convencendo — Humm, acho que não. Ficou assim depois que trocou mensagens com-você-sabe-quem — Sorriu, sendo acompanhada por Yura.

— Vão ficar pegando meu pé agora é? Aish..— Resmungou impacientemente. Yura apenas gargalhou, e Sohyun ficou lançando piadinhas. Quando acabaram, dividiram a conta e se despediram.

Mesmo com as provocações, o dia havia sido divertido. Jinjoo mesmo com a sua indisposição pra sair para qualquer lugar que não fosse a faculdade, agradeceu as amigas por terem a tirado de casa pelo menos um pouco. AH MEU DEUS! A faculdade!

E novamente, ainda naquela semana, Jinjoo se atrasou para seus compromissos.



(...)



Dois meses haviam se passado dessa maneira. Jinjoo pra cima e pra baixo em seus trabalhos, tanto de faculdade quanto da loja. E claro, conversando com Namjoon sempre que podia, e bom, Soo Ah já estava desconfiada dos sorrisos felizes que Namjoon dava sempre que encarava a tela do celular. Então, esperou que o mesmo fosse tomar banho e desbloqueou o celular, a senha não era tão difícil, afinal era a data de aniversário de namoro deles. Tão óbvio, pensou. Soo Ah não precisou de muito para encontrar as mensagens de Jinjoo, já que sua conversa estava marcada. Então a cada rolada que dava pela conversa sua raiva aumentava. Esperou apenas que Namjoon abrisse a porta revelando os fios molhados, para que jogasse um abajur contra a parede, espatifando-se em mil pedaços. Namjoon não entendeu nada, mas logo a confirmação veio por ver seu celular na mão de Soo Ah. Ela sabia sobre Jinjoo.

— Então você está me traindo, seu animal!? — Berrou.

— Não!, eu não estou, diferentemente de você!. Aliás, veio aqui só pra esfregar na minha cara este seu perfume masculino?!.. — Exclamou. Soo Ah levantou sua mão para lhe desferir um tapa, porém Namjoon a segurou antes que fizesse.

— Não ouse me tocar com essas mãos imundas! — Soltou-a bruscamente. E se virou para voltar para o banheiro, no intuito de fugir daquela discussão infantil.

— Argh! Ficou com raivinha porque descobri sobre a sua putinha de esquina?!

— Não a chame assim! — Verberou, parando abruptamente e voltando para enfrentá-la. Soo Ah arregalou os olhos pela sua entonação de voz, Namjoon nunca havia levantado a voz tão alto como havia feito agora.

— Então você realmente gosta dela, han?! — Namjoon trincou os dentes e apertou as mãos, dando a Soo Ah a confirmação que ela esperava. Rindo sem haver graça, o encarou com desdém — Você é nojento, Namjoon! Acha mesmo que alguém além de mim vai te querer?! — Provocou de maneira venenosa. O coração de Namjoon travou, ela havia tocado em sua ferida. — Viu?! Eu sei que você me ama — Sorriu — Então... eu esqueço tudo o que aconteceu aqui hoje, se você ligar para ela agora e dizer para que pare de me perturbar — ''me'', ela sequer se importava com ele. Soo Ah se importava apenas com a boa aparência. Assim, Soo Ah sorriu meiga, como se o seu sorriso falso fosse mascarar a pessoa vil que era. Namjoon tomou o celular de sua mão e andou até a porta, logo abrindo-a.

— Saia da minha casa! Acabou, Soo Ah! — Namjoon tremulava, seu coração batia forte, mas não cedeu, estava decidido. Soo Ah o olhava como se não tivesse escutado direito, porém gargalhou, para não surpresa do mais novo. Pegou sua bolsa e andou até ele, parando apenas para encará-lo.

— É bom que não venha engatinhando para mim outra vez, porque irei chutá-lo.. — Cuspiu. Namjoon a encarou, enxergando naqueles olhos negros apenas frieza, sendo que um dia encontrou paz. Mas agora não importava, ela era um monstro, uma hera venenosa em sua vida.

— Acredite, eu não irei — Tonificou firme. E assim ela se foi. Tão rápido ela saiu de sua vida como entrou.

Trancou a porta e deixou-se deslizar por ela, derrotado, Namjoon chorou mais uma vez, mas não por ela, e sim pelo vazio que se instalou ao perceber o quão sozinho estava, o quão á sós sempre esteve. 

Só que, de repente, um som verberou em meio ao silêncio, uma bufada desgostosa, ela ecoava no corredor conjunta a outras risadas, obviamente estava acompanhada, porém pelo tom de voz delas era possível escutar o que diziam.

— Você está apaixonada! Só você não viu ainda — Gargalhou — Está falando com ele há tanto tempo e nem sequer se viram? — Uma segunda voz disse.  A partir disso, Namjoon se atentou, levantando a cabeça confuso, e colando os ouvidos à madeira.

— Aish! Parem de caçoar de mim! Ele... ele nem deve gostar de mim como.. eu gosto dele — Soou triste — Você já perguntou? — Silêncio — Eu.. eu não quero que ele pare de falar comigo só porque eu entendi errado tudo o que ele vem feito... eu não quero que..—

— Ele seja como Jungkook — Outra voz a cortou — Se você vem falando com ele e sentiu que ele não será assim, diga Jinjoo — Nesse momento, o coração de Namjoon travou, voltou a bater, e travou novamente. Quantas Jinjoo's poderiam existir em Seul? Quantas poderiam gostar de alguém virtualmente? Não podia ser!.

— Mas é que... eu não quero parar de falar com Namjoon  Porra  Eu penso que.. — Mal houve tempo que outra indagação fosse feita pois Namjoon abrira bruscamente a porta, e ofegante com um misto de surpresa, encarou a figura a sua frente. Ela, com os olhos claros - agora  arregalados - estavam escondidos atrás de lentes quadráticas, sua pele era alva e sua boca era pequena e avermelhada, e seu cabelo... ah... era rosa.

— Jinjoo? — Sussurrou quase inaudível. Era ela, era Jinjoo!

— Namjoon? — Ofegou ao receber a confirmação... a confirmação que sua mente precisava. O Kim mal respirou e partiu para cima da garota também surpresa, envolvendo-a firmemente contra si. Apenas poucos segundos depois sentiu os braços finos envolvendo-o na mesma intensidade. Um silêncio se instalou em meio aquele corredor, tantos pensamentos voavam ali, suspiros e principalmente, sentimentos conectados.

Ele havia a encontrado, ela era real, ela...gostava dele.

ʟᴏᴄᴀᴛɪᴏɴ || ᴋɴᴊOnde histórias criam vida. Descubra agora