12. descobertas;

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Louisa


Acordo com a claridade invadindo minhas pálpebras, pouco a pouco me torno consciente do espaço onde estou e pisco rapidamente para me acostumar com o ambiente. Estico meu corpo com a intenção de me espreguiçar e sinto minhas costas colidirem em algo firme e quente. Assustada, viro de uma vez em direção ao objeto não identificado e sorrio involuntariamente com o que vejo.

Daniel.

Coberto apenas por um lençol branco e iluminado pela luz do dia. Ele é lindo. Noto seus braços em volta de mim e me aconchego um pouco mais inalando seu perfume misturado com o meu.

Repasso em minha mente tudo o que aconteceu ontem e lembro-me de como chegamos aqui. Por mais que por um momento eu tenha desejado Joseph, é Daniel que eu amo e nada poderia estar mais claro que isso em minha mente.

Observo o subir e descer de seu peito por alguns instantes e resolvo levantar. Com cuidado, desfaço seu aperto sob mim e caminho direto para o banheiro para tomar um banho e fazer minha higiene matinal. Olho meu reflexo no espelho, e assim como todos os dias nas últimas semanas em que acordei do coma, tento reconhecer a mulher que me tornei. Ainda não me conheço como deveria e nem ao menos sei se vou me conhecer algum dia, mas não vou viver em função disso. Não mais.

Saio do banheiro enrolada na toalha e vejo Daniel ainda adormecido em nossa cama. Visto-me rapidamente e vou para a cozinha preparar algo para comer. Avalio os armários e resolvo fazer uma omelete com alguns ovos que vi na geladeira.

Separo os ingredientes sob o balcão da cozinha e começo a preparar a massa. Ponho um pouco na frigideira e enquanto espero assar sinto um cheiro familiar atrás de mim.

— Bom dia, minha pequena – sinto braços fortes me envolverem e uma voz sussurrada em meu ouvido que me faz arrepiar.

— Bom dia. – respondo, corando como uma colegial.

— Dormiu bem? – ele continua.

— Sim, e você? – respondo tentando concentrar-me na panela a minha frente.

— Incrível. – consigo sentir o sorriso em sua voz e sorrio também. – vou tomar banho. O George e eu temos uma reunião ás 10am.

— Tudo bem. – assinto enquanto ele deposita um beijo em minha têmpora.

Termino de fazer as omeletes enquanto Daniel está no banho e aproveito para fazer um suco de laranja também. Coloco a mesa e não demora muito para que meu marido esteja sentado comendo como um filhote de bezerro desmamado.

— O quê? – ele me encara sem entender – por que você está me olhando assim?

— Você sempre come assim? – pergunto curiosa.

— Assim...? – ele me incentiva a continuar.

— Feito um... monstro. – concluo nem um pouco envergonhada.

Isso é novo.

Daniel gargalha de uma forma gostosa e me olha carinhosamente.

— Desculpe, princesa. Venho me controlando ao comer na sua frente para não assustar você. – ele franze o cenho divertido.

— Não funcionou, Sr. Waldorf. – sorrio balançando a cabeça em negação.

Comemos em um clima gostoso e nos olhamos a todo momento. Sinto que tudo isso é irreal; eu não me lembro do homem a minha frente, mas me lembro do amor que sinto por ele e isso  definitivamente é, no minimo, curioso. 

Não Se Esqueça De MimOnde histórias criam vida. Descubra agora