Capítulo 9

7.7K 749 245
                                    


••••••••••


— THAÍS, Ô THAÍS — Eu arregalei os olhos e ajeitei as crianças na cama, um na cama do Caio, e a outra na cama do Cadu

Eu desci as escadas peidando

Eu fui olhando tudo igual polícia

— Aqui fora — Eu ouvi a vós dele e segui a voz, fui pra porta que eu tinha deixado aberta

— Sabe o que era o barulho? Era essa cachorra safada. Tu tá de castigado de ouvindo? Tinha fila de cachorro pra fazer coisa com ela.... Tinha demônio fazendo coisa com ela, e ele só tinha três pernas, três pernas você acredita? Sua safada, você tá de castigo, pode entrando, bora — Ele falava rude com ela e ela entrou, eu comecei a rir

— Tá rindo de que Thaís, isso num tem graça não, eu hein. Quem deixou a porta aberta? — Ele falava de cara fechada

— Amor, deixa ela. Ela só estava se divertindo — Falei entrando junto com ele pra dentro de casa

— Que se divertindo o que! Ela num tem nem tamanho, na primeira vez dela ela vai fazer orgia, que caralho é esse? Virou bagunça. SUA CACHORRA — Eu morri de rir, porque a Ratinha era um rainha pra ele, nem ofender a cachorra ele conseguia

— Davi, ela é uma cachorra mesmo. Você não vai ofender ela assim — Ele assentiu pensativo

— Então eu vou chamar ela de quê? A gente tem que brigar com ela né? — Ele falou coçando a cabeça, e eu revirei os olhos, essa hora da madrugada e Davi querendo brigar com a cachorra

— Chama de piranha logo — Falei e ele negou

— Isso é muito pesado... Acho que ela já aprendeu né? Não é pra ficar dando pra qualquer um, e nem deixar os cachorros forma fila pra fazer as coisas com você. Aquele perneta morreu, num quero saber de tu com ele — Mano, melhor que as piadas do Davi, e ele conversando com a Cachorra, eu falo toda vez que ela não entende, e toda vez ele fala como se ela fosse filha dela

— Você matou o cachorro Davi? — Perguntei negando

— Aquilo num é um cachorro não, é um demônio. Era aqueles Pinscher, ainda tentou me morde, eu num matei não, que eu num gosto dessas coisas, mas dei um se liga nele pra ele ficar longe dela. Onde é que ela tava doente? Doente fica de cama, e não fica distribuindo a preciosa por aí, eu hein. Agora tu vê, eu tô decepcionado com você, num esperava isso de você não... — Ele agachou e apontou o dedo  na cara dela falando com ela

— Davi, ela num entende, é uma cachorra, para com isso. Ela não entende, eu hein — Falei puxando ele

— Ele entende sim, ela num é burra. E se ela tiver grávida? — Eu esfreguei a mão no rosto

— Então fica aí conversando com ela, você cansa minha beleza conversando com essa cachorra como se ela entendesse . Se eu abrir a porta ela vai lá dar pra eles de novo —  Falei olhando para os dois

— Thaís, tinha cachorro maior que eu lá na fila... E ela é uma Ratinha, ela não aguenta essas coisas não, é muita coisa pra ela, ele deve tá machucada,  vamos levar ela no médico amanhã? Imagina quantos tiveram antes do demoninho? Não consigo nem pensar— Ele falou e eu ri com malícia

— Claro que aguenta, eu aguento, porque ela num vai aguentar? Para de graça Davi, ela tá bem — Falei cansada, eu sou maluca mesmo de dar corda pra maluquice do Davi

— Ela era virgem, diferente de você. Foi a primeira vez dela — Ele falou e eu revirei os olhos

— Quem te garante? Vambora deitar, Davi. Tô morrendo de sono, e com nenhum pingo de vontade de ficar aqui ouvindo você falando com essa cachorra — Falei e bocejei

Neurótico de Guerra - ContinuaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora